BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO TRANSCENDENTE E MANIFESTO





EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO
TRANSCENDENTE E MANIFESTO
Ciência e Espiritualidade necessitam de um diálogo sincero e honesto. Vivemos uma separação, uma fragmentação como diria David Bohm, onde a visão de mundo necessita de uma mudança urgente, pois a cosmovisão atual não consegue dar explicações para as emergentes necessidades da sociedade que se encontra em perigo, pois, na individualidade, essa fragmentação gera uma cicatriz e a ilusão da separação, onde não há espaço para valores e virtudes. Esses mesmos valores e virtudes que, antigamente,  eram referendados e cultivados pela religião como um caminho na conquista de dias melhores. Hoje parecem fadados ao esquecimento.
Não há uma prática individual com o claro objetivo de buscar o significado desses valores em nosso processo de viver. Essa curta reflexão tem um grande objetivo: Despertar! Chamar a atenção! Provocar uma discussão salutar! Gerar conflitos no inconsciente, aumentando as possibilidades para uma escolha e uma solução! Será que há algum motivo para pensarmos em futuro? Podemos dizer, baseado em evidências óbvias, que o ser humano é destinado para a finititude? Qual é a falha de interpretação que leva religiosos fundamentalistas, que tem um Deus benigno, a declararem guerra contra seus semelhantes causando destruição e mortes? Esse Deus bondoso e transcendente pode ainda influenciar e agir nesse mundo de matéria? Ou Ele criou a tudo e a todos e deixou-nos    literalmente ao deus-dará com suas Leis divinas e regras de um jogo que mal compreendemos para que, em um curto espaço de tempo, conquistemos nossas virtudes e valores e, quando chegar diante do seu trono,  sermos julgados pelos nossos atos e, dessa forma decretar o destino de nossas almas para o céu ou para o inferno definitivamente? Esse Deus de palha já foi facilmente destruído pela ciência. Nietszche declarou “Deus está morto”.
Um Deus transcendente e separado não pode interagir de forma causal com a matéria. A revolução científica, baseado na filosofia do monismo materialista, trouxe uma contribuição grande com o desenvolvimento tecnológico dando realmente uma idéia de progresso. Esse progresso foi baseado nas descobertas das interações materiais onde todo gênio cientifico tenta explicar com suas teorias a natureza da Natureza. Tudo é matéria e não há nada além da matéria e, portanto, não há espaço para um dialogo com o sutil, com a espiritualidade, com a subjetividade, com a consciência, com os pensamentos, sentimentos, intuições, pois são todos aspectos internos e a ciência as vê como subprodutos de interações materiais e, portanto,  sem poder causal sobre matéria. Dessa forma vem desconstruindo tudo aquilo que diz respeito ao interno de cada um de nós, valores e virtudes não passam de bagagem extra e devem ser descartadas pela ciência, ou no mínimo continuarem separadas o que permitiria aos cientistas ainda irem em seus cultos religiosos no domingo, pois afinal de contas esse Deus pode ser benigno.
Separação e fragmentação. Diálogo entre ciência e espiritualidade. Veremos como a física quântica pode criar um processo dinâmico de transformação em nossas vidas e mudar a visão de mundo buscando uma integração entre Deus e suas criaturas, bem como nosso ambiente interno e externo, resgatando Deus para a ciência e para nossas vidas.
Dr. Milton Cesar Ferlin Moura


O TEMPO



TEMPO

A ciência tem dificuldade em definir tempo. O tempo físico “inanimado” necessita de outros parâmetros para ser definido. Atualmente, a unidade de segundos é definido como sendo uma oscilação de ciclos de radiação do césio 133 em um determinado período. Quando o elétron salta de um estado de alta energia para um de baixa energia ele emite uma radiação eletromagnética. Essa radiação oscila em uma determinada frequência. A frequência é “exatamente” 9.192.631.770 Hz. Conforme o Sistema Internacional de Unidades essa tem sido a definição de segundo desde 1967. A cada segundo o césio 133 emite 9.192.631.770 ciclos de ondas eletromagnéticas. Nossa unidade de tempo “segundo” é definido conforme esse parâmetro. Seguindo esse mesmo raciocínio a ciência tem dificuldade em definir energia. Há necessidade de outros parâmetros para essa finalidade. O tempo é uma grandeza objetiva ou subjetiva? A física da matéria inanimada insiste em afastar a participação do observador. O observador é fundamental e necessário para compreender o tempo. Os aspectos subjetivos são tão importantes quanto os objetivos. Um dos poucos pontos em comum entre a ciência e a espiritualidade é que ambos concordam que o tempo é relativo. Não precisamos nem requisitar a presença de Einstein para essa explicação. Ela faz parte do senso de percepção comum.

Dependendo do estado de consciência a percepção do fluxo de tempo muda. No estado de sono profundo não temos a experiência de tempo. No estado de sonho o tempo é fluido: uma era em um minuto. No estado de vigília o tempo é relativo e depende dos referenciais adotados. Lembram disso na física ginasial? O tempo depende do nosso sistema nervoso. Cada ser senciente irá perceber o tempo conforme o sistema nervoso disponível para essa percepção. O sistema nervoso de uma lagarta é diferente do nosso. Se retiramos uma folha da sua trajetória ela irá “pensar” que a mesma simplesmente desapareceu.  As “fotografias” da realidade passam mais lentamente. Os seres humanos tem a capacidade de acelerar ou desacelerar o tempo conforme o estado de consciência. Será que a subjetividade é confiável? Nenhum físico afirma que suas medidas se modificam porque ele está ou não com cefaléia naquele dia. O tempo é uma experiência da consciência. Podemos pensar que o tempo não seja nem abstrato e nem objetivo. O tempo é pessoal e participativo. O Universo é participativo. Nós conseguimos participar do tempo e da mesma forma que participamos do tempo talvez tenhamos uma pista da participação da atemporalidade. Sem tempo? Como assim? Sob qualquer aspecto do tempo subentende-se a idéia do não tempo (atemporalidade). Antes do Universo não existia o tempo! Nós temos quevivenciar o tempo! Da mesma forma podemos vivenciar a atemporalidade e entender melhor aquilo que chamamos de “vida eterna”, “alma imortal” e “Deus transcendente”. Eternidade seria compatível com uma realidade onde o tempo não estaria presente. Eternidade não é compatível com um período de tempo muito longo. Na eternidade, o tempo não está presente!

Precisamos pedir ajuda ao Oriente! Nos estudos das experiências de meditadores, a subjetividade é confiável! Eles relatam a experiência do Samadhi que seria um estado de consciência zero, ou seja, um estado de eterno agora atemporal. Nesse estado de consciência zero o tempo deixa de existir com evento mensurável. Passamos a vivienciar o fluxo do tempo quando a consciência una divide-se em sujeito e objeto. Quando da mensuração quântica no cérebro a consciência identifica-se com o mesmo e surge o “self”, mas isso é outra história…Seguindo em nosso raciocínio, o próprio Universo possui um estado atemporal que é o campo do ponto zero ou “vácuo” quântico. Antes da singularidade do Big Bang havia apenas a potencialidade do tempo. Depois surgiram todos os objetos quânticos em ondas de possibilidades como: enegia, spin, peso, gravidade. Potencialidade é potencialidade, isto é, não tem ciclo ou ciclos. Abrange passado, presente e futuro. O estado básico da física é análogo ao estado zero doSamadhi. Nós sempre seremos eternos. Quando perdemos a conexão com a eternidade ficamos presos na ilusão dependente das medidas, ficamos dependentes em medir o tempo. Como podemos vivenciar a eternidade? Como?

A mente humana é vista pela ciência materialista como um epifenômeno do cérebro. Porém, a ciência quântica unida com a espiritualidade vê a mente humana não como subproduto do sistema nervoso, mas como agente causador real de onde “nascem” os pensamentos. Como podemos “pensar” em atemporalidade? Como seria possível se o próprio pensamento leva tempo para ser formulado? Eis a pista!!! Os meditadores experientes perceberam que se o pensamento pára, o tempo também pára. O movimento do pensamento é importante para o tempo. Se os pensamentos param de se movimentar, o tempo faz o mesmo. Quem já experimentou a sensação do famoso “branco”? A subjetividade de percepção do tempo depende dos pensamentos. O Universo é o movimento do pensamento. Isso é profundo!!! A mente em silêncio cocria a realidade física por meio de um pensamento. Uma vibração e uma frequência. Sem isso o tempo não pode ter início! As vibrações emergem de uma fonte. Quando o tempo entra na manifestação ele é adaptado ao sistema nervoso. Temos que “metabolizar” a experiência abstrata do tempo da mesma forma que metabolizamos o alimento em nosso sistema digestivo.

O nosso crescimento e desenvolvimento necessita conhecer e administrar o tempo. Os genes precisam conhecer o tempo. Saber o tempo correto para substituir os dentes de leite, saber o início da puberdade, saber o início da menopausa e dessa forma devemos possuir um “relógio” biológico a serviço da consciência. Sim, temos esse “relógio”. Nossos genes são muito mais que receitas de instrução. A consciência possui a sua disposição a telomerase (Descoberta da cientista Elizabeth Blacburn em 2010) capaz de administrar o tempo, inclusive o envelhecimento. Quando menos telomerase mais rápidos envelhecemos. Da mesma forma, hábitos de vida saudáveis e meditação são capazes de aumentar a quantidade de telomerase no organismo. Conseguimos sinalizar nossos genes para cumprirem suas funções. Os fatores epigenéticos demonstram uma importância fundamental para a expressão gênica. Um único gene é capaz de mais de 30 mil expressões diferentes através da ação desses fatores epigenéticos. É um avanço enorme muito além do que poderia prever o projeto genoma humano em 2003. Vinte mil genes foi o detectado, muito aquém do imaginado. Porém, a partir do “fracasso” desse projeto muitos outros questionamentos foram necessários para novas soluções. Ampliar o paradigma para explicar o movimento da consciência. Estamos caminhando nesse sentido. Tentando integrar ciência e espiritualidade. Não há necessidade de exclusão. Ambas podem dar um bom aperto de mãos.

Nós seres humanos estamos situados em um horizonte de eventos entre o manifesto e o transcendente, entre o tempo e a atemporalidade, entre o visível e o invisível. Lembram da definição da realidade pela física quântica? A realidade existe sempre em dois domínios: Possibilidades e fato manifesto.

DR MILTON CESAR FERLIN MOURA

 

 

 

Reflexões sobre a diversidade cultural-religiosa afro-brasileira


Hoje gostaríamos de apresentar algumas reflexões sobre a diversidade cultural-religiosa de nosso país. Vários foram os estudiosos que registraram as matrizes formadoras do povo brasileiro, um deles foi Darcy Ribeiro que sistematizou as contribuições culturais-religiosas dos ameríndios, africanos e indo-europeus.
Atualmente é corrente na academia a terminologia “matriz formadora” e gostaríamos de refletir sobre ela. Matriz é uma palavra que significa origem, fonte e a palavra formadora aquilo que dá corpo, estrutura, que constitui, assim, os indígenas autóctones, os negros que chegaram ao país escravizados e os indo-europeus na condição de colonizadores são povos que, com sua bagagem cultural, social, religiosa, estruturaram o que posteriormente veio a ser chamado povo brasileiro ou apenas o brasileiro.
Felizmente as religiões afro-brasileiras foram igualmente formadas pelas três matrizes fazendo com que elas tenham em seu bojo a diversidade de formas de viver e cultuar a religiosidade. Não vemos esse caldeamento como algo negativo, muito ao contrário, a grande riqueza das religiões afro-brasileiras é sua diversidade, o “colorido religioso”, a ampla gama de contribuições.
Infelizmente, muitos pensam que a diversidade é um elemento que dificulta a criação de uma identidade religiosa, mas nossa visão é justamente oposta. A diversidade é um dos elementos fundantes das religiões afro-brasileiras. O cientista social ou mesmo adeptos de outras confessionalidades, sentem dificuldades em ir a um determinado terreiro e não saber ao certo qual a linha praticada. Isso porque, ainda que cada Escola Afro-brasileira tenha sua cosmovisão e liturgia específica elas comungam de elementos tais como o transe, a dança, cânticos, crença nas entidades sobrenaturais, entre outras.
Outro dado que dificulta a real compreensão do universo religioso é a mídia, a qual sempre que pode, apresenta em seus programas de informação ou entretenimento mensagens subliminares ou de descrédito e gozação.
O trabalho de todos os militantes afro-brasileiros sejam eles sacerdotes e sacerdotisas ou adeptos é no terreiro com seus Orixás, ancestrais, encantados para que essa vivência possa sair das quatro paredes templárias e ser incorporada na vida cotidiana. É um processo interno, de vivência iniciática e também externa de estilo de vida.
Agradecemos por fazer parte da diversidade cultural-religiosa afro-brasileira que, em última instância, é vivenciar a diversidade humana brasileira!
Axé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

Blog - Espiritualidade e Ciência

 


 

 

Tradição, Linhagem e Ética nas Religiões Afro-brasileiras


Dedicamos nossa última publicação às questões da ética nas religiões afro-brasileiras. Gostaríamos de prosseguir este assunto com novas reflexões que esperamos possam contribuir com todos.
A ética pode ser abordada em vários setores e a religião é apenas mais um desses. Consideramos, porém, que a ética nas religiões afro-brasileiras difere um pouco das demais religiões. Não é melhor, mas diferente.
Chegamos a este argumento pelos anos de vivência no universo afro-brasileiro e perceber nele um senso de pertença e de comunidade pouco encontrado nas religiões de grande números de adeptos. Nestas (catolicismo, protestantismo, entre outras), os adeptos vão aos rituais, comungam dos mesmos hábitos religiosos mas acabam, na maioria das vezes, dividindo seu modo de vida com os familiares consanguíneos. A relação com a comunidade religiosa é mais dissolvida.
Nas religiões afro-brasileiras, que se originaram de três matrizes (ameríndia, africana e indo-europeia), talvez por séculos de enfrentamento, perseguições e pelo fato histórico de subjugação principalmente dos indígenas e negros escravizados, as religiões vinculadas a estas matrizes apresentam forte vínculo entre seus adeptos.
O terreiro, templo, choupana, choça, roça e tantas outras denominações das casas de santo das religiões afro-brasileiras configuram-se como um santuário de laços espirituais, os quais são possibilitados pelo sacerdote/sacerdotisa (pai/mãe de santo). Aqui retomamos a questão da linhagem/raiz como um dos elementos fundamentais para a constituição de uma Escola religiosa Afro-brasileira. O conhecimento do santo é “obtido” via oralidade e vivências com o (a) dirigente espiritual e os irmãos de santo. O conhecimento não é imbutido na cabeça dos iniciantes, antes, todos constroem o conhecimento coletivamente, em uma teia de relações espirituais.
A liderança religiosa exerce um papel de suma importância coordenando mentes e corações que certamente vibram em sintonias diferentes. Mas o segredo é justamente esse, fomentar o equilíbrio entre as pessoas de modo que as competências individuais sejam ressaltadas e colocadas em prol do Todo, da comunidade. A teoria da gestalt, por nós utilizada em outros textos, é aqui retomada. Os sacerdotes e sacerdotisas procuram sempre pensar a agir pelo Todo, pela comunidade e não pelas individualidades. É uma ética simples, porém complexa, na medida em que os seres humanos estão cada vez mais individualistas e egoístas. Pais e mães espirituais labutam diuturnamente contra a maré da sociedade planetária...mas não desistem!
Assim, o senso de pertença da comunidade é muito forte e auxilia a compreensão da identidade das religiões afro-brasileiras. Sua ética é pautada, portanto, na interdependência.
Aproveitando o ensejo finalizamos com alguns versos do saudoso poeta João Cabral de Melo Neto, cuja sensibilidade foi capaz de sintetizar em um poema a ética religiosa afro-brasileira, sem dar-se conta disso:
“Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos (...)
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos”
Axé!





Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

 http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2012/05/tradicao-linhagem-e-etica-nas-religioes.html

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

 O MUNDO PODE TER SURGIDO DO NADA?


Tudo que esta no universo é plausível de ser explicado, tem uma causa. Sim, tudo que está no universo pode ser explicado, mas e o universo pode ser explicado? Qual a causa que deflagrou o universo?
Uma outra interrogação, talvez a mais essencial, é necessária: tudo que  existe tem uma causa? Se o universo existe, e parece que sim, deve ter uma causa! Satisfeitas as argumentações ou declarações de que o universo existe, qual sua causa?
Antes da resposta devemos lembrar que antes do universo, segundo a ciência, e isto também parece óbvio, não havia NADA, ou seja, não havia algo causado, (efeito), pois o nada não pode ser causa de alguma coisa, ou pode?
Robustecendo o quadro de questionamento, antes do surgimento do universo não havia aquilo que conhecemos como espaço/tempo, ou seja, não havia finitude, dimensionalidade, transitoriedade, mas havia o que? Nada do que conhecemos como as quatro dimensões (ou mais?): largura, comprimento, profundidade e tempo. Mas se não há a finitude e nem tempo, pode-se pensar na infinitude e na eternidade? Será que podemos pensar ou melhor imaginar naquilo que não conhecemos e nem temos condições de conhecer empiricamente? Vejamos!
O universo existe e antes dele nada existia, certo? Estaremos afirmando que ele existiu a partir do nada?  O nada pode ter causado o universo? Se o nada causou o universo ele pode causar outras coisas, mas ele tem causado outras coisas? Se a resposta for não, devemos pensar, ou melhor, procurar a resposta na Teologia, que além de crença, fé, rituais é também senso crítico.
Disse é também, mas com certeza não responderá se não estivermos “fundamentados” na crença da religião.
Na obra de nossa autoria Cura e Auto cura nas Religiões afro-brasileiras, comentamos a Cosmologia (criação) por intermédio de vários mitos que podem por meio de sua dimensão complementar a do logos, afirmar que o universo surgiu (cosmogênese) há 13,7 bilhões de anos, tal  qual afirma a astrofísica.
Observem que corroboramos com a ciência acadêmica, mesmo porque não podemos regredir a eventos passados infinitos (quando?!), ou seja, os eventos passados são finitos e, precisam ter um começo.
Assim justificamos, pois como pode ter eventos passados infinitos?  Simplesmente não podem, pois na eternidade não há espaço nem tempo, logo não há passado, presente e futuro. A eternidade não pode ter início (inicio do tempo que não existe) logo não pode ter fim, por isso que é eternidade.
Mas afinal, como surgiu o universo? Qual a sua causa primeva? O universo surgiu de acordo com o modelo do Big Bang.
As religiões afro-brasileiras explicam (algumas delas) que o Poder Volitivo dois Orishás, deu origem a “Pré-Energia” denominada Substância/Energia Escura, que ao condensar-se em um só ponto (Unidade Cosmológica inicial) deu origem a realidade finita do universo (espaço, tempo). Sim o Big Bang foi deflagrado a partir do “ovo primordial”. Com isto podemos afirmar que o universo obedece leis da termodinâmica (vide vídeo aula – Cosmologia – 2010), ou seja o universo já foi do tamanho de um ponto e ainda esta em expansão.
Aos cientistas que não desdenham das religiões e os que desdenham, sejam ou não cientistas, temos uma explicação oferecida pelas religiões afro-brasileiras, sobre a precedência dos Orishas (enviados do Deus Supremo) na cosmogênese, sendo, pois, segundo nossos fundamentos, os Senhores do Universo e de toda a criação. Axé!


http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html



RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

VALORIZAÇÃO DA TRADIÇÃO SACERDOTAL
                            

A constante da Tradição Espiritual que carregamos por dentro das religiões afro-brasileiras/americanas é uma unidade aberta em construção ou que permite releituras, repaginações ou ser reinterpretada.
Nessa esteira nos aconselham os Ancestrais Ilustres (guias espirituais) que nos assistem que não é possível ler as obras que nos orientaram a escrita há mais de duas décadas, como se fosse uma mensagem única e fixa. Ela deve constantemente passar por releituras, repaginações e reinterpretações. Assim como todas as demais obras...
Isto é muito salutar no atual momento das religiões afro-brasileiras que têm buscado o respeito incondicional com as diferenças, com a diversidade. Há várias religiões afro-brasileiras que no passado tinham conceitos, inclusive sobre entidades espirituais, completamente antagônicos e hoje estão revendo tais conceitos.
Se na atualidade trabalhamos com o diálogo gestáltico é importante que se saliente o conceito de Escola, não como uma instituição de ensino formal, mas como uma forma de interpretar, identificar e praticar o Sagrado por dentro das religiões afro-brasileiras, conhecimento vivencial que só pode ser adquirido na prática de pai para filho espiritual. Não há, portanto, cursos iniciáticos que possibilitem isso.
Estes conceitos estão sendo por nós propugnados, falados e acima disto vivenciados desde o ano 2000, por isso, temos em nosso templo vários tipos de toques ou rituais que atendem ao escopo citado e como forma de união e renovação das práticas religiosas afro-brasileiras onde a competição do passado está sendo cambiada por cooperação e respeito incondicional à diversidade.
Foi com o mote da Tradição ser passada de pai para filho, na vivência do terreiro e valorizando o sacerdócio que criamos o primeiro e segundo Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religiões afro-brasileiras/americanas. E deles surgiu o Fórum Internacional Permanente do respeito à diversidade das religiões afro-brasileiras/americanas que conta com a participação espontânea, em vídeo, na internet, de mais de 200 sacerdotes e sacerdotisas que esperamos sejam mais de 500 até o III Congresso datado para 27 de outubro de 2012.
Reafirmando esta proposta publicamos texto: Unidade das religiões afro-brasileiras/americanas manifestada na diversidade de rituais.
A UNIDADE DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS/AMERICANAS MANIFESTADA NA DIVERSIDADE DE RITUAIS
Um dos processos que contribuem para a Paz Mundial conforme aprendemos na Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (Templo de Fundamentos), implica na reunião de todos os povos em torno de um conhecimento não fragmentário da Realidade, que compreende as realidades espiritual e material como uma só, sendo esta última a manifestação da primeira.
Sabemos que o conhecimento humano foi setorizado em quatro formas de se observar a realidade, a saber, a filosofia, a arte, a ciência e a religião. Percebemos que, embora os méritos de desenvolvimento desses quatro ramos do conhecimento sejam diferentes, seus objetos de estudo são o mesmo, qual seja a Realidade em seus aspectos concretos ou abstratos. Considerando que o homem contém em si tanto as realidades concretas como as abstratas, sendo ele o microcosmo que representa o macrocosmo. Em última análise podemos dizer que o objeto de estudo dos quatro pilares do conhecimento é o próprio homem e sua identidade com o cosmo.
O papel de nosso Templo de Fundamento, desde sua manifestação no plano Terra em 1970, assim como outros templos, é colaborar para a reversão do processo de fragmentação que ocasiona os conflitos internos (dilemas existenciais de cada indivíduo) e os conflitos externos ou sociais (guerras, desigualdades sociais e injustiças).
Em obediências às Confrarias Espirituais, nossa Casa de Fundamentos estabeleceu mais um marco dentro do processo de respeito incondicional às diferenças quando no dia 28 de julho de 2000 anunciou que, a partir de então, haveria vários ritos públicos. Esses toques ou ritos abrangem uma gama ampla de entendimento do Sagrado ou ângulos de interpretação, fazendo a reunião de praticamente todos os setores ou Escolas dentro das religiões afro-brasileiras.
Para demonstrar nossa proposição, basta observarmos os vários ritos desenvolvidos quinzenalmente, conforme o esquema abaixo:
Toque de Encantados (contato com os encantados ou encantarias várias promovendo a união com a pajelança, jurema, terecô, tambor de mina e outros)
Toque de Umbanda Traçada (influências evidentemente ameríndias e africanas, promovendo a união com os praticantes do culto omolocô, do candomblé de caboclo e todos os demais que fazem essas ligações)
Toque da Kimbanda (fortes vínculos com os exus que carregam toda a valência de sua função de ser elo de comunicação e transportador do axé)
Toque de Umbanda Mítica – Mista (influências regionais com a presença das entidades que se manifestam como caboclinhos, meninas das águas, marinheiros, boiadeiros, etc, fazendo o entrelaçamento étnico e dos sincretismos que surgiram dentro da Umbanda.
Toque de Umbanda Esotérica (aspectos iniciáticos da umbanda preconizados por Matta e Silva e sua linhagem)
Como podemos observar nos vários toques ou rituais existe uma ampla integração entre todas as Escolas ou setores das religiões afro-brasileiras, algo pioneiro e que promove o respeito incondicional às diferenças rituais, à diversidade. Isso só é possível pelo conhecimento que vivenciamos na prática sobre todos esses setores, nunca desdenhando de nenhum deles. Os vários ritos representam, exclusivamente, uma integração da visão regionalista sendo que todos são igualmente importantes e tem suas funções precípuas dentro da coletividade terrena.
Na maior parte dos templos, já existe uma compreensão mais ampla dos pontos em comum entre todos os setores das religiões afro-brasileiras. Nossa Casa de Fundamentos é capaz de realizar esta interação devido ao seu aprofundamento e visão aberta sobre as religiões afro-brasileiras.
Essa postura de vanguarda, que dividimos com todas as Escolas, permite a inclusão total e o respeito a todas as manifestações das religiões afro-brasileiras. Está claro agora que somente com esta compreensão aberta do Sagrado, desenvolvida por nós ao longo dos anos, é possível a integração com todos os setores. Axé!

RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

VALORIZAÇÃO DA TRADIÇÃO SACERDOTAL
                            

A constante da Tradição Espiritual que carregamos por dentro das religiões afro-brasileiras/americanas é uma unidade aberta em construção ou que permite releituras, repaginações ou ser reinterpretada.
Nessa esteira nos aconselham os Ancestrais Ilustres (guias espirituais) que nos assistem que não é possível ler as obras que nos orientaram a escrita há mais de duas décadas, como se fosse uma mensagem única e fixa. Ela deve constantemente passar por releituras, repaginações e reinterpretações. Assim como todas as demais obras...
Isto é muito salutar no atual momento das religiões afro-brasileiras que têm buscado o respeito incondicional com as diferenças, com a diversidade. Há várias religiões afro-brasileiras que no passado tinham conceitos, inclusive sobre entidades espirituais, completamente antagônicos e hoje estão revendo tais conceitos.
Se na atualidade trabalhamos com o diálogo gestáltico é importante que se saliente o conceito de Escola, não como uma instituição de ensino formal, mas como uma forma de interpretar, identificar e praticar o Sagrado por dentro das religiões afro-brasileiras, conhecimento vivencial que só pode ser adquirido na prática de pai para filho espiritual. Não há, portanto, cursos iniciáticos que possibilitem isso.
Estes conceitos estão sendo por nós propugnados, falados e acima disto vivenciados desde o ano 2000, por isso, temos em nosso templo vários tipos de toques ou rituais que atendem ao escopo citado e como forma de união e renovação das práticas religiosas afro-brasileiras onde a competição do passado está sendo cambiada por cooperação e respeito incondicional à diversidade.
Foi com o mote da Tradição ser passada de pai para filho, na vivência do terreiro e valorizando o sacerdócio que criamos o primeiro e segundo Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religiões afro-brasileiras/americanas. E deles surgiu o Fórum Internacional Permanente do respeito à diversidade das religiões afro-brasileiras/americanas que conta com a participação espontânea, em vídeo, na internet, de mais de 200 sacerdotes e sacerdotisas que esperamos sejam mais de 500 até o III Congresso datado para 27 de outubro de 2012.
Reafirmando esta proposta publicamos texto: Unidade das religiões afro-brasileiras/americanas manifestada na diversidade de rituais.
A UNIDADE DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS/AMERICANAS MANIFESTADA NA DIVERSIDADE DE RITUAIS
Um dos processos que contribuem para a Paz Mundial conforme aprendemos na Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (Templo de Fundamentos), implica na reunião de todos os povos em torno de um conhecimento não fragmentário da Realidade, que compreende as realidades espiritual e material como uma só, sendo esta última a manifestação da primeira.
Sabemos que o conhecimento humano foi setorizado em quatro formas de se observar a realidade, a saber, a filosofia, a arte, a ciência e a religião. Percebemos que, embora os méritos de desenvolvimento desses quatro ramos do conhecimento sejam diferentes, seus objetos de estudo são o mesmo, qual seja a Realidade em seus aspectos concretos ou abstratos. Considerando que o homem contém em si tanto as realidades concretas como as abstratas, sendo ele o microcosmo que representa o macrocosmo. Em última análise podemos dizer que o objeto de estudo dos quatro pilares do conhecimento é o próprio homem e sua identidade com o cosmo.
O papel de nosso Templo de Fundamento, desde sua manifestação no plano Terra em 1970, assim como outros templos, é colaborar para a reversão do processo de fragmentação que ocasiona os conflitos internos (dilemas existenciais de cada indivíduo) e os conflitos externos ou sociais (guerras, desigualdades sociais e injustiças).
Em obediências às Confrarias Espirituais, nossa Casa de Fundamentos estabeleceu mais um marco dentro do processo de respeito incondicional às diferenças quando no dia 28 de julho de 2000 anunciou que, a partir de então, haveria vários ritos públicos. Esses toques ou ritos abrangem uma gama ampla de entendimento do Sagrado ou ângulos de interpretação, fazendo a reunião de praticamente todos os setores ou Escolas dentro das religiões afro-brasileiras.
Para demonstrar nossa proposição, basta observarmos os vários ritos desenvolvidos quinzenalmente, conforme o esquema abaixo:
Toque de Encantados (contato com os encantados ou encantarias várias promovendo a união com a pajelança, jurema, terecô, tambor de mina e outros)
Toque de Umbanda Traçada (influências evidentemente ameríndias e africanas, promovendo a união com os praticantes do culto omolocô, do candomblé de caboclo e todos os demais que fazem essas ligações)
Toque da Kimbanda (fortes vínculos com os exus que carregam toda a valência de sua função de ser elo de comunicação e transportador do axé)
Toque de Umbanda Mítica – Mista (influências regionais com a presença das entidades que se manifestam como caboclinhos, meninas das águas, marinheiros, boiadeiros, etc, fazendo o entrelaçamento étnico e dos sincretismos que surgiram dentro da Umbanda.
Toque de Umbanda Esotérica (aspectos iniciáticos da umbanda preconizados por Matta e Silva e sua linhagem)
Como podemos observar nos vários toques ou rituais existe uma ampla integração entre todas as Escolas ou setores das religiões afro-brasileiras, algo pioneiro e que promove o respeito incondicional às diferenças rituais, à diversidade. Isso só é possível pelo conhecimento que vivenciamos na prática sobre todos esses setores, nunca desdenhando de nenhum deles. Os vários ritos representam, exclusivamente, uma integração da visão regionalista sendo que todos são igualmente importantes e tem suas funções precípuas dentro da coletividade terrena.
Na maior parte dos templos, já existe uma compreensão mais ampla dos pontos em comum entre todos os setores das religiões afro-brasileiras. Nossa Casa de Fundamentos é capaz de realizar esta interação devido ao seu aprofundamento e visão aberta sobre as religiões afro-brasileiras.
Essa postura de vanguarda, que dividimos com todas as Escolas, permite a inclusão total e o respeito a todas as manifestações das religiões afro-brasileiras. Está claro agora que somente com esta compreensão aberta do Sagrado, desenvolvida por nós ao longo dos anos, é possível a integração com todos os setores. Axé!



A DIVERSIDADE IMUNIZA CONTRA O DISCURSO HEGEMÔNICO



A diversidade imuniza contra o discurso hegemônico

A pluralidade cultural caracteriza a contemporaneidade sendo um desafio a ser enfrentado pelas diversas teologias. Qual desafio?

O desafio seria devido a uma visão preocupada em captar as particularidades e as diversidades do real? Seria ao respeito à diferença do outro – a alteridade?

Talvez consista no imbricamento das possíveis causas aventadas e seus desdobramentos.

Apesar de remeter várias vezes à pluralidade, a diversidade, a particularidade, seriam elas realmente aceitas e vivenciadas? Acredito que não. Por quê?

Porque todas as religiões e suas teologias desejam ser hegemônicas, homogêneas, logo, universalistas. E como tal cada uma deseja e espera representar as demais.

O que não podemos olvidar é que há quem deseja possuir acesso ao privilégio do universal, mas não é possível ter o universal, isto seria monopolizá-lo.

Pierre Bourdieu afirmou claramente: “O homem oficial é um ventríloquo que fala em nome do Estado: assume uma postura oficial – com todo o teatro do oficial – fala para e se coloca no lugar do grupo ao qual se dirige, fala para e se coloca no lugar de todos, fala como representante universal”.

Consequentemente pode-se concluir a consonância com as religiões afro-brasileiras que defendem a diversidade, pois a mesma realça a particularidade de cada “terreiro”, torna-os legítimos, imuniza-os da homogenia e hegemonia promovida pela universalidade.

Pelo aventado parece evidente que os “terreiros” na diversidade estão imbricados num processo relacional e nunca numa linguagem universal (código seja ele qual for).

Quando me propus a elaborar um Fórum[1] Internacional Permanente sobre Diversidade nas Religiões Afro-brasileiras era para que todos que desejassem, sem nenhuma seleção, pudessem opinar, melhor, contribuir. Portanto, não estou falando por nossa comunidade (Religiões Afro-brasileiras/Americanas), apenas fui um canal facilitador para que todos pudessem se expressar, suas particularidades terem voz, uma característica da diversidade, da diferença do outro (alteridade), da pluralidade.

A “verdade” não é minha, mas de todos, eis, pois a diferença. Não quis a opinião de escolhidos, dos melhores (como se isto fosse possível), mas de todos os interessados, que auguro votos, sejam todos os sacerdotes/sacerdotisas do povo de santo.

Não coopto ninguém. Os que se interessaram em contribuir o fizeram de livre e espontânea vontade, pois pregam e vivenciam a diversidade como forma de aproximar a todos, reunindo e remindo a “comunidade de santo”. Discordo in tótum dos que doutrinam e divulgam à socapa: “A verdade dos dominantes se transforma na verdade de todos”.

Sou pela particularidade e não pela universalidade, pois alguns pequenos grupos querem homogeneizar, claro, para terem o poder hegemônico (o grupo – parte falando pela comunidade – todo).

Creio que cada Religião Afro-brasileira/americana precisa dar sentido à sua verdade, e para isto não pode olvidar que o público alvo ou públicos podem ser:
Filhos de santo (linguagem específica ou iniciática) com uma linguagem peculiar à cada religião afro-brasileira.
Clientes ou simpatizantes – linguagem em geral, mágico-religiosa. A seguir, aproximação com a filosofia do “terreiro”.
Sociedade como um todo. Discurso decodificado e traduzido sobre como são entendidos os problemas existenciais, cosmológicos, ecológicos, culturais, sociais, políticos e econômicos.
Tanto teólogos quanto sacerdotes podem imbricar a comunicação aos três públicos, isto é, um discurso que atende a todos, que é o que se deseja.

Só por estes primeiros objetivos melhor pode se entender quando se afirma que a Tradição das Religiões Afro-brasileiras/americanas tem como constante a contínua mudança. Sim, a Tradição é algo que nos remete à continuação, todavia se não houver transformação ou mudança estará fadada a desaparecer. Eis a tarefa de todos os sacerdotes das Religiões Afro-brasileiras/americanas, observar a necessidade do respeito à diversidade, onde não mais haverá eu e outro, mas sim nós, nossa Tradição. Axé!


Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Blog - Espiritualidade e Ciência
http://sacerdotemedico.blogspot.com