BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

O SACERDOTE DE UMBANDA E O SACERDÓCIO UMBANDISTA





O Sacerdote de Umbanda e o Sacerdócio Umbandista

Observando a forma como surgem os centros de Umbanda e conversando com muitas pessoas que dirigem seus centros, cheguei a algumas conclusões aqui expostas e que, espero, não despertem reações negativas mas sim levem todos à reflexão. Só isto é o que desejo, e nada mais.

Todos os dirigentes com os quais conversei foram unânimes em vários pontos:

a) foram solicitados pelos seus guias espirituais para que abrissem suas casas.

b) todos relutaram em assumir responsabilidade tão grande.

c) todos, de início, se sentiam inseguros e não se achavam preparados para tanto.

d) todos só assumiram missão tão espinhosa após seus guias afiançarem-lhes que tinham essa missão e que teriam todo o apoio do astral para levá-la adiante e ajudarem muitas pessoas.

e) todos sentiam então que lhes faltava uma preparação adequada para poderem fazer um bom trabalho como dirigente espiritual.

f) todos confiavam nos seus guias espirituais e no magnífico trabalho que eles realizavam em benefício das pessoas.

g) todos, sem exceção, só levaram adiante tal missão porque acreditaram nos seus guias.

h) todos se sentem gratos aos seus guias por tê-los instruído quando pouco ou quase nada sabiam sobre tantas coisas que compõem o exercício da mediunidade e sobre sua missão de dirigir uma tenda de Umbanda.

i) mas todos ainda acham que há algo a ser aprendido e acrescentado ao seu trabalho, mesmo já tendo muitos anos de atividade como dirigente e de já haver formado médiuns que hoje também já montaram e dirigem suas próprias casas.

j) e todos acreditam que sempre é tempo de aprenderem um pouco mais e não têm vergonha de ouvir o que outros dirigentes têm a dizer.

Bem, só com essas observações acima já temos um retrato fiel dos dirigentes umbandistas, e posso afirmar com convicção algumas conclusões a que cheguei:

a) na Umbanda o sacerdócio é uma missão.

b) o sacerdote de Umbanda (a pessoa que deve dirigir um centro e comandar os trabalhos espirituais) não é feito por ninguém; ele já traz desde seu nascimento essa missão.

c) o sacerdote de Umbanda invariavelmente é escolhido pela espiritualidade.

d) só consegue dirigir uma tenda quem traz essa missão pois esta também é dos guias espirituais.

e) mesmo não se sentindo preparado para tão digno trabalho, no entanto, a maioria crê nos seus guias e leva adiante sua incumbência.

f) mesmo não sabendo muito sobre como dirigir uma tenda os guias suprem essa nossa deficiência e vão nos ensinando coisas muito práticas que, com o passar dos anos, se tornam um riquíssimo aprendizado.

g) todos gostariam de se preparar melhor para o exercício sacerdotal, ainda que já sejam ótimos dirigentes espirituais.

h) todos lêem muito sobre a Umbanda e procuram nas leituras informações que os auxiliem no seu sacerdócio.

i) muitos fazem vários cursos holísticos para expandirem seus horizontes e a compreensão do que lhe foi reservado pela espiritualidade.

j) todos gostariam de ter alguém (uma escola, uma federação, uma pessoa) que pudesse responder certas dúvidas que vão surgindo no decorrer do exercício da sua missão.

Bem, o que deduzi é que ninguém faz um dirigente espiritual porque só o é ou só o será quem receber essa missão dos seus guias espirituais.

Mas, se assim é na Umbanda, no entanto o exercício do sacerdócio pode ser organizado, graduado e direcionado por uma “escola”, e isto facilita muito porque traz confiança e orientações fundamentais ao dirigente espiritual.

Devíamos ter na Umbanda mais escolas preparatórias tradicionais que auxiliassem as pessoas que trazem essa missão, tornando mais fácil as coisas para elas.

E, lamentavelmente, além de só termos alguns cursos voltados para esse campo, ainda assim quem ousou montá-los é injustamente acusado de charlatão, embusteiro, aproveitador e outros termos pejorativos.

Eu mesmo, só porque montei um “colégio” sob orientação espiritual e só porque psicografei algumas dezenas de livros de Umbanda (muitos ainda não publicados) já sofri todo tipo de discriminação, de calúnia, de ofensas e de acusações que espero que cessem, pois os umbandistas acabarão por entender que todas as religiões têm escolas preparatórias dos seus sacerdotes.

Só assim, com todos aprendendo as mesmas diretrizes e doutrina umbandista, a nossa religião conseguirá organizar-se e expurgar do seu meio os espertalhões que têm feito coisas condenáveis e cujos atos têm refletido negativamente sobre o trabalho sério de todos os verdadeiros umbandistas.

Pai Rubens Saraceni.

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS - TRADIÇÃO É PARA TODOS ?






Religiões Afro-brasileiras - Tradição é para todos?...


Na praxis do templo, da doutrina esposada pelo mesmo, é necessário que seu mandatário tenha como sabedoria religiosa e mágica a Tradição.
Sim, é necessário conhecer e viver a memória de seu iniciador (Pai, Mestre...), do pai iniciador, do pai do pai do iniciador, enfim de sua raiz ou linhagem com as reatualizações devidas.
Considera-se importantíssimo conhecer e vivenciar a Tradição, pois implica em saber a origem, resgatar a memória, entender e vivenciar, inclusive no estilo de vida, a Tradição na sua comunidade-terreiro.
Pode-se associar a Tradição à origem, à memória resgatada e, muito principalmente, a reatualização, sendo que o olvido da última, com raras exceções leva o individuo ao desenraizamento. O pior é que o mesmo não percebe, caso contrário estaria atualizado com os conhecimentos e práticas de sua raiz ou de seu Mestre-Raiz.
Quando bem vivenciada a Tradição, por discípulos maduros, que serão Mestres, são eles possuídos de um salutar sentimento de pertença, o que fortalece sobremaneira sua identidade como ser individual ou como ser coletivo (comunidade-terreiro).
A Tradição é transmitida, tal qual a cultura, mas principalmente pela transmissão de valores éticos, espirituais através das gerações.
Cada comunidade-terreiro de fundamento ou Tradição tem aquele que “incorporou” a ancestralidade, vivenciando-a, reatualizando-a tal qual presenciaram e respiraram com seus Mestres (Pais ou Mães de Santo).
O discípulo preparado, longe da vaidade, do orgulho e da hipertrofia do ego, está sendo a própria Tradição por intermédio de seu Pai ou Mãe de Santo, detentor e transmissor da mesma. Sim, ele não só sabe, vive, é a própria Tradição, a ancestralidade rediviva.
A Tradição pode ser entendida como sendo a transmissão de práticas, valores espirituais de geração em geração, algo seguido e respeitado no decorrer do tempo.
O étimo do vocábulo em grego, paradosis e, em latim tradere – significando entrega, transmissão.
Em continuação é importante perceber como se “incorpora” a Tradição, vivenciando-a na sua mais pura acepção, com sua constante, e necessária reatualização.
Quando um Mestre Espiritual consumado se expressa, o faz em seu próprio nome e de todos os que o antecederam, e isto é muito importante.
Pai Rivas vivencia seu sacerdócio há mais de 43 anos, “incorporando” seu primeiro Mestre - Pai Ernesto Xangô Ayrá – Sacerdote Oluô da Tradição africana keto. Com ele teve os primeiros contatos com o Opele Ifá e a Tradição de Santo (Orisha). Em 1971 conheceu seu derradeiro Mestre – Pai Matta e Silva (W.W. da Matta e Silva) com o qual teve uma vivência, convivência iniciática de dezoito anos, não sendo apenas Iniciado no 7º Grau, no 3º ciclo, mas o detentor de mando da raiz, ou seja foi elevado em 07/12/88 a sucessor de seu Pai Matta e Silva.
Obvio está que ser iniciado em duas Tradições diferentes poderia ser problemático, mas conciliado as diferenças, buscou nas semelhanças (ambos preconizavam o oráculo de Ifá – Oponifá e Opele Ifá) erigir seu templo, a Tradição da qual é o detentor, atualizando-a constantemente, algo que culminou com a fundação inédita, da Faculdade de Teologia (FTU) com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras, regulamentada e autorizada pelo MEC – órgão governamental que normatiza e fiscaliza o ensino universitário no Brasil.
O meio acadêmico realça tal empreitada, pois no mesmo espaço há salas de aula (conhecimento acadêmico) e o Templo (conhecimento religioso, fé, crenças) sendo considerado paradigma a ser seguido.
Isto só foi possível, pois acredita-se que a diversidade é uma forma inteligente e ética de convivência pacífica, de respeito às diferença, e mais, o reconhecimento do outro que é merecedor dos mesmos direitos, a tão propalada igualdade.
As mudanças ocorreram e ocorrerão, e com elas reatualizações que manterão viva a “Tradição de Santo”, algo que não será entendido por todos.
A vida é assim, o importante é que a Tradição mantida e reatualizada sempre proporcione felicidades àqueles que a seguem, e àqueles que a deixam. A verdadeira Tradição sempre é e será provedora de paz e entendimento, permitindo a todos decidirem e escolherem seus caminhos, sejam com Ela ou sem Ela, mas todos felizes. Ashé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”
http://sacerdotemedico.blogspot.com/2011/11/religioes-afro-brasileiras-tradicao-e.html

EGRÉGORA





Se você é Pai no Santo ou médium frequentador de algum terreiro, já deve ter pelo menos ouvido alguém dizer:
Olha a corrente, gente! Vamos concentrar!

Você sabe realmente o que isso quer dizer? Muita gente (até as que falam) não sabe!

O que é essa tal de “corrente”?

Será uma corrente de ferro ou de fibras que se forma no invisível?
Será uma corrente que vai prender os espíritos?
Será? Será?

Na verdade, quando um dirigente (quando bem preparado) chama a atenção para a “corrente” é porque ele sentiu uma queda ou diminuição na energia ambiental (EGRÉGORA) que deve ser mantida pelos médiuns em um potencial elevado, de forma a manter os trabalhos em nível adequado, até mesmo por uma questão de auto-preservação.

Essa questão da “corrente” ou egrégora é tão importante que vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto para que você possa perceber, se orientar e orientar a outros.

Vou tomar como exemplo uma gira de Umbanda, mas advirto que você pode adaptar minhas explicações para entender práticas espirituais, inclusive das Igrejas Evangélicas que fazem curas, etc.

Vamos considerar um grupo de 10 pessoas e partir do princípio de que TODAS ESTÃO UNIDAS POR UM MESMO IDEAL. Isso é a base de tudo!

Criada a egrégora como já vimos antes (pela união dos pensamentos direcionadas aos mesmos fins), cada vez mais energias de mesma sintonia são atraídas para o ambiente. Essas energias somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão e em alguns casos, se for bem forte já começam a operar alguns “milagres”, desde que as pessoas estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por receberem um bem). As entidades afins (aí eu já estou falando de seres espirituais) penetram e até são atraídas para o interior. Entidades inferiores tendem a ser barradas por uma força invisível (a energia) que a princípio é incompatível com suas vibrações (isso se tudo estiver “correndo bem”).

Se uma entidade inferior for atraída para dentro da egrégora, ela fica de certa forma subjugada pela força desta e desse modo se consegue lhes dar um melhor encaminhamento para outros planos espirituais.

As entidades afins usam parte dessa energia para auxiliar os que ali estão na medida de suas possibilidades.

A técnica usada nos terreiros de Umbanda e Candomblé para formar a egrégora inicial (quando os grupos são bem dirigidos) está baseada nos rituais de “abertura”. Já nas Igrejas Evangélicas e outras, consiste basicamente nas pregações, que fazem com que os adeptos se concentrem ou dirijam seus pensamentos de acordo com a “pregação”.

Se você for um estudioso e não carregar preconceitos, notará que nessas “pregações” há sempre um direcionamento do raciocínio dos ouvintes de forma a fazê-los pensar positivamente e acreditarem firmemente na possibilidade de alcançarem os bens que foram procurar. Nesse momento, embora nem saibam, às vezes, estão gerando a egrégora.

Fazer com que a assistência participe ativamente, pensando positivamente, deve ser parte obrigatória de TODAS as giras de Umbanda. Essa, no entanto é uma prática esquecida e o que vemos em muitos terreiros é uma assistência quase que sempre alheia, só participando em alguns momentos, de preferência quando vêm de encontro ao que lhes interessa.

Dessa egrégora, como já disse, são retiradas as energias para a realização dos trabalhos, o que vale dizer que se essa energia não for forte o suficiente, o mínimo que pode acontecer é acontecer nada.

Por outro lado, se a corrente ou egrégora das “giras” não for suficiente, várias complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que, o(a) dirigente, por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as maiores quantidades de energia ali geradas e mesmo as trazidas pelos assistentes, é quem sofre, por assim dizer, as maiores consequências dos trabalhos realizados sem a devida segurança.

Veja abaixo alguns tipos de complicações que podem ocorrer:

Médium dirigente e/ou médiuns auxiliares não conectados positivamente com suas entidades de guarda o que pode provocar de imediato incorporações insatisfatórias, e insegurança – ANIMISMO.

Perturbações por intromissão de entidades do Baixo Astral que encontram entrada fácil nesses casos.

Problemas com médiuns e/ou assistência com relação até mesmo à integridade física, pois não é raro em sessões dessa natureza, haverem manifestações turbulentas de entidades descontroladas e médiuns idem.

Cansaço físico de dirigente e médiuns ao final dos trabalhos pela perda energética sofrida. O normal é que quando se encerram os trabalhos, todos os médiuns se sintam em perfeitas condições físicas e, não se tratando de trabalhos de descarga e desobsessão, é normal até que saiam sentindo-se melhor do que quando chegaram, justamente porque conseguiram atrair uma grande quantidade de energia positiva da qual todos poderão desfrutar.

Observação:
Existem mais situações que podem acontecer, mas vamos ficando por aqui, pois só as citadas já darão como consequências as que vêm após.

Complicações que podem ocorrer com a continuidade dos problemas:

-Enfraquecimento crescente dos contatos entidade/médium.
-Corpo mediúnico cada vez mais inseguro.
-Dificuldades crescentes para a realização de trabalhos.
-Problemas começam a surgir na vida material de todos.
-Discórdias entre o grupo começam a gerar desentendimentos maiores.
-Formam-se grupos dentro do grupo dividindo a energia ao invés de somá-la.
-Doenças e dificuldades começam a aparecer.
-Como os contatos espírito/médium já não são tão positivos, torna-se difícil ou impossível a solução de problemas que antes eram nada (aí, não raramente começam a se consultar em outros lugares).

Para sintetizar:
Todos serão altamente prejudicados por seus próprios atos e desunião e, como ocorre normalmente, ao final ELEGERÃO SEMPRE UM CULPADO – ou o dirigente ou a própria Umbanda (no nosso caso).

Ainda sobre a egrégora de terreiros de Umbanda, é preciso que se explique que ela, além de ser formada e nutrida com a energia gerada em cada reunião, também é favorecida pelas “firmezas” ou “assentamentos” que devem ser tratados, reforçados e respeitados.

Mais uma explicação.

Assentamento, como muitos podem crer, não é prática exclusiva das religiões Afro. Até mesmo elas “importaram” essa prática de Seitas e Religiões muito mais antigas.

Se os assentamentos estiverem bem “sintonizados” com as energias e entidades para os quais foram dirigidos, sabendo o/a dirigente acioná-los, eles serão de grande importância (caso contrário serão meros ocupantes de lugar), pois poderão trazer para o ambiente essas energias e entidades que beneficiarão sobremaneira a realização de trabalhos positivos.

Para resumir e ficar bem entendido, observe o seguinte:

-Energia positiva atrai energia positiva (o oposto também vale).
Pensamentos (que geram energia) positivos atraem energias e fatos positivos (ou negativos…).
-Medo, insegurança e discórdias quebram a rotina da criação e da ação de energias positivas.
-Fé (certeza, convicção) provoca sempre a criação de energia e, quanto maior for, maior será a ação dessa energia.
-Egrégoras são energias que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia. Se elas serão positivas ou negativas, dependerá de quem as criará.
-Egrégoras (se positivas) são de utilidade total em qualquer reunião para trabalhos mediúnicos. Quanto mais fortes, maior o auxílio que podem prestar.
-Egrégoras formam-se até mesmo em sua casa, seu ambiente de trabalho, etc. Só que nesses casos, como não costuma haver um direcionamento das energias que a formarão (a não ser em poucos casos) elas correm o risco de serem negativas.
-Grupos desunidos, por mais forte que queira parecer o dirigente, estarão sempre a um passo da derrota em função de não conseguirem gerar o ambiente propício para a presença de Verdadeiros Espíritos Guias.

A disciplina e a união em torno de objetivos comuns são partes sólidas da base que construirá o verdadeiro Templo – aquele onde comparecerão sempre os Verdadeiros Amigos Espirituais.

Claudio Zeus
– extraído do livro Umbanda Sem Medo Vol I
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A DIVINDADE SUPREMA E OS SERES ESPIRITUAIS






A DIVINDADE SUPREMA E OS SERES ESPIRITUAIS

Após a discussão sintética das várias religiões afro-brasileiras entre elas: Candomblé de Caboclo (Ketu, Muxicongo), Umbanda Omolocô, Umbanda traçada, Umbanda Mista, Umbanda Branca ou Umbanda Cristã, Jurema, Terecô, Tambor de Mina, Toré, Xambá, Babassuê, Jarê, Batuque e Xangô, comenta-se na presente publicação a visão da Umbanda Iniciática ou Esotérica (os aspetos internos) sobre os Seres Espirituais ou Espíritos.

O texto apresentado consta na obra – Umbanda a Proto Síntese Cósmica. F.Rivas Neto – Editora Pensamento, 2011; 11ª edição.
“Sobre a Divindade Suprema e os Seres Espirituais discuti-se:
1. Todos os espíritos são IMATERIAIS – Somos isentos de matéria, de energia ou qualquer processo agregativo sobre nós. Não somos compostos atômicos, eletrônicos, fotônicos, quarks, antimatéria, etc. Somos apenas Espíritos, com nossa própria Natureza Vibratória Espiritual.
2. Todos os Seres Espirituais são INCRIADOS – Somos incriados, pois nossa origem se perde na Eternidade. Somente a Deidade, Detentora e Conhecedora da Eternidade, é quem sabe nossa origem. Afirmamos também que o supremo Espírito não nos criou. Quando dizemos que nossa ESSÊNCIA ESPIRITUAL é originada da mesma do PAI, não estamos dizendo que é a própria do PAI.
3. Todos os seres Espirituais são PERFECTÍVEIS – Todos nós, indistintamente, caminhamos para o nosso aperfeiçoamento.
4. Não fomos criados por Deus simples e ignorantes – DEUS não criaria ninguém simples e ignorantes, esperando que cada um evoluísse e alcançasse a evolução através de duríssimas e penosas provas. A Corrente Astral de Umbanda crê num Deus infinitamente Bom e Justo, e não num DEUS sádico e cruel.
5. Cremos inabalavelmente na Suprema Consciência Una, que estende sobre nós, Individualidades Espirituais, o Seu beneplácito espiritual.
6. Todos os Seres espirituais podem evoluir em 2 regiões distintas:
a. COSMO ESPIRITUAL – É o que já definimos como as infinitas regiões do espaço cósmico onde jamais houve a interpenetração da matéria ou energia. Nesse campo espiritual ou reino virginal, o Espírito pode evoluir segundo um karma causal. É óbvio que, nesse lado da “Casa do Pai”, os Seres Espirituais estão isentos de “veículos” ou Corpos. Não têm a mínima agregação sobre Si de elementos da matéria ou antimatéria.
b. UNIVERSO ASTRAL – É o que também já definimos como uma região do espaço cósmico que já foi interpenetrada pela substância etérica ou matéria-energia.
Nesse Universo Astral é que há os milhões de galáxias, com seus sistemas solares, e esses com planetas, satélites, etc.

É nesse Universo Astral que o Espírito pode evoluir segundo um Karma constituído.
Nesse lado da “Casa do Pai” é que o Ser Espiritual constitui seus 7 Corpos ou Veículos de Expressão de sua consciência, percepção, inteligência, sentimentos, etc., através dos Arquitetos Siderais. Esses 7 Corpos ou “Veículos” do Espírito –Consciência são de Energia-Massa em vários níveis, obedecendo a Setessência da Matéria.

Que não se faça confusão entre Cosmo Espiritual e Universo Astral. Como dissemos, no Universo Astral há os vários níveis energéticos, e o Ser Espiritual, dependendo de seu grau evolutivo, em sua jornada evolutiva, ora estará num dado plano – que lhe caracterizará a necessidade de reajuste no Corpo do plano afim imediatamente superior -, ora no plano imediatamente inferior, gerando, como exemplo aqui na Terra, o fenômeno do NASCIMENTO e MORTE”.

P.S. Com esta publicação inaugura-se uma série de textos ou vídeos que pretendem ser releituras ou ressignificados das obras de Matta e Silva e Rivas Neto.
Isto é possível, pois segundo Rivas Neto a CONSTANTE DA TRADIÇÃO É A CONTÍNUA MUDANÇA, LOGO UMA UNIDADE ABERTA QUE PERMITE RELEITURAS E RESSIGNIFICAÇÕES CONSTANTES. Axé!

Referências Bibliográficas:


Obras de W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacany)
· Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda
· Lições de Umbanda e Quimbanda na palavra de um Preto-Velho
· Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda
· Umbanda e o Poder da Mediunidade
· Umbanda de Todos Nós
· Umbanda Sua Eterna Doutrina
· Doutrina Secreta de Umbanda
· Umbanda do Brasil
· Macumbas e Candomblés na Umbanda


Obras de F. Rivas Neto (Mestre Arhapiagha)
· Umbanda a Proto-Síntese Cósmica
· Umbanda – o elo perdido
· Lições Básicas de umbanda
· O Arcano dos Sete Orixás
· Exu – o grande arcano
· Fundamentos Herméticos de Umbanda
· Cura e auto cura umbandista – terapia da alma
· Sacerdote, Mago e Médico – cura e auto cura umbandista
· Espiritualidade e Ciência na Teologia das Religiões Afro-brasileiras


Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”
http://sacerdotemedico.blogspot.com/

ODUS






Odu Ifa

Odus

DIZ-SE QUE, NOS PRIMÓRDIOS DOS TEMPOS, NÃO EXISTIA SEPARAÇÃO ENTRE O CÉU E A TERRA (ORUM-AIYÉ) E QUE HAVIA UMA CONVIVÊNCIA ÍNTIMA ENTRE OS ORIXÁS E OS SERES HUMANOS; TODOS PODIAM IR AO ÓRUM E VOLTAR QUANDO DESEJASSEM. PORÉM UM CERTO DIA, O HOMEM DESONROU SEU COMPROMISSO COM ÓLORUM, PECOU CONTRA O SUPREMO AO TOCAR O QUE NÃO PODIA SER TOCADO. E ASSIM, O MESMO DIVIDIU O CÉU E A TERRA. O PRIVILÉGIO DA LIVRE COMUNICAÇÃO DESAPARECEU EM TROCA DAS DIFERENTES FORMAS ORACULARES ESTABELECIDAS E LEGADAS POR ORUNMILÁ.

Odús (signos de Ifá), são presságios, destinos, predestinação. Os odús são inteligências que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por um ou mais odús. Cada odú possui um nome e características próprias e dividem-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como itàn Ifá.

Os odús são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca.
Os orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se energizar e encontrar seu caminho,
O odú é o caminho, a existência do destino o qual o orixá e todos os seres estão inserido.
Alguém já escutou a seguinte frase ?
-com o destino não se brinca...
-sua vida esta escrita...
-seu destino já estava escrito...
E muitas outras frases populares que refere-se a odú.
Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, neste caso seu destino e sua conduta fogem as regras siderais (seguiu um caminho diferente dentro do estabelecido). Geralmente nestes casos, as mesmas tentem a sofrer decepções em sua vida em geral (amor, trabalho,família, saúde, mortes prematuras, etc) São nesses casos que a espiritualidade pode ajudar, porém tudo que é natural e de conformidade com o destino, não deve ser modificado.

Nós quando nascemos, somos regidos por um odú que representa nosso "destino" assim como o nosso caminho.

Através de Ifá, podemos averiguar o porque das situações serem adversas as de sua vontade e se a mesma está em um caminho diferente ao destinado ou escolhido.

O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de Olwo, título concebidos a alguns Babalaôs. Ifá é o orixá da adivinhação e para tudo deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo utilizado por Babalorixás e Yalorixás que não são os mesmos métodos do Opelé Ifá (utilizado pelos Babalaôs em consulta a Ifá), como o rosário de Ifá, o jogo de búzios (meridilogun), etc.

No jogo de búzios (mais comum meridilogun) quem fala é exú, são dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos Babalorixás e Yalorixás. A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque oxum fez um trato com exu, conseguindo dele permissão para jogar.

O jogo de Opelé Ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odús usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo.

Narram algumas lendas que ifá girou pelo mundo, deixando legados e ensinamentos a vários povos de como manter comunicação com os deuses no órun (céu), passando pelos árabes onde não foi aceito e vindo a se estabelecer definitivamente na áfrica, junto aos povos yorubás onde manteve seu legado ensinando aos sacerdotes como restabelecer a comunicação com seus antepassados. Assim ,aperfeiçoando um dos mais avançados métodos de consulta existente.

Existem dezesseis Odu maiores no "Odù Ifá literary corpus" ('livros'). Quando combinados, existem um total de 256 Odu acreditando referir-se todas as situações, circunstâncias, ações e conseqüências na vida. Estes constituem a base do conhecimento tradicional yoruba espiritual e são a base de todos os sistemas de adivinhação yoruba.

Odu é um conceito do Culto de Ifá mas também usado no Candomblé, interpretado no [merindilogun], na caida de búzios.
http://www.orixas.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=43&Itemid=82

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS - PSICOLOGIA DO ARQUÉTIPO







RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS – PSICOLOGIA DO ARQUÉTIPO

O homem, por intermédio de suas instituições, procura ajustar-se ao meio em que está inserido.

Precisa adaptar-se aos três níveis de ambiente: o natural, o social e o sobrenatural. A adaptação aos níveis natural e social é mais obvia que ao sobrenatural.

A sua natureza física (biológica) se assemelha à natureza, ao natura naturandis, a Physis à qual se adapta. Quanto ao social é a forma de viver harmonicamente em sociedade, com o outro.

Quanto ao sobrenatural talvez não haja tanta obviedade, pois se relaciona ao imaginário e ao conteúdo inconsciente do coletivo e individual, nem sempre acessível, ou quase nunca, por meios conscientes.

A instituição religião seria o meio pelo qual o homem se ajusta ao seu ambiente sobrenatural (imaginário). Para alguns autores, em especial Keller e Summer, o homem, uma vez que incorre na crença, na existência de “outro mundo”, de espíritos e seres super humanos tem necessidade de a ele se ajustar, da mesma forma que faz com o natural e social.

Na esteira desse conceito deseja-se apresentar a visão de inconsciente coletivo, inconsciente individual e arquétipos associados aos Genitores Divinos (Orishas) e Ancestrais Ilustres (linhagem espiritual).

Reitera-se que a religião em sua mais pura acepção não se baseia apenas em necessidades físicas do homem, sendo a única instituição com tal perfil.

Não por isso, a religião (crenças, fé, rituais) está afeta ao saber mítico, alegórico, enquanto sua vertente crítica, a Teologia se insere no “pensamento racional” (logos), lógico.

Interessante que, apesar de muitos afirmarem que a religião se fundamenta apenas em conceitos absolutos ou metafísicos, ou que o mito se opõe ao logos, tal como a fantasia à razão, como palavra que narra a que demonstra, logos e mito são duas funções igualmente fundamentais da vida do espírito.

Neste aspecto e momento do discurso é necessário evocar o conceito que
Nietzsche trouxe quando afirmou que a filosofia ocidental a partir de Sócrates foi negada a intuição criadora da filosofia pré-socrática. Com isso se faz a distinção e se estabelece dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco – a partir de Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem, etc.) e Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia e da desordem).

Obvio esta que tais princípios não são opostos, mas complementares da realidade, e é nisso que se apóia a Teologia das Religiões afro-brasileiras, em outras palavras, na razão (consciente) e no irracional (inconsciente que corresponde a maior parte da mente).

A partir do conhecimento supra é necessário reiterar que as religiões afro-brasileiras (as várias Escolas) umas mais outras menos, conceitua suas entidades sobrenaturais como origem e fonte do comportamento (ethos) de seus “filhos de santo”, algo que determina, consolida e fortalece a identidade individual e coletiva (relações sociais positivas).

Conceitua-se de forma simples o inconsciente coletivo para designar parte do inconsciente que contém arquétipos, sendo, portanto, comum a todos os homens. E é no conceito de arquétipo que se alia os fundamentos do Orisha (Olori) e de seu “filho de santo” que lhe segue o perfil comportamental, como forma de identidade normal e não patológica (esquizofrenógena) como era da praxe acadêmica em passado recente.

Arquétipo ou imagem primordial (Jung) não tem sua origem conhecida e se repete em qualquer época e em qualquer lugar do mundo, mesmo onde não é possível explicar a sua transmissão por descendência direta. Os arquétipos nas religiões afro-brasileiras criam mitos dramatizados nos rituais do terreiro e da própria vida cotidiana, da mesma forma que influenciam várias tendências da comunidade ou sociedade como um todo.

Essa energia psíquica muito antiga (arquétipo – arque-antigo e tipo) presente no inconsciente coletivo (de todos os homens) é como se fosse o DNA psíquico, idêntico a todos os homens, mormente em seu aspecto nuclear, sendo o periférico característico a cada indivíduo (como exemplo cita-se o Orisha Ogun (Nuclear) e Ogun Onirê (o periférico) – próprio do indivíduo).

Introduz-se assim o conceito de Consciência que é um atributo humano que permite (re)-conhecer “quem sou” (consciência em si e de si), quem é o outro (que é diferente de mim) e o transcendente (o absolutamente outro).

Esse processo histórico é o de construção da identidade (de uma pessoa, grupo, povo, nação) por meio da consciência.

Com esse ensejo conceitua-se a individuação, processo de tornar-se um indivíduo ou de dar-se conta de que se é um indivíduo. Tal como empregado por Jung, o termo parece incluir não apenas a idéia de aperceber-se de que se é separado ou diferente dos outros, mas também a idéia de que se é uma pessoa integral e indivisível.

Assim se conceitua tais atividades que são robustecidas nos transes de possessão ou outros nas religiões afro-brasileiras, e mesmo como se dizia, fenômenos esquizofrenógenos, tais como fantasias e devaneios vários.

Depois desses conceitos sumarizados não se pode cogitar o que vem sendo teorizado ou pressuposto por várias vertentes científicas, mormente as antropológicas. Tem-se questionado que o período do Homo neanderthalensis ao Homo sapiens sapiens é muito curto para explicar os avanços tecnológicos e científicos alcançados. Do sílex às aeronaves que propiciam as viagens interplanetárias há um abismo de fases que deveriam ser superadas no processo de desenvolvimento psíquico e o período é insuficiente. E, então?

Aventa-se a hipótese de civilização extra-terrestre ter vindo de outros lócus do universo e ter proporcionado aos homens terráqueos condições psícosomáticas superiores, o que explicaria o recorde de transformações que se consubstancia no desenvolvimento da humanidade contemporânea.

A saga aventada pela ciência corrobora com a presença dos Orishas no Aiyê; e, principalmente a de época em que não havia limites entre o Orun (espaços sobrenaturais?!) e o Aiyê (Terra). Segundo o mito, por motivo de transgressão dos homens, Oxalá, de seu Espaço Sagrado lançou seu bastão de Poder Divino (Opashoro), que separou definitivamente o que era Orun do que era Aiyê.

Não seria essa civilização que teria estruturado o processo de desenvolvimento da comunidade planetária terrena? Não seria essa a explicação determinante sobre o arquétipo do Orishá? Isto é, Eles “deuses” se fizeram “homens”, todavia sem retirar as características fundamentais da herança humana, embora hibridizassem nos homens seus mundos de Luz e Sabedoria. Não seria essa a herança que se carrega que se vivencia e se forma a identidade do indivíduo, por intermédio do arquétipo?

Espera-se continuar e a discussão no próximo trabalho, que terá como mote o que foi exposto e se aprofundará no conceito do arquétipo e do fundamento do Orisha das várias religiões afro-brasileiras. Axé!


Obs. Resolveu-se grafar Orisha com sh como se fez nos primeiros textos, desde 1989.




Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

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RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS - TRADIÇÕES DAS TRANSFORMAÇÕES

Religiões Afro-brasileiras – Tradições das transformações

“A constante da Tradição é a contínua mudança, logo as Religiões afro-brasileiras são uma unidade aberta que permite várias leituras”. (F. Rivas Neto)

A Tradição das Religiões afro-brasileiras é constituída de núcleo (fundamentos básicos) e de periferia, condizente com as noções de tempo e espaço, com a contemporaneidade, mas sem enfrentamento com seus princípios de espiritualidade na comunidade, contrária aos ditames do consumismo do Sagrado.

Este é o tema discutido no vídeo “Religiões afro-brasileiras – uma visão plural do Sagrado”. Claro que não se pretendeu esgotar o assunto, mas ensejar pesquisas e estudos sobre as funções comunais da Teologia, do Sagrado, da Espiritualidade Universal. Axé!







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RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS - TEOLOGIA ORI/BARÁ






Religiões Afro-brasleiras - Teologia Ori/Bará


RESUMO

A Teologia das religiões afro-brasileiras tem como objeto de estudo o pensamento, a cosmovisão e os fenômenos sócio-culturais e espirituais das religiões de matriz afro-brasileiras ou simplesmente brasileiras.

As religiões afro-brasileiras têm como característica fundamental a Tradição Oral, ou seja, o conhecimento se encadeia na herança deixada e transmitida de geração a geração, constituindo os núcleos epistêmicos, social, ético e principalmente da fé e rituais que expressam os mitos e as crenças.

Nestas tradições religiosas o conceito fundamental é calcado na vivência coletiva e individual das divindades sobrenaturais – Orixás (no conceito Jejê-Nagô) tidos como Pais ou Genitores Divinos ou dos Ancestrais – Pais de Linhagens.

Palavras-chave: Bará, Cosmovisão, Ori, Religiões Afro-brasileiras, Teologia



ABSTRACT



African-Brazilian religions' theology have as objects of study the thought, the cosmoview and socio-cultural and spiritual phenomena of religions of african-brazilian matrix or simply Brazilian religions.

African-Brazilian religions have as a fundamental characteristic Oral Tradition, that is, knowledge is linked together in inheritance and passed from generation to generation,constituting the epistemic, social, ethical cores and above all the faith and rituals that express the myths and beliefs.

In these religious traditions, the fundamental concept is grounded in individual and collective experience of supernatural deities - Orishas (the concept Jeje-Nago) taken as a parent or Divine genitors or the Ancestors - Parents of lineages.

Keywords: Bara, Cosmoview, Ori, Afro-Brazilian Religions, Theology


RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS-TEOLOGIA-ORI/BARÁ

INTRODUÇÃO

A Teologia das religiões afro-brasileiras tem como objeto de estudo o pensamento, a cosmovisão e os fenômenos sócio-culturais e espirituais das religiões de matriz afro-brasileiras ou simplesmente brasileiras.

As religiões afro-brasileiras têm como característica fundamental a Tradição Oral, ou seja, o conhecimento se encadeia na herança deixada e transmitida de geração a geração, constituindo os núcleos epistêmicos, social, ético e principalmente da fé e rituais que expressam os mitos e as crenças.

Nestas tradições religiosas o conceito fundamental é calcado na vivência coletiva e individual das divindades sobrenaturais – Orixás (no conceito Jejê-Nagô) tidos como Pais ou Genitores Divinos ou dos Ancestrais – Pais de Linhagens.

Tanto uns como outros, assim como tudo que tem existência se manifestam em dois planos: o natural e o sobrenatural. O natural (Aiyê) é manifestação do sobrenatural (Orun). Portanto tudo tem duplicidade, e isto é fundamental no entendimento do pensamento dos afro-brasileiros.

Outro conceito basilar é o de Existência. A existência pode ser genérica (matéria indiferenciada) ou individualizada (matéria diferenciada). É digno de nota, que em outros textos disponibilizou-se o conceito de princípios genéricos manifestos por intermédio da simbologia das três cores: branco, vermelho e preto. Nisto se alicerça o conceito de Axé- Princípio Fundamental, dinâmico, que permite o realizar e ao mesmo tempo seu desenvolvimento.

Após as considerações supra, temos que aditar que o ser humano é constituído por elementos coletivos, representações deslocadas de entidades genitoras míticas ou divinas e ancestrais ou antepassados (de linhagem ou família) e por combinação de elementos que constituem sua especificidade, ou seja, sua unidade individual (ELBEIN)

Segundo conceitos já discutidos podemos associar a existência no aiyê (terra – mundo natural) a:

Ara – matéria – porção ou “corpo”

Bara – oba – ara – “rei do corpo” – A existência – vida – realização

Emi – respiração – ser vivo individualizado – o espírito

Ori – a cabeça (destino – consciência individualizada)

O conceito de Ori está associado a destino. Adquirir um Ori é possuir destino, consciência individualizada, sendo esta a condição necessária e suficiente para o “ser humano” completar seu ciclo existencial – ato primeiro: nascimento.

Quanto ao destino a “modelação” das cabeças associa-se a odu – signo que aponta, não de forma imutável, o destino do indivíduo. Ao contrário, o indivíduo é livre para se manifestar, mas as adversidades podem ser em decorrência de se afastar muito de seu odu-signo, algo que pode ser reescrito, retificado por intermédio de vários rituais de fundamento preceituados por Orunmilá-Ifá – o Orixá do destino.

O presente “discurso” da Tradição Oral do Ori/Bará – Corpo/Cabeça (como unidade indivisível) se propõe discutir relações espirituais (anímicas-ori) com o sistema nervoso, o encéfalo e nele o cérebro, pois além do mesmo estar na cabeça (encéfalo-dentro da cabeça) pode ser o ponto de equivalência do Ori Aiyê ou Ori Inu a contra parte do Ori Orun, representado pela cabaça ritualística ou louça denominada Ibá-ori.

SUMARIZANDO O SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O protoplasma, o principio vital, pode ser caracterizado por três propriedades fundamentais: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade.

À guisa de exemplo cita-se a ameba (protozoário-unicelular), como o modelo inicial e que explica as modificações no processo filogenético do sistema nervoso central.

A irritabilidade ou sensibilidade permite que a ameba detecte as modificações do meio externo. Quando reage a esse estímulo é que houve a condutibilidade. A resposta pode se manifestar por um encurtamento – contratilidade. Ela foi sensível e conduziu informações sobre o estímulo a outras partes da célula determinando retração de um lado e emissão de pseudópodes do outro.

No processo da evolução filogenética encontra-se basicamente na extremidade das células nervosas (neurônios) situadas na superfície desenvolveu-se uma formação especial denominada receptor (recepção). O receptor transforma vários tipos de estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos que podem, então, ser transmitidos ao efetuador, músculo ou glândula.

O que se deseja discutir de forma sumarizada é que o sistema nervoso central só surgiu após muitas experimentações ou desenvolvimento filogenético, sendo o sistema nervoso central do ser humano, a forma equilibrada e mais desenvolvida.

O que se supõe é que o sistema nervoso difuso (celenterados) foi evoluindo e nos platelmintos e anelídeos foi substituído por um sistema nervoso central (centralização do sistema nervoso).

Assim surgiram os neurônios sensitivos ou aferentes e os neurônios motores ou eferentes. São aferentes os neurônios, fibras que trazem impulsos a uma determinada área do sistema nervoso e eferentes os que levam impulsos desta área. Portanto, aferente é o que entra e eferente ao que saí de determinada área do sistema nervoso.

Depois deste sumário filogenético, onde se observou que o sistema nervoso central é recente no processo de evolução das espécies (o que será importante quando se discutir o “adquirir ori”)

No processo embriológico do sistema nervoso encontraremos três dilatações no tubo neural (que dá formação ao sistema nervoso no embrião): o prosencéfalo (telencéfalo e diencéfalo); mesencéfalo e rombencéfalo, (metencéfalo e mielencéfalo).


CONCEITO BÁSICO DO FUNDAMENTO ORI/BARÁ

No estudo ligeiro do Sistema Nervoso observou-se que a evolução foi do sistema nervoso difuso para o central, ou seja, no início da vida planetária não havia “cabeça” ou centro diretor representado pelo Sistema Nervoso Central basicamente: cérebro (telencéfalo e diencéfalo), tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e cerebelo. A medula completa as estruturas. O encéfalo compreende todas as estruturas anatomo-fisiológicas citadas, exceto a medula espinhal.

Como se discutiu em outros textos sobre ori/bara, neste deseja-se demonstrar que a evolução biogenética permitiu que os “espíritos” pudessem adquirir um ori/bará, isto é, o corpo humano propicia forma de manifestar o ori (destino) e seu aperê (suporte).

Não se está afirmando que o cérebro é o Ori. Mesmo o ori ayê (cabeça física) não é o cérebro, mas aspectos tangíveis (conscientes) da mente. Claro está que não associamos o cérebro à mente. Quanto muito se afirma que o mesmo é manifestação, veículo da mente.

No que concerne ao Ori-Inu (dentro da cabeça) pode-se associar ao aspecto quintessenciado da glândula pineal ou epífase tida por muitos como a glândula da vida espiritual ou repositório vivo do Ori-Inu ou destino, que é motivo de culto, louvação e oferenda, algo que é consolidado na cabeça (crânio) do indivíduo e no Ibori (cabaça de Ori)

No término desta introdução cita-se um texto do livro – Os Nagô e a Morte – Juana Elbein dos Santos, 1ª edição, onde melhor se entenderá o conceito desenvolvido e como conclusão disponibiliza-se o vídeo “Religiões afro-brasileiras-Teologia- Fundamento Ori-Bará”.

“Eles jogaram Ifá para Ajalá (fazedor de todas as cabeças). Ajalá é aquele que Oludumare designou para modelar ori (no ode orun). É um Orixá antigo. Ele modela ori todos os dias e os põe no solo. Aquele que vai do Ikolé-Orun para o mundo é obrigatório que ele chegue até Ajalá para ter uma cabeça. Quando ele aí chega pode fazer sua escolha.

Os que trabalham com Ajalá são: Orixalá-Ejiogbe, OyeKu-meji, Iwori-meji, Odi meji, Irosun meji, Oworin meji, Obará meji, okanran meji, ogundá meji, Osa meji, Ika Meji, Oturopon meji, Otura meji, irete meji, oxé meji, ofun meji. Eepa à (nosso respeito a todos eles). Todos esses odu que com Axetua são dezessete, trabalham com Ajalá em modelar ori todos os dias.

A porção retirada na qual cada ori é modelado é o Egun Ipori (matéria ancestral). Cada um deverá venerar sua matéria ancestral para prosperar no mundo e para que ela venha a ser seu guardião.” ELBEIN, Juana. Os Nagô e a Morte. Ed. Vozes.1978.




CONCLUSÃO

A conclusão esta disponibilizada no vídeo “Religiões afro-brasileiras-Teologia- Fundamento Ori-Bará. Axé!






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O DESPERTAR ESPIRITUAL





O DESPERTAR ESPIRITUAL

A REVOLUÇÃO DE TODAS AS REVOLUÇÕES

A consciência de milhares de pessoas está a um passo de um grande despertar.

Não demorará muito para que pela primeira vez na história do plano terrestre, possamos experimentar a primeira escala de despertar em massa, em termos de números isto não chegará a 0,1% da humanidade, mas, alguém já conseguiu imaginar que na terra pudesse um dia existir simultaneamente milhares de Cristos ressuscitados, Budhas despertos, Krishnas divinizados, ou seja, milhares de seres humanos plenamente realizados vivendo como contemporâneos?

Como em todos os demais momentos cruciais da história, onde um pequeno grupo de pessoas, representaram a força motriz de um processo de mudança, todavia nesta revolução não será diferente, mesmo tratando-se de uma revolução espiritual pois, através desta as pessoas não serão usadas em sua inconsciência como massa de manobra e simplesmente manipuladas para que um grupo determinado possa atingir um fim, muito pelo contrário, tudo será compartilhado e servirá para a elevação da consciência coletiva.

A espiritualidade representa a revolução mais profunda, silenciosa e visceral da cultura humana, porque a revolução espiritual transcende toda a lógica comum e vai muito além de qualquer ideologia já pensada em bases limitadas e utópicas, sem dizer que esta tem como base uma matriz que é a oposta de toda a matriz da dinâmica da psicologia do ego.

Enquanto o ego lança o homem a um estado selvagem e primitivo cujo alicerce de relação primordial entre os seres está baseado no julgamento, no medo, na competição, na disputa, na luta, na barganha e no interesse unilateral a dinâmica espiritual estabelece o perdão, o ágape fraterno, a colaboração, a ajuda mútua, a fraternidade e o amor ao próximo como a base da verdadeira comunicação e alicerce das relações humanas.

Enquanto o ego está sempre preocupado em receber e busca com voracidade tudo para si, alimentando o espírito capitalista do consumismo alienado que caminha em direção a um comportamento doentio e destrutivo que gera desequilíbrio em todo o planeta, a espiritualidade reconhece no interior de cada indivíduo a verdadeira fonte de riqueza, realização e plenitude, contribuindo para o fundamento concreto de uma nação universal sem fronteiras, pacífica, construtiva e verdadeiramente saudável.

Enquanto a história da revolução humana tem por relevo e destaque as mudanças econômicas e as relações de produção de cada época, a revolução espiritual vai muito além, porque supera todos os paradigmas humanos, modificando não somente o modo do homem de produzir e gerar riquezas, mas de se relacionar consigo, com seu semelhante, com a natureza, colocando-o como o valor central de todos os valores, retirando assim o capital do ponto central das bases e motivações do agir humano.

As linhas gerais da natureza apontam para o início de uma transição da consciência planetária que está muito além daquilo que a velha mente preconceituosa tenta denominar pejorativamente de místico e supersticioso, entretanto, a expansão da consciência como fenômeno observável dentro da psicologia social vigente desprovida do academicismo, prova dia e mais dia que o número de indivíduos que caminham nesta direção se multiplicam de uma forma nunca antes vista e, portanto afirmo com convicção, estamos no limiar de uma nova era, como muitos já vem anunciando a tempos.

Certamente a educação terá um papel fundamental, como já está tendo um papel crucial neste processo, uma educação holística que não alimenta a patologia do desenvolvimento unilateral, mas que contribui para uma visão global de ser humano, auxiliando na transição de uma sociedade "patriarcal" e animalista para uma sociedade natural humanista, pode-se dizer que a transformação do individuo por esta nova educação é a base desta revolução.

Bem vindo a revolução de todas as revoluções, bem vindo ao Despertar Espiritual!

fonte::http:dedentrodamatrix.blogspot.com
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ABANDONANDO PALAVRAS E OUTROS SÍMBOLOS E CAMINHANDO SENTIDO O INATINGÍVEL







ABANDONANDO PALAVRAS E OUTROS SÍMBOLOS E CAMINHANDO SENTINDO O INATINGÍVEL

Durante a jornada rumo ao "profundo", o principiante valoriza por demais as palavras, os discursos, as idéias, os livros sagrados, as interpretações dos livros sagrados, etc.

Há um certo vislumbramento diante de um mundo novo, uma ansiedade por integrar rapidamente muitas informações e experiências, um empolgação semelhante a da criança diante de uma nova brincadeira.

Mas o tempo do amadurecimento interno não se assemelha em nada ao tempo capitalista que corre neuroticamente contra tudo e todos, por que tempo é dinheiro, e onde se anseia por resultados que sejam os mais imediatos possíveis.

Algumas pessoas não amadurecem e permanecem a vida inteira presa a aspectos externos e ritualísticos, a símbolos, costumes e tradições e, principalmente, a discursos, a teoria, a princípios rígidos, a defesa da fé.

O tempo para o amadurecimento interno, se assemelha mais com a relação estabelecida entre o homem do campo e a natureza, onde se trabalham os processos de cultivar a terra, o plantio, o cuidado com o plantio, até chegar o momento do broto romper a casca, de surgirem as mudas, de cuidar-se das mudas, ou seja, são obedecidos ciclos naturais

Há todo um processo natural onde o trabalho consiste em criar condições necessárias para que o resultado surja de forma espontânea.


Podemos portanto comparar as palavras, os discursos e as discussões a enxadas, garfos, pás, material de arado e nossas primeiras esperiência internas como sementes e, conforme este processo vai tornado-se mais profundo, começamos aos poucos a abandonar tais ferramentas e nos voltamos para o silêncio, nossos primeiros insights são como o romper da semente e a partir disso, o caminho para estabelecer contato com o sagrado, torna-se contemplativo, pacificador, buscamos silenciar a mente e a aprender através da voz do silêncio.


Vamos abandonando as palavras e outros símbolos e caminhando sentido o intangível, sem necessidades de provar nada a ninguém ou de estabelecer posturas e novos papéis, simplesmente nos abrimos a uma experiência que está além daquilo que pode ser expresso ou controlado por nós mesmos, pelo contrário, aqui nos rendemos a manifestação da Grande Vida e permitimos que a experiência da verdade possa nos alcançar e, assim, nosso trabalho é simplesmente nos tornar disponíveis ao sagrado.

É neste instante que o silêncio se torna mais importante do que as palavras e, entendemos por que nos diz o ditado que;

"a palavra é de prata mas que o silêncio é de ouro".

fonte:dedentrodamatrix.blogspot.com
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O PRIMEIRO PASSO PARA A EVOLUÇÃO







O PRIMEIRO PASSO PARA A EVOLUÇÃO

No caminho da evolução, cada pessoa vai dar o seu primeiro passo de forma diferente. E daí em diante é um longo percurso, pois a evolução não tem fim. Mas o caminho da nossa evolução como consciência passa necessariamente pela libertação de crenças que acatamos sem questionar.

Criamos um deus à nossa imagem e semelhança e não temos noção do quão imenso é o universo, o quanto somos pequenos e menores ainda nossos problemas.

Neste caminho da evolução teremos que fatalmente passar pela libertação de nossos processos emocionais, que são todos derivados de nossa imensa carência. Sentimos inveja porque não acreditamos na nossa capacidade de conseguir as coisas, então queremos que o outro também não tenha e assim nos sentimos menos diminuídos.

Temos ciúmes porque pensamos que somos donos do outro e temos medo da solidão o que já é uma carência. Ficamos magoados porque achamos que o outro deveria fazer tudo como queremos, então emburramos na tentativa de manipular o outro.

A raiva é a campeã, sempre sentimos raiva quando qualquer coisa não sai exatamente do jeito que queremos. O outro não pode ter uma opinião diferente da nossa, o trânsito tem que fluir no nosso ritmo, o clima nunca está bom, as filas não deveriam existir, e por aí vai.

Somos capazes de ficar horas remoendo uma discussão e contamos para mais umas dez pessoas com a mesma emoção do momento. Quanta energia desperdiçada com algo que não acrescenta nada! Se formos pensar bem: como somos mimados, infantis!

Quanto maior a importância que damos a estas situações quanto mais tempo perdemos nestes contextos, mais permanecemos ancorados nos chacras emocionais e não evoluímos.

Não é fácil nos livrarmos de tudo isso, mas temos que começar dando um passo de cada vez.

Observar nossas reações, nossos pensamentos, nossas emoções a todo tempo, questionar por que aquilo nos deixou deste jeito, fazer anotações.

Começar a usar o discernimento a cada situação ao invés de reagir instintivamente. Deixar de perder tempo e energia com coisas que não nos acrescentam nada de positivo. Evoluir significa libertar-se de tudo que nos escraviza e nos faz sofrer. Para isso, basta decidir dar o primeiro passo!

Artigo escrito por Ana Maria Caixeta, CEC(Centro de Estudos da Consciência).
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O PAPEL DAS CORES NO MUNDO EXTRA-FÍSICO




O PAPEL DAS CORES NO MUNDO EXTRA- FÍSICO

Posted by Administrador em julho 19, 2011

Emanamos sempre energias. Os sensitivos conseguem perceber as cores de nossos chacras. Os que não são perceptivos para coisas extras-físicas, mas que possuem bom poder de observção, irão analisar as cores de nossa roupa, objetos que utilizamos, etc., influindo em muitos campos interelacionais de maneira consciente, mas na maioria das vezes inconsciente. Há porém quem explore estas nuances, estimando que nossas atitudes e preferências se refletirão em nosso ambiente de trabalho. Quase todos os executivos de grandes empresas atuamente, são hábeis na percepção da leitura corporal, e aí se baseiam nas reuniões de admissão de colaboradores, análise de performance de funcionários antigos, etc. Deste modo conseguem “adivinhar” o interesse, o cansaço, o enfado, a raiva, a insegurança, tudo através de expressões corporais que vem de dentro e se manifestam no corpo. Por outro lado, nós somos o que pensamos e construímos uma ambiência mental ao nosso redor, a partir da irradiação dos pensamentos bons ou menos bons. E por sua vez, sabemos que os pensamentos nascem da inteligência, que é atributo espiritual. Há os sensitivos que percebem estas nuances de nossa personalidade, que se refletem como cores enamando de nossas auras.
Na Umbanda, há uma relação das cores e os orixás, de modo que as pessoas podem ter preferências por cores que não por acaso, são as do seu Pai ou Mãe de cabeça. Com algumas variações regionais, a cor branca se relaciona ao Pai Oxalá, Pretos Velhos e Almas. A cor azul é correlacionada com Oxum , e às vezes com Iemanjá. Marrom para Xangô, Verde para Oxóssi, vermelho para Ogum, rosa para as crianças, roxo para Nanã, branco e preto para Omulu e Pretos Velhos, preto e vermelho para os Exus. Quanto aos nossos centros vitais ou chacras, o primeiro, que se chama chacra básico ou raiz, emana a luz vermelha. O segundo ou umbilical, tem cor laranja. O Plexo Solar, a luz amarela. O chacra cardíado tem a cor verde, mas tambem a cor rosa. O quinto chacra ou laríngeo possui cor azul clara, o sexto ou frontal, o azul índigo e o sétimo ou coronário apresenta a cor violeta.


Estas cores serão da aura de uma pessoa, de acordo com qual chacra estiver pulsando mais. Mesmo que não consigamos ver as auras uns dos outros, de algum modo captamos suas emissões de energia, que irão nos cativar e atrair, ou produzir profundo desagrado e nos afastar.
As cores tambem fazem parte de um tipo de onda de energia, que permanece vibrando nos tratamentos terapeuticos de diferentes doenças físicas e sobretudo do estudo. A emissão de uma determinada cor a partir de uma ordem mental de alguem que tem forte poder eletromagnético, pode ser altamente curativa. Não é à toa que estudiosos chamam o uso das cores como elemento terapêutico, denominando esta técnica de “Cura Quântica”.Ao mentalizarmos positivamente uma cor, intuitivamente estaremos utilizando as propriedades daquela cor.
Voltando à nossa Umbanda, por exemplo, Ogum, tem o vermelho como cor representante. O vermelho remete à atividade, impulsividade, coragem, vitalidade, mas num sentido negativo pode induzir cólera intempestiva. Os filhos de Ogum possuem tambem estas características, e devem se esforçar para aprimorar as qualidades e evitar o lado negativo. O verde de Oxóssi, sempre nós dará a idéia de Cura, desfazer processos inflamatórios, circulatórios, doenças somáticas. O verde claro emana uma energia de limpeza, enquanto que o verde mais fechado tem forte ação anti inflamatória, regeneradora e antisseptica. E vemos que no grande panorama Cósmico, os caminhos se encontram, e as informações chegam a quem busca, de forma harmoniosa e complementar.
Aprendemos que Oxóssi pertence às matas verdes e exerce na Linha de Umbanda o poder de Cura e Proteção. O tom violeta é sedativo dos nervos motores, do sistema linfático, ajuda na recuperação de inflamações. O violeta (roxo) é a cor relacionada à Nanã, Iabá que se move lentamente, mora nas nascentes e locais lodosos ( que podemos comparar à linfa). Tem ação calmante sobre sue filhos. O azul, relacionado à Oxum e tambem à Iemanjá, traz a propriedades de renovação, superação, equilíbrio, limpeza.
Tambem Tribuem a cor dourada à Oxum. Não é uma cor natural, mas sim, sobrenatural. Aparece sempre como símbolo da realeza ou referente ao mundo mágico. É princípio e fim da alquimia e da pedra filosofal, sendo sinônimo de riqueza, poder. O rosa é a cor do amor incondicional, da compaixão e ajuda a expressar os sentimentos. Não por acaso compartilha com o verde a cor do chacra cardíaco. Já o branco contém em si todas as cores, com todas as suas propriedades, e não é por acaso que o branco é atribuído ao nosso Pai Oxalá. Cor da clareza, pureza e iluminação. Cor da inocência, verdade e integridade. Cor que irradia luz. O branco contém todas as cores e as destaca. Cor do chacra coronário, junto do viotela.



A utilização terapêutica das cores, chamada Cromoterapia, está intimamente ligada ao antigo Egito assim como a própria Medicina. O vínculo da Medicina ao Egito data de 2800 a.C. com IMHOTEP, considerado o Pai Universal da Medicina, pois foi ele quem escreveu os primeiros livros de Medicina, em rolos de papiros. E também foi ele quem fundou a primeira Escola de Medicina. Séculos mais tarde, Hipócrates (460-377 a.C.), médico grego, esteve no Egito estudando a matéria Médica com os sacerdotes-médicos, durante três anos.
De retorno a Cós, sua cidade natal, fundou a primeira Escola de Medicina da Grécia e elaborou o Juramento Médico baseado nos escritos de Imhotep. Vamos listar abaixo as vibrações coloridas emanadas dos alimentos, e bem utilizadas nos trará sempre equilíbrio e saúde: Alimentos de cor vermelha, laranja e amarela têm efeito alcalino. Alimentos verdes não são nem ácidos nem alcalinos: são neutros. Alimentos de cor azul, índigo e violeta têm efeito ácido. Alimentos vermelhos: carne, todas as frutas de casca vermelha, todos os vegetais vermelhos, agrião, beterraba, repolho roxo, cerejas, pimentão vermelho, cebola, uvas, rabanete. Alimentos laranja: cenouras, laranjas, abóboras, milho, damascos, tangerinas e pêssegos. Alimentos amarelos: damascos, manteiga, gemas de ovos, cenouras, milho, toronja, manga, melão, tutano, frutas de casca amarela e hortaliças amarelas. Alimentos verdes: hortaliças verdes e frutas dessa cor. Alimentos azuis: a maioria das frutas azuiz, como as ameixas, mirtilos, peixe, vitela, aspargos e batatas. Alimentos índigo: são os mesmos descritos em alimentos azuis e alimentos violeta. Alimentos violeta: berinjelas, brócolis-vermelho, beterraba, uva moscatel, amoras pretas.
Alex de Oxóssi






Rio Bonito – RJ

Fontes: http://www.kalinkababuska.com.br/cromoterapia/marrom.php http://pt.scribd.com/doc/19137/capitulo40 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bem-estar-cromoterapia/cr... http://www.cromoterapia.org.br/ Do site http://www.eusouluz.iet.pro.br/cromoterapia.htm trouxemos as cores dos alimentos propiciando a saúde Imagens: Google Imagens
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Esta entrada foi publicada em julho 19, 2011 às 10:47 am e é arquivado em ORIXÁS,UMBANDA.

O ENSINO DE FILOSOFIA E O MISTÉRIO DA ENCRUZILHADA







O ENSINO DE FILOSOFIA E O MISTÉRIO DA ENCRUZILHADA

Diz a sabedoria nagô que a encruzilhada suscita movimento e mistério,
reino de Exu, o ponto de interseção de um feixe de caminhos, se traduz como o momento da escolha, seu ônus e seu bônus.

De um lado, existem aqueles que tomam seus rumos decididamente e não
pensam nas demais possibilidades, aparentemente não escolhem, decidem.
Entretanto, a decisão é por si só uma escolha, seja ela consciente ou não.

De outro lado, existem aqueles que, contrariamente, têm imensa dificuldade em escolher, se mantêm nas encruzilhadas por longos períodos, regidos pelo “e se”,inconscientes de que a não escolha é também, por si só, uma decisão, reduzem seu universo ao ambiente da encruzilhada, em si mesmo movimento, ponto de chegada e de partida do e para o mundo.

A encruzilhada é o ambiente da aporia e da dialética, seara de Exu, nela
todo sentido torna-se o contrário do esperado, todo não sentido ou objeto da não escolha se traduz como dúvida e angústia.

Eis o mistério da encruzilhada: optar é sempre negar.

Filosofia é encruzilhada. Agem como Exus aqueles que atribuem à Filosofia o poder de ensinar a refletir, já que é próprio de Exu confundir; do ponto de vista da encruzilhada todos os caminhos se assemelham e é isso que produz a dúvida, é isso que dificulta ou impede a escolha.
Em filosofia a encruzilhada de todos os caminhos é a não solução, já que toda solução pressupõe seu contrário, seu avesso, seu oposto e seu complemento.

Cabe à filosofia não escolher e, com isso, suscitar escolhas. Somos
aprendizes de Exu, nos iniciamos na arte de dissimular, de mostrar como verdade o que contradiremos logo a seguir.

Como Exus somos capazes de produzir mundos mágicos, abstratos, sem qualquer tipo de concretude, inventamos a felicidade, a liberdade, o infinito, o eterno e, no auge da criatividade, inventamos Deus, entes metafísicos, improváveis, mas graças às lides de Exus, absolutamente pensáveis, caminhos múltiplos de uma encruzilhada invisível e, nelas, escolhemos, decidimos,nos irmanamos, nos indispomos e nos contrapomos, erguemos fundamentos igualmente invisíveis, dizemos com a maior firmeza que quando duas ou mais pessoas estão reunidas em nome Dele, ali se ergue uma igreja.

Isso nos leva a uma outra manobra de Exu:
a metáfora, o sentido figurado;essa manobra nos permite dar às palavras sentidos absolutamente improváveis,um arsenal poderoso para aquele que aprendeu com ele a lição das lições: a retórica, o discurso, a mágica da significação. As palavras têm poder, formam corpos-pensamento, são capazes de alterar o humor, de depor reis, de destruir e erguer impérios. Essa manobra habilidosa de Exu possibilitou aos seus devotos dominar a própria natureza em seu duplo sentido: em si mesma e para nós próprios.

A natureza em si é aquela que nos faz acreditar na nossa capacidade
criadora e, a partir disso, nos transporta para fora dela; ao passo que a natureza para nós é a massa informe que moldamos à nossa imagem e semelhança, um jogo de palavras com tamanho poder realizador que produziu as duas filhas diletas do homem: a matemática e a ciência.

Filosofia é encruzilhada de tal monta que é possível, graças a Exu, destituir lhe a paternidade e filosofar sem se sequer mencionar os gregos.

Guilherme Augusto Rezende Lemos
fonte:http://www.hispanista.com.br/artigos%20autores%20e%20pdfs/307.pdf
HISPANISTA - Vol XI nº 40 – Enero – Febrero - Marzo de 2010
Revista electrónica de los Hispanistas de Brasil - Fundada en abril de
2000 ISSN 1676-9058 ( español) ISSN 1676-904X (portugués)
AUREA OLIVEIRA - Blog Umbanda Online

O SEXTO SENTIDO SENSORIAL







O SEXTO SENTIDO SENSORIAL

Reflexões acerca da Mediunidade e sua real natureza

Todo aquele que nasce num corpo sadio traz consigo cinco sentidos sensoriais que chamamos de básicos: audição, visão, tato, olfato e paladar. É natural ao ser humano muitas vezes não dar tanta atenção à complexidade desses sensores, talvez porque sejam comuns a todos e são estimulados e vivenciados desde que nascemos.

A criança

Aos pais mais atentos, é possível perceber o processo de maturação destes sensores no indivíduo. A criança nasce com a visão muito turva, que vai "clareando" ou "amadurecendo" num prazo de até seis meses, após este período é que a criança realmente enxerga o mundo a sua volta. O tato é mais sensível pela boca, por isso é que a criança até seus dois anos terá o hábito de levar tudo à boca, pois é a partir da sensibilidade oral que a criança percebe, diferencia e processa texturas, formatos, consistências, bem como o paladar.

O adulto

Bem, para nós já adultos, andar e correr é algo "automático", não precisamos de esforços e cálculos, entretanto observe uma criança no início da aprendizagem, há medo, calcula-se bem um ou dois passos, é preciso ter algumas certezas, algo a se apegar para não cair, dar três ou quatro passos, por algum período é um desafio incrível e a sensação de satisfação e superação ao atingir o objetivo, que normalmente é sair do braço da mãe e andar quatro passos aos braços do pai, é impagável.

O assunto

Toda esta introdução é para que possamos refletir sobre a mediunidade como mais um sentido sensorial com o qual todos nascem, reservando suas particularidades e especificidades, a mediunidade está para todos e é um sensor como os acima citados, porém este "sexto sentido" vem à luz do indivíduo mais tardiamente, comumente na adolescência, sem regras; pode acontecer já na maturidade bem como em tenra infância.

Já superamos o período histórico em que a mediunidade fora tratada como histeria, loucura ou possessão demoníaca.

Quando a mediunidade se apresenta num meio familiar em que o ambiente é de espiritualistas, tudo será mais fácil, entretanto cabem algumas considerações em todas as circunstâncias.

Vemos a mediunidade ser tratada ao longo dos tempos como um "dom supremo", coisa de gente "super dotada espiritualmente", fantástico, seres superiores e coisa do tipo, há também aqueles que tratam a mediunidade como uma castigo, uma penitência, um karma, uma dívida...

A fantasia...

Respeito a credulidade alheia, mas desculpe... Mediunidade não é nenhuma das opções acima, tampouco se trata de coisa de mutantes, X-men, super herói, nada disso. Todavia, justamente por estas proposições acerca da mediunidade é que quando ela desabrocha num ambiente sem estudo e condução coerente acaba por dar vazão a uma fértil criatividade ilusória perigosa para a vida social e espiritual do indivíduo. É assim que vemos "incorporações" do cavalo de Ogum relinchando no meio do terreiro, vemos o corcunda de notre dame na linha de exus, caboclo cego, preto velho paralítico e tantas outras aberrações comportamentais...

Mediunidade enfim...

Retomando a ideia da mediunidade como um sentido sensorial como os demais básicos, a mediunidade deve ser observada com seriedade e bom senso.

Desenvolver a mediunidade é um processo natural, importante e necessário a todos. Entenda o sentido de desenvolver a mediunidade como um processo de conhecimento, aceitação, exercício e maturação do sentido.

Ilustrando o conceito...

Sempre costumo comparar o seguinte: eu tenho minha audição em perfeito funcionamento, também tenho um paladar funcionando etc. Mas meu ouvido não é como o de um músico estudioso, treinado e disciplinado.

Quando ouço uma música, simplesmente ouço o conjunto dos instrumentos que embalam minha audição, entretanto um músico percebe as notas musicais, os vários instrumentos e até pode indicar o que está ou não afinado ou no compasso ideal. Eu não sei tocar instrumento algum e, portanto, jamais, nesta condição, poderei escutar uma música e reproduzi-la em qualquer instrumento. Posso mudar isso, estudando música e instrumento, me dedicando, exercitando e praticando muito, daqui alguns anos poderei estar apto a isso, mas já que me coloquei como exemplo, neste caso me falta também talento (risos).

O que quero dizer é que audição todos temos, porém alguns exercitam mais este sentido, apuram a capacidade de ouvir e lidar com os sons.

Nem melhor, nem pior...

Por isso não existe mediunidade melhor ou pior, superior ou inferior. Existe sim a mediunidade no indivíduo, este pode ou não amadurecê-la, pode ou não entendê-la e pode ou não praticá-la conscientemente.

Tirar a mediunidade do foco da sobrenaturalidade penso que seja o principal caminho para iniciar um relacionamento maduro com este sentido, que precisa de cuidados importantes. Faz parte do nosso organismo.

Exercite...

Se os músculos não forem exercitados, poderão atrofiar e gerar graves doenças e limitações ao corpo. Com a mediunidade também, se não for exercitada no mínimo se mantém estacionada.

Há quem diga "Faz trinta anos que sou médium", no entanto faz vinte anos que não pratico!?!

Trinta anos de mediunidade mal praticada não valem cinco anos de uma mediunidade ativa, praticada com estudo e bom senso.

O tempo determina muita coisa na mediunidade, como o músculo, você não define um músculo indo à academia uma vez por mês por meia hora. Se não houver disciplina, rotina e cuidados, esqueça braços, peitorais e abdômen definidos. De modo que a vivência disciplinada e o exercício rotineiro da mediunidade permitem que a cada dia de prática mediúnica este sentido se fortaleça, amadureça, amplie e alinhe.

É com o tempo também que o médium vai criando estabilidade vibratória, confiança e autonomia mediúnica.

Afinal de contas...

A mediunidade é algo mais natural do que pensamos, são muitos os tipos de mediunidade, você não terá a mediunidade que quer, mas a que te pertence, então procure conhecê-la e faça dela o melhor uso possível.

Pense nisso:

Mediunidade não é angelical e nem maligna, o uso que você fará dela é que determinará sua utilidade!

Grande abraço!

Rodrigo Queiroz
Blog Umbanda Online

A NOITE NEGRA DA ALMA







A NOITE NEGRA DA ALMA

Que é a Noite Negra da Alma?

Trata-se de um termo há muito usado pelos místicos para denotar certo estado emocional e psicológico, assim como para indicar um período de testes por que todo mortal passa alguma vez em sua vida. Essa Noite Negra da Alma é caracterizada por uma série de fracassos; o indivíduo experimenta muitas frustrações. Qualquer coisa que o indivíduo se propõe a fazer parece carregada de incertezas e obstáculos. Não importa o quanto ele tente ou que conheci­mentos aplique, o indivíduo se sente amarrado. Quando prestes a se concretizarem, as oportunida­des parecem escapar de suas mãos. Coisas com as quais ele muito contava, não se realizam. Seus pla­nos tornam-se estáticos e não se concretizam. Ne­nhuma circunstância lhe oferece solução ou enco­rajamento quanto ao futuro. Este período é reple­to de desapontamento, desânimo e depressão.

Durante esse período, o indivíduo sente-se for­temente tentado a abandonar seus mais acalenta­dos ideais e esperanças, tornando-se extremamente pessimista. O maior perigo, contudo, é sua tendên­cia de abandonar todas aquelas coisas às quais atribuía grande valor e importância na vida. Ele pode achar que é inútil continuar seus estudos místicos, suas atividades culturais e sua afiliação a entidades filantrópicas. Caso ceda a essas tentações, estará realmente perdido. De acordo com a tradição mística, este é o período em que a fibra da personalidade-alma é testada. Suas verdadeiras convicções, sua força de vontade e seu merecimento de maior iluminação são colocados à prova. Se o indivíduo sucumbe a essas condições, embora a frustração e o desespero possam diminuir, ele não conhecerá o júbilo da verdadeira conquista na vida. Daí por diante, sua existência poderá ser medíocre e ele não experimentará verdadeira paz interior.

Não se trata de algum tipo de punição imposta ao indivíduo. Como evidenciam os ensinamentos místicos, não é uma condição cármica. É, isto sim, uma espécie de adaptação que o indivíduo deve fazer dentro de si mesmo para evoluir a um nível mais elevado de consciência. É uma espécie de desafio, uma espécie de exigência de que a pessoa re­corra à introspecção e promova uma reavaliação de seus ideais e objetivos na vida. Uma exigência de que a pessoa abandone interesses superficiais e se decida sobre o modo em que deve utilizar sua vida. Não significa que o indivíduo deva abandonar seu trabalho ou meio de vida, mas, que ele deve reestruturar sua vida futura. A Noite Negra o faz perguntar-se sobre quais as contribuições que ele pode fazer à humanidade. Faz com que ele descubra seus pontos fracos e fortes.

Se a pessoa fizer esta auto-análise durante a Noite Negra ao invés de apenas lutar contra suas frustrações, toda a situação mudará para melhor. Ela passa a ter domínio sobre acontecimentos que concluiu serem meritórios. Mais cedo ou mais tarde, então, advém a condição que há muito os místicos chamam de Áureo Alvorecer. Subitamente, parece haver uma transformação: a pessoa torna-se efervescente de entusiasmo. Há um influxo de idéias estimulantes e construtivas que ela sente poder converter em benefícios para sua vida. Todo o novo curso de sua existência é promissor. Em contraste com as condições anteriores, sua nova vida é verdadeiramente áurea no alvorecer de um novo período. Acima de tudo, há a iluminação, o discernimento aguçado, a compreensão de si mesmo e de situações que antes não compreendia.

Aqueles que não têm conhecimento deste fenômeno mas que no entanto perseveram e superam a Noite Negra da Alma, tomam-se algo confusos pelo que lhes parece uma transformação inexplicável em seus afazeres e obrigações. Particularmente estranho lhes parece o que acreditam ser alguma energia ou combinação de circunstâncias externas que produziu a mudança.

Eles não percebem que a transformação ocorreu em sua própria natureza psíquica como resultado de seus pensamentos e vontade.

Quando é que começa a Noite Negra da Alma? Em que idade ou período da vida ela ocorre?
Podemos responder que normalmente ela se sucede ao fim de um dos ciclos de sete anos, como 35, 42, 49, 56, 63... anos de idade. Ela ocorre com mais freqüência no fim do ciclo dos 42 ou 49 anos, e muito raramente aos 63 ou além.

Quanto tempo ela dura?
Em verdade ninguém pode responder esta pergunta pois sua duração é individual. Depende de como a pessoa tenha vivido; de seus pensamentos e ações. Contudo, enfatizamos uma vez mais: A Noite Negra não advém como punição pelo que a pessoa possa ter feito no passado, mas, sim como um teste do merecimento de penetrar no Áureo Alvorecer. Talvez quanto mais circunspecto seja o indivíduo, quanto mais sincero ele seja na busca de realizar nobres ideais, tanto mais cedo sua determinação e seu verdadeiro caráter serão postos a prova pela Noite Negra da Alma.

Por quanto tempo tem a pessoa de suportar es­sa experiência?
Isto também varia de acordo com o indivíduo. Se ele resiste, se não sucumbe à tentação de abandonar seus hábitos, prática e costumes meritórios, a Noite logo termina. Se, porém, ele sucumbe, entrega-se à estagnação profunda e abandona seu melhor modo de vida, então a Noite pode continuar em diferentes intensidades pelo resto de sua vida.

Deve-se compreender, repetimos, que esta não é uma experiência ou fenômeno que ocorre somente para os estudantes de misticismo. Aliás, ela não guarda relação direta com o tema do misticismo, exceto pelo fato de ser um fenômeno natural, psicológico e cósmico. Os místicos o explicam; os outros, não. Os psicólogos, por exemplo, dirão que se trata de um estado emocional, uma depressão temporária, um estado de ânimo que inibe o pensa­mento e a ação da pessoa, o que explica os fracassos e as frustrações. Eles procurarão encontrar algum pensamento, alguma repressão subconsciente para explicar tal estado.

É bem provável que você tenha conhecido alguma pessoa que passou por esse período. As coisas para tal pessoa pareciam redundar em fracassos, a despeito de quanto esforço ela fizesse. Então, algum tempo depois, es­sa pessoa tomou-se bem sucedida, feliz, parecendo ter outra personalidade.

Entretanto, o indivíduo, por sua própria negligência, pode acarretar condições semelhantes às da Noite Negra. Uma pessoa preguiçosa, indolente, descuidada, indiferente e sem senso prático acarretará muitos fracassos à sua própria vida. Ela pode lastimar-se de sua sina a outros, e, se conhecer algo a respeito, poderá mesmo dizer que está passando pela Noite Negra. Mas saberá que a falha está em seu próprio interior.

A diferença entre esta pessoa e o indivíduo que está realmente passando pela Noite Negra está em que o último, pelo menos a princípio, sinceramente procurará enfrentar cada situação e aplicar seu conhecimento até que chegue a compreender que está bloqueado por algo maior que sua própria capacidade. A pessoa indolente, porém, sempre sabe que é indolente, quer isto admita ou não. A pessoa negligente sempre sabe que negligenciou o que deveria ter realizado. A pessoa descuidada que é as­sim por hábito, sabe que não vai muito longe e que comete muitos erros.

Ralph M. Lewis, Imperator, AMORC
rosacruzes.blogspot.com
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TOQUE DA JUREMA - A CURA EM VÁRIAS DIMENSÕES







Toque da Jurema - A cura em várias dimensões


Resumo

O Toque de Jurema (Encantarias – Encantados) é um culto público com fins propiciatórios à (1) cura, (2) resolver problemas vários do cotidiano, (3) amor e, finalmente, (4) problemas espirituais vários.

O Culto à Jurema tem na adaptação do homem aos três ambientes: natural, social e sobrenatural a forma de encontrar a estabilidade, a harmonia e o equilíbrio.

A quebra desse equilíbrio (dos três ambientes) pode desencadear vários óbices, inclusive a deflagração de agressão mística – demandas, ataques mágicos ou berundangas - responsável por infortúnios espirituais tais como “vida amarrada” e perturbação espiritual na dimensão afetiva promovendo o insucesso no amor e as maiores dificuldades no aspecto econômico-financeiro. Finalmente, os problemas mais ou menos graves de saúde mental ou somática.

Palavras-chave: Cura, Fumaçadas, Marca, Mestres, Toque da Jurema.


Abstract

The Toque de Jurema (Enchanted) is a public cult with the purposes of (1) healing (2) solve various problems of everyday life, (3) love and, finally, (4)various spiritual problems.

The Jurema Cult is in man's adaptation to the three environments: natural, social and supernatural way to find stability, harmony and balance.

The breaking of this balance (of the three environments) can trigger various obstacles, including the outbreak of mystical aggression - demandas, or magical attacks or berundangas - responsible for mishaps such as spiritual "life tied" and the spiritual disorder in the affective dimension promoting failure in love and the greatest difficulties in the economic and financial. Finally, somatic problems more or less serious or mental health.

Keywords: Cure, Smoke, Mark, Masters, Toque de Jurema.



TOQUE DA JUREMA – A CURA EM VÁRIAS DIMENSÕES

O Toque de Jurema (Encantarias – Encantados) é um culto público com fins propiciatórios à (1) cura, (2) resolver problemas vários do cotidiano, (3) amor e, finalmente, (4) problemas espirituais vários.

O Culto à Jurema tem na adaptação do homem aos três ambientes: natural, social e sobrenatural a forma de encontrar a estabilidade, a harmonia e o equilíbrio.

A quebra desse equilíbrio (dos três ambientes) pode desencadear vários óbices, inclusive a deflagração de agressão mística – demandas, ataques mágicos ou berundangas - responsável por infortúnios espirituais tais como “vida amarrada” e perturbação espiritual na dimensão afetiva promovendo o insucesso no amor e as maiores dificuldades no aspecto econômico-financeiro. Finalmente, os problemas mais ou menos graves de saúde mental ou somática.

Todos esses infortúnios ou malefícios são combatidos pelos rituais ou Toques de Jurema, pois por intermédio de “ervas receitadas” em forma de chás, decocto, defumações e, principalmente, com o vinho de Jurema e as “fumaçadas” preparadas para combater todos os males (fumo misturado com ervas propicias a várias finalidades).

São esses remédios dispensados pelo Mestre acostado (entidade sobrenatural), ou mesmo pelo Mestre Juremeiro encarnado que em geral é erveiro, mateiro, rezadeiro, raizeiro, benzedeiro e “feiticeiro” que favorecem e restabelecem a harmonia, a estabilidade e o equilíbrio perdidos.

As fumaçadas são aspergidas, em formas de fumaças sopradas pela marca (pelo fornilho) nos consulentes pelo Mestre acostado algo que caracteriza os Mestres da Jurema, Mestre da Sabedoria e de fundamento nas raízes de seu Mestre iniciador desde quando foi “enjuremado”.

Os cultos não são apenas públicos, pois há os individuais, onde se atendem e se faz vários tipos de trabalhos, todavia, quando do Toque de Jurema, o mesmo se processa da seguinte maneira:

1. Os rituais ou mesas são mágico-sagrados sendo muito valorizados principalmente pelos benefícios que propiciam.

2. O uso do vinho de Jurema é o principal remédio para todos os males. Os ingredientes do vinho de Jurema é de conhecimento exclusivo dos iniciados, por isso faz-se silêncio sobre sua composição.

3. O tabaco é fundamental na eliminação de malefícios vários, podendo também trazer benefícios espirituais – “chamar o transe” – quando aspirado profundamente.

4. O grande número de remédios oriundos da flora e da fauna são o manancial onde os Juremeiros preparam seus “líquidos ou pós de poder”, suas garrafadas, lambedores (xaropes) e banhos para neutralizar malefícios vários e trazer benefícios.

Para tantos “benefícios” os Mestres, basicamente fazem uso de três objetos magísticos. A princesa – uma bacia de louça branca com fumo de corda e outros elementos que representam a fonte de todo poder do Mestre. A marca mestra (maracá) que se acredita ter o poder de abrigar vários espíritos das cidades e aldeias que rodeiam as cidades místicas ou reinos da Jurema. O terceiro poder é determinado pela fumaça da marca do Mestre acostado, que serve de remédio e propicia o transe de possessão.

O Toque de Jurema (Encantaria) é encontrado em várias religiões afro-brasileiras, principalmente na Umbanda, em algumas de suas vertentes; no Culto de Nação Africano (Jejê-Nago-Angola); No Tambor de Mina - há mais de 50 anos presente em várias regiões do país fundamentado no Culto Jejê (Voduns), principalmente nas divindades Poli Boji, Dambirá, Quevioçô, Sobô, Badé, em perfeita harmonia com Orixás Ketu, Mestres e outros Encantados; não se pode esquecer do Tambor da Mata ou Terecô - oriundo do Mearin e de Codó do Maranhão, que hoje se encontra difundido em alguns estados - onde se apresenta Barba Soeira (Santa Bárbara) e vários outros encantados, principalmente Mestre Légua, Rei da Turquia, Rei D. Sebastião e muitos outros.

Prosseguindo, o Toque de Jurema, ao contrário do que muitos pensam, é complexo nos fundamentos e na ritualística. Há um enredo que vem puxando uma teia de ancestralidade indígena e européia tendo como pedra angular o poder mágico curativo da Erva Jurema e do Vinho preparado com ela.

“Curam” vários males, principalmente pelos conhecimentos e poderes dos Mestres encarnados que são acostados por Mestres de outro mundo, “Juremeiros desencarnados” (será apenas isso?). As curas proporcionadas pelo poder do vinho de Jurema potencializadas pelos fundamentos dos Mestres e seus avatares atingem o psicossomatismo (mente e corpo) do consulente, o social – problemas afetivos-sexuais e financeiros vários; os espirituais – “vida amarrada”, feitiçaria, bruxaria e outras influências negativas.

Antes do encerramento deste sumário sobre a Jurema e seus rituais de fundamento e as diversas encantarias há de se ressaltar que cânticos (louvarias ou cantorias) e danças sob a influência das fumaçadas e a degustação do vinho de Jurema caracterizam esse culto e seus adeptos.

O Toque de Jurema no que concerne ao aparente caos - pois transgride na alegria e na paz a cultura vigente - e do lúdico, faz parte da cura proporcionada pelo poder dos Mestres que conhecem a psicologia e o imaginário das humanas criaturas.

Com certeza, o Toque de Jurema e outras religiões afro-brasileiras são formas de resistência às proscrições, às desigualdades que infelizmente campeiam na sociedade, protagonista de descriminações várias, preconceitos, que impedem as necessárias mudanças e mobilidades sociais.

Além da resistência, Mestres do outro mundo e deste mundo se unem não somente para proporcionar curas em várias dimensões do ser humano e de sua sociedade, mas labutam pela transformação sócio-espiritual que vem ocorrendo na sociedade brasileira que elevará a uma forma justa de religiosidade nossa gente.

Salve a Jurema Sagrada!

Salve, Salve, os Mestres!

Salve, Salve, os Príncipes, as Princesas e todos os demais Encantados!

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