BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

O SEXTO SENTIDO SENSORIAL







O SEXTO SENTIDO SENSORIAL

Reflexões acerca da Mediunidade e sua real natureza

Todo aquele que nasce num corpo sadio traz consigo cinco sentidos sensoriais que chamamos de básicos: audição, visão, tato, olfato e paladar. É natural ao ser humano muitas vezes não dar tanta atenção à complexidade desses sensores, talvez porque sejam comuns a todos e são estimulados e vivenciados desde que nascemos.

A criança

Aos pais mais atentos, é possível perceber o processo de maturação destes sensores no indivíduo. A criança nasce com a visão muito turva, que vai "clareando" ou "amadurecendo" num prazo de até seis meses, após este período é que a criança realmente enxerga o mundo a sua volta. O tato é mais sensível pela boca, por isso é que a criança até seus dois anos terá o hábito de levar tudo à boca, pois é a partir da sensibilidade oral que a criança percebe, diferencia e processa texturas, formatos, consistências, bem como o paladar.

O adulto

Bem, para nós já adultos, andar e correr é algo "automático", não precisamos de esforços e cálculos, entretanto observe uma criança no início da aprendizagem, há medo, calcula-se bem um ou dois passos, é preciso ter algumas certezas, algo a se apegar para não cair, dar três ou quatro passos, por algum período é um desafio incrível e a sensação de satisfação e superação ao atingir o objetivo, que normalmente é sair do braço da mãe e andar quatro passos aos braços do pai, é impagável.

O assunto

Toda esta introdução é para que possamos refletir sobre a mediunidade como mais um sentido sensorial com o qual todos nascem, reservando suas particularidades e especificidades, a mediunidade está para todos e é um sensor como os acima citados, porém este "sexto sentido" vem à luz do indivíduo mais tardiamente, comumente na adolescência, sem regras; pode acontecer já na maturidade bem como em tenra infância.

Já superamos o período histórico em que a mediunidade fora tratada como histeria, loucura ou possessão demoníaca.

Quando a mediunidade se apresenta num meio familiar em que o ambiente é de espiritualistas, tudo será mais fácil, entretanto cabem algumas considerações em todas as circunstâncias.

Vemos a mediunidade ser tratada ao longo dos tempos como um "dom supremo", coisa de gente "super dotada espiritualmente", fantástico, seres superiores e coisa do tipo, há também aqueles que tratam a mediunidade como uma castigo, uma penitência, um karma, uma dívida...

A fantasia...

Respeito a credulidade alheia, mas desculpe... Mediunidade não é nenhuma das opções acima, tampouco se trata de coisa de mutantes, X-men, super herói, nada disso. Todavia, justamente por estas proposições acerca da mediunidade é que quando ela desabrocha num ambiente sem estudo e condução coerente acaba por dar vazão a uma fértil criatividade ilusória perigosa para a vida social e espiritual do indivíduo. É assim que vemos "incorporações" do cavalo de Ogum relinchando no meio do terreiro, vemos o corcunda de notre dame na linha de exus, caboclo cego, preto velho paralítico e tantas outras aberrações comportamentais...

Mediunidade enfim...

Retomando a ideia da mediunidade como um sentido sensorial como os demais básicos, a mediunidade deve ser observada com seriedade e bom senso.

Desenvolver a mediunidade é um processo natural, importante e necessário a todos. Entenda o sentido de desenvolver a mediunidade como um processo de conhecimento, aceitação, exercício e maturação do sentido.

Ilustrando o conceito...

Sempre costumo comparar o seguinte: eu tenho minha audição em perfeito funcionamento, também tenho um paladar funcionando etc. Mas meu ouvido não é como o de um músico estudioso, treinado e disciplinado.

Quando ouço uma música, simplesmente ouço o conjunto dos instrumentos que embalam minha audição, entretanto um músico percebe as notas musicais, os vários instrumentos e até pode indicar o que está ou não afinado ou no compasso ideal. Eu não sei tocar instrumento algum e, portanto, jamais, nesta condição, poderei escutar uma música e reproduzi-la em qualquer instrumento. Posso mudar isso, estudando música e instrumento, me dedicando, exercitando e praticando muito, daqui alguns anos poderei estar apto a isso, mas já que me coloquei como exemplo, neste caso me falta também talento (risos).

O que quero dizer é que audição todos temos, porém alguns exercitam mais este sentido, apuram a capacidade de ouvir e lidar com os sons.

Nem melhor, nem pior...

Por isso não existe mediunidade melhor ou pior, superior ou inferior. Existe sim a mediunidade no indivíduo, este pode ou não amadurecê-la, pode ou não entendê-la e pode ou não praticá-la conscientemente.

Tirar a mediunidade do foco da sobrenaturalidade penso que seja o principal caminho para iniciar um relacionamento maduro com este sentido, que precisa de cuidados importantes. Faz parte do nosso organismo.

Exercite...

Se os músculos não forem exercitados, poderão atrofiar e gerar graves doenças e limitações ao corpo. Com a mediunidade também, se não for exercitada no mínimo se mantém estacionada.

Há quem diga "Faz trinta anos que sou médium", no entanto faz vinte anos que não pratico!?!

Trinta anos de mediunidade mal praticada não valem cinco anos de uma mediunidade ativa, praticada com estudo e bom senso.

O tempo determina muita coisa na mediunidade, como o músculo, você não define um músculo indo à academia uma vez por mês por meia hora. Se não houver disciplina, rotina e cuidados, esqueça braços, peitorais e abdômen definidos. De modo que a vivência disciplinada e o exercício rotineiro da mediunidade permitem que a cada dia de prática mediúnica este sentido se fortaleça, amadureça, amplie e alinhe.

É com o tempo também que o médium vai criando estabilidade vibratória, confiança e autonomia mediúnica.

Afinal de contas...

A mediunidade é algo mais natural do que pensamos, são muitos os tipos de mediunidade, você não terá a mediunidade que quer, mas a que te pertence, então procure conhecê-la e faça dela o melhor uso possível.

Pense nisso:

Mediunidade não é angelical e nem maligna, o uso que você fará dela é que determinará sua utilidade!

Grande abraço!

Rodrigo Queiroz
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A NOITE NEGRA DA ALMA







A NOITE NEGRA DA ALMA

Que é a Noite Negra da Alma?

Trata-se de um termo há muito usado pelos místicos para denotar certo estado emocional e psicológico, assim como para indicar um período de testes por que todo mortal passa alguma vez em sua vida. Essa Noite Negra da Alma é caracterizada por uma série de fracassos; o indivíduo experimenta muitas frustrações. Qualquer coisa que o indivíduo se propõe a fazer parece carregada de incertezas e obstáculos. Não importa o quanto ele tente ou que conheci­mentos aplique, o indivíduo se sente amarrado. Quando prestes a se concretizarem, as oportunida­des parecem escapar de suas mãos. Coisas com as quais ele muito contava, não se realizam. Seus pla­nos tornam-se estáticos e não se concretizam. Ne­nhuma circunstância lhe oferece solução ou enco­rajamento quanto ao futuro. Este período é reple­to de desapontamento, desânimo e depressão.

Durante esse período, o indivíduo sente-se for­temente tentado a abandonar seus mais acalenta­dos ideais e esperanças, tornando-se extremamente pessimista. O maior perigo, contudo, é sua tendên­cia de abandonar todas aquelas coisas às quais atribuía grande valor e importância na vida. Ele pode achar que é inútil continuar seus estudos místicos, suas atividades culturais e sua afiliação a entidades filantrópicas. Caso ceda a essas tentações, estará realmente perdido. De acordo com a tradição mística, este é o período em que a fibra da personalidade-alma é testada. Suas verdadeiras convicções, sua força de vontade e seu merecimento de maior iluminação são colocados à prova. Se o indivíduo sucumbe a essas condições, embora a frustração e o desespero possam diminuir, ele não conhecerá o júbilo da verdadeira conquista na vida. Daí por diante, sua existência poderá ser medíocre e ele não experimentará verdadeira paz interior.

Não se trata de algum tipo de punição imposta ao indivíduo. Como evidenciam os ensinamentos místicos, não é uma condição cármica. É, isto sim, uma espécie de adaptação que o indivíduo deve fazer dentro de si mesmo para evoluir a um nível mais elevado de consciência. É uma espécie de desafio, uma espécie de exigência de que a pessoa re­corra à introspecção e promova uma reavaliação de seus ideais e objetivos na vida. Uma exigência de que a pessoa abandone interesses superficiais e se decida sobre o modo em que deve utilizar sua vida. Não significa que o indivíduo deva abandonar seu trabalho ou meio de vida, mas, que ele deve reestruturar sua vida futura. A Noite Negra o faz perguntar-se sobre quais as contribuições que ele pode fazer à humanidade. Faz com que ele descubra seus pontos fracos e fortes.

Se a pessoa fizer esta auto-análise durante a Noite Negra ao invés de apenas lutar contra suas frustrações, toda a situação mudará para melhor. Ela passa a ter domínio sobre acontecimentos que concluiu serem meritórios. Mais cedo ou mais tarde, então, advém a condição que há muito os místicos chamam de Áureo Alvorecer. Subitamente, parece haver uma transformação: a pessoa torna-se efervescente de entusiasmo. Há um influxo de idéias estimulantes e construtivas que ela sente poder converter em benefícios para sua vida. Todo o novo curso de sua existência é promissor. Em contraste com as condições anteriores, sua nova vida é verdadeiramente áurea no alvorecer de um novo período. Acima de tudo, há a iluminação, o discernimento aguçado, a compreensão de si mesmo e de situações que antes não compreendia.

Aqueles que não têm conhecimento deste fenômeno mas que no entanto perseveram e superam a Noite Negra da Alma, tomam-se algo confusos pelo que lhes parece uma transformação inexplicável em seus afazeres e obrigações. Particularmente estranho lhes parece o que acreditam ser alguma energia ou combinação de circunstâncias externas que produziu a mudança.

Eles não percebem que a transformação ocorreu em sua própria natureza psíquica como resultado de seus pensamentos e vontade.

Quando é que começa a Noite Negra da Alma? Em que idade ou período da vida ela ocorre?
Podemos responder que normalmente ela se sucede ao fim de um dos ciclos de sete anos, como 35, 42, 49, 56, 63... anos de idade. Ela ocorre com mais freqüência no fim do ciclo dos 42 ou 49 anos, e muito raramente aos 63 ou além.

Quanto tempo ela dura?
Em verdade ninguém pode responder esta pergunta pois sua duração é individual. Depende de como a pessoa tenha vivido; de seus pensamentos e ações. Contudo, enfatizamos uma vez mais: A Noite Negra não advém como punição pelo que a pessoa possa ter feito no passado, mas, sim como um teste do merecimento de penetrar no Áureo Alvorecer. Talvez quanto mais circunspecto seja o indivíduo, quanto mais sincero ele seja na busca de realizar nobres ideais, tanto mais cedo sua determinação e seu verdadeiro caráter serão postos a prova pela Noite Negra da Alma.

Por quanto tempo tem a pessoa de suportar es­sa experiência?
Isto também varia de acordo com o indivíduo. Se ele resiste, se não sucumbe à tentação de abandonar seus hábitos, prática e costumes meritórios, a Noite logo termina. Se, porém, ele sucumbe, entrega-se à estagnação profunda e abandona seu melhor modo de vida, então a Noite pode continuar em diferentes intensidades pelo resto de sua vida.

Deve-se compreender, repetimos, que esta não é uma experiência ou fenômeno que ocorre somente para os estudantes de misticismo. Aliás, ela não guarda relação direta com o tema do misticismo, exceto pelo fato de ser um fenômeno natural, psicológico e cósmico. Os místicos o explicam; os outros, não. Os psicólogos, por exemplo, dirão que se trata de um estado emocional, uma depressão temporária, um estado de ânimo que inibe o pensa­mento e a ação da pessoa, o que explica os fracassos e as frustrações. Eles procurarão encontrar algum pensamento, alguma repressão subconsciente para explicar tal estado.

É bem provável que você tenha conhecido alguma pessoa que passou por esse período. As coisas para tal pessoa pareciam redundar em fracassos, a despeito de quanto esforço ela fizesse. Então, algum tempo depois, es­sa pessoa tomou-se bem sucedida, feliz, parecendo ter outra personalidade.

Entretanto, o indivíduo, por sua própria negligência, pode acarretar condições semelhantes às da Noite Negra. Uma pessoa preguiçosa, indolente, descuidada, indiferente e sem senso prático acarretará muitos fracassos à sua própria vida. Ela pode lastimar-se de sua sina a outros, e, se conhecer algo a respeito, poderá mesmo dizer que está passando pela Noite Negra. Mas saberá que a falha está em seu próprio interior.

A diferença entre esta pessoa e o indivíduo que está realmente passando pela Noite Negra está em que o último, pelo menos a princípio, sinceramente procurará enfrentar cada situação e aplicar seu conhecimento até que chegue a compreender que está bloqueado por algo maior que sua própria capacidade. A pessoa indolente, porém, sempre sabe que é indolente, quer isto admita ou não. A pessoa negligente sempre sabe que negligenciou o que deveria ter realizado. A pessoa descuidada que é as­sim por hábito, sabe que não vai muito longe e que comete muitos erros.

Ralph M. Lewis, Imperator, AMORC
rosacruzes.blogspot.com
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TOQUE DA JUREMA - A CURA EM VÁRIAS DIMENSÕES







Toque da Jurema - A cura em várias dimensões


Resumo

O Toque de Jurema (Encantarias – Encantados) é um culto público com fins propiciatórios à (1) cura, (2) resolver problemas vários do cotidiano, (3) amor e, finalmente, (4) problemas espirituais vários.

O Culto à Jurema tem na adaptação do homem aos três ambientes: natural, social e sobrenatural a forma de encontrar a estabilidade, a harmonia e o equilíbrio.

A quebra desse equilíbrio (dos três ambientes) pode desencadear vários óbices, inclusive a deflagração de agressão mística – demandas, ataques mágicos ou berundangas - responsável por infortúnios espirituais tais como “vida amarrada” e perturbação espiritual na dimensão afetiva promovendo o insucesso no amor e as maiores dificuldades no aspecto econômico-financeiro. Finalmente, os problemas mais ou menos graves de saúde mental ou somática.

Palavras-chave: Cura, Fumaçadas, Marca, Mestres, Toque da Jurema.


Abstract

The Toque de Jurema (Enchanted) is a public cult with the purposes of (1) healing (2) solve various problems of everyday life, (3) love and, finally, (4)various spiritual problems.

The Jurema Cult is in man's adaptation to the three environments: natural, social and supernatural way to find stability, harmony and balance.

The breaking of this balance (of the three environments) can trigger various obstacles, including the outbreak of mystical aggression - demandas, or magical attacks or berundangas - responsible for mishaps such as spiritual "life tied" and the spiritual disorder in the affective dimension promoting failure in love and the greatest difficulties in the economic and financial. Finally, somatic problems more or less serious or mental health.

Keywords: Cure, Smoke, Mark, Masters, Toque de Jurema.



TOQUE DA JUREMA – A CURA EM VÁRIAS DIMENSÕES

O Toque de Jurema (Encantarias – Encantados) é um culto público com fins propiciatórios à (1) cura, (2) resolver problemas vários do cotidiano, (3) amor e, finalmente, (4) problemas espirituais vários.

O Culto à Jurema tem na adaptação do homem aos três ambientes: natural, social e sobrenatural a forma de encontrar a estabilidade, a harmonia e o equilíbrio.

A quebra desse equilíbrio (dos três ambientes) pode desencadear vários óbices, inclusive a deflagração de agressão mística – demandas, ataques mágicos ou berundangas - responsável por infortúnios espirituais tais como “vida amarrada” e perturbação espiritual na dimensão afetiva promovendo o insucesso no amor e as maiores dificuldades no aspecto econômico-financeiro. Finalmente, os problemas mais ou menos graves de saúde mental ou somática.

Todos esses infortúnios ou malefícios são combatidos pelos rituais ou Toques de Jurema, pois por intermédio de “ervas receitadas” em forma de chás, decocto, defumações e, principalmente, com o vinho de Jurema e as “fumaçadas” preparadas para combater todos os males (fumo misturado com ervas propicias a várias finalidades).

São esses remédios dispensados pelo Mestre acostado (entidade sobrenatural), ou mesmo pelo Mestre Juremeiro encarnado que em geral é erveiro, mateiro, rezadeiro, raizeiro, benzedeiro e “feiticeiro” que favorecem e restabelecem a harmonia, a estabilidade e o equilíbrio perdidos.

As fumaçadas são aspergidas, em formas de fumaças sopradas pela marca (pelo fornilho) nos consulentes pelo Mestre acostado algo que caracteriza os Mestres da Jurema, Mestre da Sabedoria e de fundamento nas raízes de seu Mestre iniciador desde quando foi “enjuremado”.

Os cultos não são apenas públicos, pois há os individuais, onde se atendem e se faz vários tipos de trabalhos, todavia, quando do Toque de Jurema, o mesmo se processa da seguinte maneira:

1. Os rituais ou mesas são mágico-sagrados sendo muito valorizados principalmente pelos benefícios que propiciam.

2. O uso do vinho de Jurema é o principal remédio para todos os males. Os ingredientes do vinho de Jurema é de conhecimento exclusivo dos iniciados, por isso faz-se silêncio sobre sua composição.

3. O tabaco é fundamental na eliminação de malefícios vários, podendo também trazer benefícios espirituais – “chamar o transe” – quando aspirado profundamente.

4. O grande número de remédios oriundos da flora e da fauna são o manancial onde os Juremeiros preparam seus “líquidos ou pós de poder”, suas garrafadas, lambedores (xaropes) e banhos para neutralizar malefícios vários e trazer benefícios.

Para tantos “benefícios” os Mestres, basicamente fazem uso de três objetos magísticos. A princesa – uma bacia de louça branca com fumo de corda e outros elementos que representam a fonte de todo poder do Mestre. A marca mestra (maracá) que se acredita ter o poder de abrigar vários espíritos das cidades e aldeias que rodeiam as cidades místicas ou reinos da Jurema. O terceiro poder é determinado pela fumaça da marca do Mestre acostado, que serve de remédio e propicia o transe de possessão.

O Toque de Jurema (Encantaria) é encontrado em várias religiões afro-brasileiras, principalmente na Umbanda, em algumas de suas vertentes; no Culto de Nação Africano (Jejê-Nago-Angola); No Tambor de Mina - há mais de 50 anos presente em várias regiões do país fundamentado no Culto Jejê (Voduns), principalmente nas divindades Poli Boji, Dambirá, Quevioçô, Sobô, Badé, em perfeita harmonia com Orixás Ketu, Mestres e outros Encantados; não se pode esquecer do Tambor da Mata ou Terecô - oriundo do Mearin e de Codó do Maranhão, que hoje se encontra difundido em alguns estados - onde se apresenta Barba Soeira (Santa Bárbara) e vários outros encantados, principalmente Mestre Légua, Rei da Turquia, Rei D. Sebastião e muitos outros.

Prosseguindo, o Toque de Jurema, ao contrário do que muitos pensam, é complexo nos fundamentos e na ritualística. Há um enredo que vem puxando uma teia de ancestralidade indígena e européia tendo como pedra angular o poder mágico curativo da Erva Jurema e do Vinho preparado com ela.

“Curam” vários males, principalmente pelos conhecimentos e poderes dos Mestres encarnados que são acostados por Mestres de outro mundo, “Juremeiros desencarnados” (será apenas isso?). As curas proporcionadas pelo poder do vinho de Jurema potencializadas pelos fundamentos dos Mestres e seus avatares atingem o psicossomatismo (mente e corpo) do consulente, o social – problemas afetivos-sexuais e financeiros vários; os espirituais – “vida amarrada”, feitiçaria, bruxaria e outras influências negativas.

Antes do encerramento deste sumário sobre a Jurema e seus rituais de fundamento e as diversas encantarias há de se ressaltar que cânticos (louvarias ou cantorias) e danças sob a influência das fumaçadas e a degustação do vinho de Jurema caracterizam esse culto e seus adeptos.

O Toque de Jurema no que concerne ao aparente caos - pois transgride na alegria e na paz a cultura vigente - e do lúdico, faz parte da cura proporcionada pelo poder dos Mestres que conhecem a psicologia e o imaginário das humanas criaturas.

Com certeza, o Toque de Jurema e outras religiões afro-brasileiras são formas de resistência às proscrições, às desigualdades que infelizmente campeiam na sociedade, protagonista de descriminações várias, preconceitos, que impedem as necessárias mudanças e mobilidades sociais.

Além da resistência, Mestres do outro mundo e deste mundo se unem não somente para proporcionar curas em várias dimensões do ser humano e de sua sociedade, mas labutam pela transformação sócio-espiritual que vem ocorrendo na sociedade brasileira que elevará a uma forma justa de religiosidade nossa gente.

Salve a Jurema Sagrada!

Salve, Salve, os Mestres!

Salve, Salve, os Príncipes, as Princesas e todos os demais Encantados!

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RITOS SECRETOS DA INICIAÇÃO NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS








Ritos Secretos da Iniciação nas Religiões Afro-brasileiras


Resumo

A Iniciação, nas várias Religiões Afro-Brasileiras, tem em comum apresentar ao neófito os “fundamentos” ou ensinamentos basilares, esotéricos que são vivenciados por intermédio de vários ritos de fundamento.

Dentre os rituais secretos ou seletos, afetos à Iniciação, estão o rito do Ori (bori) e o rito do Bará (destino, energias vitais).

O conceito de Ori é importantíssimo, mormente por relacionar-se com a consciência, inteligência, processos cognitivos e, principalmente espirituais (energias sutilíssimas e sutis) que só sacerdotes consumados sabem como fazer as devidas “amarrações” com as vibrações positivas do universo, com os Senhores Estruturantes do Universo – os Orixás e seus Ancestrais Ilustres.

O Bará, em sua delicada tessitura ritualística, é de transcendência similar ao Ori; associa-se ao elo de comunicação, a fala, a reprodução, ao sexo e equilíbrio fisiológico e energético do corpo físico visível e invisível, portanto associado a Exu (equilíbrio biopsicossocial).

Palavras-chave: Ritos Secretos, Iniciação, Ori, Bará, Religiões Afro-brasileiras.

Abstract

Initiation in the various Afro-Brazilian religions, have in common to present neophyte the "fundamentals" or basic teachings, esoteric that are experienced through various rites of foundation.

Among the secret rituals related to initiation, are the rite of the Ori (bori) and the rite of Bara (destination, vital energy).

The concept of Ori is very important, especially in relating with the consciousness, intelligence, and cognitive processes, especially spiritual (subtle and very subtle energies) that only the priests know how to consummate the necessary "bindings" with the positive vibes of the universe with the Structuring Masters of the universe - the Orishas and their Distinguished Ancestries.

The Bara, in its delicate ritualistic texture id of a similar transcendence to the Ori, associated with the communication link, the speech, play, sex and physiological balance of the physical body and energy visible and invisible, therefore associated with Eshu (equilibrium biopsychosocial).

Keywords: Secret Rites, Initiation, Ori, Bara, Afro-Brazilian Religions



RITOS SECRETOS DA INICIAÇÃO NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

A Iniciação, nas várias Religiões Afro-Brasileiras, tem em comum apresentar ao neófito os “fundamentos” ou ensinamentos basilares, esotéricos que são vivenciados por intermédio de vários ritos de fundamento.

Dentre os rituais secretos ou seletos, afetos à Iniciação, estão o rito do Ori (bori) e o rito do Bará (destino, energias vitais).

O conceito de Ori é importantíssimo, mormente por relacionar-se com a consciência, inteligência, processos cognitivos e, principalmente espirituais (energias sutilíssimas e sutis) que só sacerdotes consumados sabem como fazer as devidas “amarrações” com as vibrações positivas do universo, com os Senhores Estruturantes do Universo – os Orixás e seus Ancestrais Ilustres.

O Bará, em sua delicada tessitura ritualística, é de transcendência similar ao Ori; associa-se ao elo de comunicação, a fala, a reprodução, ao sexo e equilíbrio fisiológico e energético do corpo físico visível e invisível, portanto associado a Exu (equilíbrio biopsicossocial).

É desta interface Ori-Bará, do Bará como manifestação ou emanação do Ori que versará o vídeo apresentado nesta publicação.

Apesar do pioneirismo em demonstrar a Iniciação alicerçada nos ritos de fundamento Ori/Bará, como sempre, não se pretendeu esgotar o assunto, aliás, só foi introduzido.

Necessário dizer-se que o conceito é apresentado de forma generalista, e cada Religião Afro-Brasileira tem seus aspectos particulares, transmitidos e ritualizados segundo suas vivências e práticas tradicionais.

Apesar das diferenças ritualísticas e doutrinárias, todas têm em comum profundo zelo, respeito e fundamento sustentado pelos ritos secretos da Iniciação(reatualização do Axé), que são realizados e consolidados no tálamo do Templo, roncó ou camarinha, muito distante do olhar forâneo ou laico. Axé!




Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico

Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar"

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EMISSÃO DE PENSAMENTOS







EMISSÃO DE PENSAMENTOS

Toda mente tem um transmissor incomparável estruturado para emitir ondas longas ou curtas, metragem e microformas, com a sua linguagem específica, de acordo com as necessidades. Mesmo que queiramos, nunca conseguiremos parar de pensar, pois a mente é um dínamo sagrado ligado à suprema inteligência universal, pela qual flui, ininterruptamente, a vontade de Deus.

Procuremos analisar os pensamentos desde os seus princípios mais rudimentares, e notaremos que somente co-participamos, com muita eficiência, na sua engenhosa formação e transmissão de idéias. Contudo, quase somos realistas ao aceitarmos as nossas responsabilidades de ajudar na emissão dos pensamentos em direção aos nossos semelhantes.

Pensar é viver, e viver melhor é pensar conscientemente, fazendo o que nos toca com mais perfeição. A estupenda energia dos pensamentos cria formas admiráveis, alimenta uma gama de coisas sem precedentes, atuando em todas as linhas do metabolismo, harmonizando todos os mundos celulares, se sua formação congênita é o amor e a caridade em suas variadas extensões.

O espírito é o centro energético de atividades imensuráveis, reguladas por leis justas, de modo a manter o corpo na mais perfeita harmonia. Ele emite para suas formas diversas correntes sutis, potencializando todo o agregado do soma, tanto quanto dos corpos de mais alta freqüência vibratória. A projeção é feita pela mente, ante os canais sustentadores da vida. Reflitamos sobre o bem ou o mal que poderemos fazer, no uso daquilo que é mais sagrado na nossa vida - pensar, emitir idéias, e estas se consubstanciarem em valores pelo verbo, e este se identificar pela escrita, onde poderá se transformar em fonte sublimada para a paz da consciência e o bem de todos os semelhantes.

Vigiemos, pois, nossas emissões mentais. Todo esforço neste sentido é louvável, mesmo que não atinjamos totalmente a pureza desejada. Já é um pouco de luz a despontar no coração e na inteligência dos operários do bem, na reconstrução da personalidade envolvida no engano, por influência da ignorância, e para esse trabalho, divino por excelência, não é preciso nos reportarmos à puberdade do espírito, que está perdida na profusão do tempo e do espaço, porque a sua própria razão se esgota, quando tenta perceber a embriologia espiritual de si mesmo.

Avancemos com os conhecimentos que temos em mãos. Eles nos dão, mesmo na sua simplicidade, meios para iniciarmos os primeiros passos na grande escalada infinita da evolução. A mente só cria, igualmente, imagens compatíveis com a sua própria estrutura espiritual, na formação do eu. O Pai não Se esqueceu dos estabilizadores, de modo que as voltagens etéricas surgem no cenário do cérebro, conectadas no volume justo a ser suportado pelo ser pensante. Daí, é que ajustamos essa idéia aos ensinamentos do Evangelho, que comenta, em certo trecho: "Não são colocados fardos pesados em ombros frágeis".

A massa encefálica é o topo da cruz humana, e nela se encrava um astro divino, que se manifesta, em parte, por acanhados sentidos; e as idéias oriundas dessa claridade semeiam vida por toda a lavoura biológica. E essa vida se expressa por escalas infinitas, de acordo com a sua maturidade, que é conhecida pelo que a alma pensa, pelo que faz, pelo que vive.

A nossa mente atinge todo o corpo físico através dos pensamentos, que encontram seus reatores nos variados plexos, para depois acionar as glândulas responsáveis por todo o conjunto orgânico. Se as emissões dos pensamentos forem boas, todo o templo do espírito estará em paz. Se não, sofreremos, hoje ou amanhã, as nefastas conseqüências causadas pelas invigilâncias do inquilino do corpo.

Deveremos dar início, se não temos costume ainda, ao cultivo do amor, da alegria pura, das emoções superiores, da caridade e do perdão, da tolerância e da solidariedade para com todas as criaturas. Essas tentativas, por nós iniciadas, darão ensejo a um bom ambiente para a consciência interna nos ajudar a plasmar, no flóreo clarão divino que entra em nós, idéias de alta elevação espiritual, tornando-nos livres da velha sombra que nos acompanha há milênios, denominada ignorância.

Espírito Miramez
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