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EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO TRANSCENDENTE E MANIFESTO





EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO
TRANSCENDENTE E MANIFESTO
Ciência e Espiritualidade necessitam de um diálogo sincero e honesto. Vivemos uma separação, uma fragmentação como diria David Bohm, onde a visão de mundo necessita de uma mudança urgente, pois a cosmovisão atual não consegue dar explicações para as emergentes necessidades da sociedade que se encontra em perigo, pois, na individualidade, essa fragmentação gera uma cicatriz e a ilusão da separação, onde não há espaço para valores e virtudes. Esses mesmos valores e virtudes que, antigamente,  eram referendados e cultivados pela religião como um caminho na conquista de dias melhores. Hoje parecem fadados ao esquecimento.
Não há uma prática individual com o claro objetivo de buscar o significado desses valores em nosso processo de viver. Essa curta reflexão tem um grande objetivo: Despertar! Chamar a atenção! Provocar uma discussão salutar! Gerar conflitos no inconsciente, aumentando as possibilidades para uma escolha e uma solução! Será que há algum motivo para pensarmos em futuro? Podemos dizer, baseado em evidências óbvias, que o ser humano é destinado para a finititude? Qual é a falha de interpretação que leva religiosos fundamentalistas, que tem um Deus benigno, a declararem guerra contra seus semelhantes causando destruição e mortes? Esse Deus bondoso e transcendente pode ainda influenciar e agir nesse mundo de matéria? Ou Ele criou a tudo e a todos e deixou-nos    literalmente ao deus-dará com suas Leis divinas e regras de um jogo que mal compreendemos para que, em um curto espaço de tempo, conquistemos nossas virtudes e valores e, quando chegar diante do seu trono,  sermos julgados pelos nossos atos e, dessa forma decretar o destino de nossas almas para o céu ou para o inferno definitivamente? Esse Deus de palha já foi facilmente destruído pela ciência. Nietszche declarou “Deus está morto”.
Um Deus transcendente e separado não pode interagir de forma causal com a matéria. A revolução científica, baseado na filosofia do monismo materialista, trouxe uma contribuição grande com o desenvolvimento tecnológico dando realmente uma idéia de progresso. Esse progresso foi baseado nas descobertas das interações materiais onde todo gênio cientifico tenta explicar com suas teorias a natureza da Natureza. Tudo é matéria e não há nada além da matéria e, portanto, não há espaço para um dialogo com o sutil, com a espiritualidade, com a subjetividade, com a consciência, com os pensamentos, sentimentos, intuições, pois são todos aspectos internos e a ciência as vê como subprodutos de interações materiais e, portanto,  sem poder causal sobre matéria. Dessa forma vem desconstruindo tudo aquilo que diz respeito ao interno de cada um de nós, valores e virtudes não passam de bagagem extra e devem ser descartadas pela ciência, ou no mínimo continuarem separadas o que permitiria aos cientistas ainda irem em seus cultos religiosos no domingo, pois afinal de contas esse Deus pode ser benigno.
Separação e fragmentação. Diálogo entre ciência e espiritualidade. Veremos como a física quântica pode criar um processo dinâmico de transformação em nossas vidas e mudar a visão de mundo buscando uma integração entre Deus e suas criaturas, bem como nosso ambiente interno e externo, resgatando Deus para a ciência e para nossas vidas.
Dr. Milton Cesar Ferlin Moura


O TEMPO



TEMPO

A ciência tem dificuldade em definir tempo. O tempo físico “inanimado” necessita de outros parâmetros para ser definido. Atualmente, a unidade de segundos é definido como sendo uma oscilação de ciclos de radiação do césio 133 em um determinado período. Quando o elétron salta de um estado de alta energia para um de baixa energia ele emite uma radiação eletromagnética. Essa radiação oscila em uma determinada frequência. A frequência é “exatamente” 9.192.631.770 Hz. Conforme o Sistema Internacional de Unidades essa tem sido a definição de segundo desde 1967. A cada segundo o césio 133 emite 9.192.631.770 ciclos de ondas eletromagnéticas. Nossa unidade de tempo “segundo” é definido conforme esse parâmetro. Seguindo esse mesmo raciocínio a ciência tem dificuldade em definir energia. Há necessidade de outros parâmetros para essa finalidade. O tempo é uma grandeza objetiva ou subjetiva? A física da matéria inanimada insiste em afastar a participação do observador. O observador é fundamental e necessário para compreender o tempo. Os aspectos subjetivos são tão importantes quanto os objetivos. Um dos poucos pontos em comum entre a ciência e a espiritualidade é que ambos concordam que o tempo é relativo. Não precisamos nem requisitar a presença de Einstein para essa explicação. Ela faz parte do senso de percepção comum.

Dependendo do estado de consciência a percepção do fluxo de tempo muda. No estado de sono profundo não temos a experiência de tempo. No estado de sonho o tempo é fluido: uma era em um minuto. No estado de vigília o tempo é relativo e depende dos referenciais adotados. Lembram disso na física ginasial? O tempo depende do nosso sistema nervoso. Cada ser senciente irá perceber o tempo conforme o sistema nervoso disponível para essa percepção. O sistema nervoso de uma lagarta é diferente do nosso. Se retiramos uma folha da sua trajetória ela irá “pensar” que a mesma simplesmente desapareceu.  As “fotografias” da realidade passam mais lentamente. Os seres humanos tem a capacidade de acelerar ou desacelerar o tempo conforme o estado de consciência. Será que a subjetividade é confiável? Nenhum físico afirma que suas medidas se modificam porque ele está ou não com cefaléia naquele dia. O tempo é uma experiência da consciência. Podemos pensar que o tempo não seja nem abstrato e nem objetivo. O tempo é pessoal e participativo. O Universo é participativo. Nós conseguimos participar do tempo e da mesma forma que participamos do tempo talvez tenhamos uma pista da participação da atemporalidade. Sem tempo? Como assim? Sob qualquer aspecto do tempo subentende-se a idéia do não tempo (atemporalidade). Antes do Universo não existia o tempo! Nós temos quevivenciar o tempo! Da mesma forma podemos vivenciar a atemporalidade e entender melhor aquilo que chamamos de “vida eterna”, “alma imortal” e “Deus transcendente”. Eternidade seria compatível com uma realidade onde o tempo não estaria presente. Eternidade não é compatível com um período de tempo muito longo. Na eternidade, o tempo não está presente!

Precisamos pedir ajuda ao Oriente! Nos estudos das experiências de meditadores, a subjetividade é confiável! Eles relatam a experiência do Samadhi que seria um estado de consciência zero, ou seja, um estado de eterno agora atemporal. Nesse estado de consciência zero o tempo deixa de existir com evento mensurável. Passamos a vivienciar o fluxo do tempo quando a consciência una divide-se em sujeito e objeto. Quando da mensuração quântica no cérebro a consciência identifica-se com o mesmo e surge o “self”, mas isso é outra história…Seguindo em nosso raciocínio, o próprio Universo possui um estado atemporal que é o campo do ponto zero ou “vácuo” quântico. Antes da singularidade do Big Bang havia apenas a potencialidade do tempo. Depois surgiram todos os objetos quânticos em ondas de possibilidades como: enegia, spin, peso, gravidade. Potencialidade é potencialidade, isto é, não tem ciclo ou ciclos. Abrange passado, presente e futuro. O estado básico da física é análogo ao estado zero doSamadhi. Nós sempre seremos eternos. Quando perdemos a conexão com a eternidade ficamos presos na ilusão dependente das medidas, ficamos dependentes em medir o tempo. Como podemos vivenciar a eternidade? Como?

A mente humana é vista pela ciência materialista como um epifenômeno do cérebro. Porém, a ciência quântica unida com a espiritualidade vê a mente humana não como subproduto do sistema nervoso, mas como agente causador real de onde “nascem” os pensamentos. Como podemos “pensar” em atemporalidade? Como seria possível se o próprio pensamento leva tempo para ser formulado? Eis a pista!!! Os meditadores experientes perceberam que se o pensamento pára, o tempo também pára. O movimento do pensamento é importante para o tempo. Se os pensamentos param de se movimentar, o tempo faz o mesmo. Quem já experimentou a sensação do famoso “branco”? A subjetividade de percepção do tempo depende dos pensamentos. O Universo é o movimento do pensamento. Isso é profundo!!! A mente em silêncio cocria a realidade física por meio de um pensamento. Uma vibração e uma frequência. Sem isso o tempo não pode ter início! As vibrações emergem de uma fonte. Quando o tempo entra na manifestação ele é adaptado ao sistema nervoso. Temos que “metabolizar” a experiência abstrata do tempo da mesma forma que metabolizamos o alimento em nosso sistema digestivo.

O nosso crescimento e desenvolvimento necessita conhecer e administrar o tempo. Os genes precisam conhecer o tempo. Saber o tempo correto para substituir os dentes de leite, saber o início da puberdade, saber o início da menopausa e dessa forma devemos possuir um “relógio” biológico a serviço da consciência. Sim, temos esse “relógio”. Nossos genes são muito mais que receitas de instrução. A consciência possui a sua disposição a telomerase (Descoberta da cientista Elizabeth Blacburn em 2010) capaz de administrar o tempo, inclusive o envelhecimento. Quando menos telomerase mais rápidos envelhecemos. Da mesma forma, hábitos de vida saudáveis e meditação são capazes de aumentar a quantidade de telomerase no organismo. Conseguimos sinalizar nossos genes para cumprirem suas funções. Os fatores epigenéticos demonstram uma importância fundamental para a expressão gênica. Um único gene é capaz de mais de 30 mil expressões diferentes através da ação desses fatores epigenéticos. É um avanço enorme muito além do que poderia prever o projeto genoma humano em 2003. Vinte mil genes foi o detectado, muito aquém do imaginado. Porém, a partir do “fracasso” desse projeto muitos outros questionamentos foram necessários para novas soluções. Ampliar o paradigma para explicar o movimento da consciência. Estamos caminhando nesse sentido. Tentando integrar ciência e espiritualidade. Não há necessidade de exclusão. Ambas podem dar um bom aperto de mãos.

Nós seres humanos estamos situados em um horizonte de eventos entre o manifesto e o transcendente, entre o tempo e a atemporalidade, entre o visível e o invisível. Lembram da definição da realidade pela física quântica? A realidade existe sempre em dois domínios: Possibilidades e fato manifesto.

DR MILTON CESAR FERLIN MOURA