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A HIERARQUIA DIVINA NA UMBANDA NA VISÃO DA ESCOLA DE SÍNTESE







A HIERARQUIA DIVINA NA UMBANDA NA VISÃO DA ESCOLA DE SÍNTESE

Aproveitamos o ensejo da publicação anterior, em que apresentamos um modelo (tipo) de ritual de fundamento, segundo os princípios esposados pela Escola de Síntese, para de forma resumida, descrever a Hierarquia Divina.

Da publicação passada, reiteramos a importância da unidade irredutível ORIXÁ-EXU. É EXU que acompanha todos os Orixás, que executa a função do ORIXÁ; no caso das Religiões Afro-Brasileiras, é EXU que mobiliza seus poderes ou remédios sobrenaturais, cumprindo assim as suas funções.

No texto apontado é explicado todo o awô do rito de fundamento por nós apresentado, pois Ele (EXU) manifesta a vontade do Orixá, do Caboclo (Orixá do Brasil), de outros Ancestrais (Mestres, Caboclinhos, enfim as entidades tidas como Encantados) e também permite o transe e o pós-transe – “o estado de erê” – “estado infantilizado”, tal qual é o inconsciente, que gradativamente, após o transe, permite o indivíduo retomar a sua personalidade própria, com ganho de percepção, cognição, estado de harmonia e equilíbrio biopsicossociológico.

Deixaremos para próximos trabalhos os fundamentos da Entidade sobrenatural Exu (Yorubá) – Elegbara (Jeje) – Aluvaiá (Bantu), entendamos o texto da presente publicação que versa sobre a Hierarquia Divina, a manifestação da Divindade nos vários planos do universo onde todos têm como fatores essenciais a Energia/Matéria. Ressalve-se que a Escola de Síntese denomina esse plano de ação de Universo Astral, onde há domínio da Energia/Matéria, decorrência do Poder Volitivo do Orixá aplicado à Substância Escura, portanto, anterior ao Big Bang ou ao t0(instante zero).

O ORIXÁ antecede o Big Bang, portanto é anterior ao Universo, logo, também, ao Planeta Terra, que faz parte de determinado Sistema Solar, que faz parte do Universo.

O plano que antecede o Universo como conhecemos, é o que denominamos Cosmo Espiritual ou Reino Virginal. Virginal, pois não há matéria ou energia (vazio) como conhecemos do planeta e no Universo Astral.

Depois deste sumário do Cosmo Espiritual (adimensional, atemporal) e de sua manifestação no Universo Astral ou Reino Natural (dimensional, temporal), penetremos mesmo que de forma parcial ou superficial, na Hierarquia Divina e sua manifestação no Cosmo Espiritual e nos vários locais do Universo Astral onde há domínio da Energia/Matéria.

No livro “Umbanda – a Proto-Síntese Cósmica. 12ª ed. São Paulo: editora Pensamento. 2011, de nossa “autoria”, temos o seguinte texto:

“No capítulo em que tratávamos da Deidade ou Divindade Suprema, dissemos que no Cosmo Espiritual existia como realidade única, o Ser Espiritual em consciência, percepção, inteligência, etc. Nesse mesmo Cosmo Espiritual havia uma realidade acima de todos os Seres Espirituais, sendo essa a Realidade Absoluta, o Supremo Espírito, o Qual denominamos, sem defini-lo ou limitá-lo, como Deus. Assim, nesse Cosmo Espiritual, a Suprema Luz Espiritual estende suas Vibrações Espirituais aos primeiros 7 Puros Espíritos, na chamada Coroa Divina, ou seja, aquelas Potestades de Sublime Luz que estendem suas Vibrações a todos os Seres do Cosmo Espiritual. São os 7 Espíritos Virginais por nós denominados ORIXÁS VIRGINAIS”.

Sumarizemos e desdobremos o parágrafo acima citado:

Nesse Cosmo Espiritual o Supremo Espírito – Deus – O Incriado Absoluto – estende suas Supremas Vibrações Espirituais (se é assim que podemos nos expressar) aos 7 Puros Espíritos (Puros, pois estão isentos de qualquer agregação sobre si mesmo que conhecemos como Energia/Matéria.). A “Natureza Espiritual”, dos Seres Espirituais ou simplesmente Espíritos, nada tem em comum com a “natureza material” ou do Universo Astral.

Essas Potestades Primevas – os 7 Puros Espíritos são os primevos, no Reino Virginal, a receber sobre os mesmos o Poder Espiritual Divino – do Supremo Espírito que denominamos Tupan, Olodumare, Zamby, Deus. Eles, os 7 Espíritos Supremos por interveniência do Poder Divino deram formação à Coroa Divina. Nas várias Escolas das Religiões Afro-Brasileiras, assim como na Escola de Síntese, são denominados de ORIXÁ VIRGINAL. O ORIXÁ VIRGINAL deflagrou seus Poderes Espirituais no Cosmo Espiritual nos:

ORIXÁ CAUSAL – 7 Espíritos e Hierarquia que são os Senhores do Karma Causal. Esse por sua vez deflagra suas vibrações no ORIXÁ REFLETOR que são os 7 Espíritos e Hierarquia que são Senhores da Luz Espiritual – coordenadores do processo do início da manifestação da matéria, o que aconteceu, no Universo Astral, por intermédio do ORIXÁ ORIGINAL – os 7 Espíritos e Hierarquia que são reguladores do Karma Constituído e da criação do Universo Astral. Deflagraram na substância escura seus poderes volitivos promovendo a Cosmogênese (Luz – Som – Movimento), a origem do Universo. Eles estenderam seus poderes ao ORIXÁ SUPERVISOR – 7 Espíritos e Hierarquia que são Senhores que regulam a Lei Divina em todo o Sistema Galáctico. Deflagraram suas vibrações no ORIXÁ INTERMEDIÁRIO – 7 Espíritos e Hierarquia que são Senhores de todo o Sistema Solar (Verbo Solar). Também deflagraram suas Vibrações no ORIXÁ ANCESTRAL – 7 Espíritos e Hierarquia que são Senhores do Sistema Planetário.

Da resenha que fizemos conclui-se que: no Universo Astral o ORIXÁ ORIGINAL é o ORIXÁ CÓSMICO; o ORIXÁ SUPERVISOR é o ORIXÁ GALÁCTICO; o ORIXÁ INTERMEDIÁRIO é o ORIXÁ SOLAR; o ORIXÁ ANCESTRAL é o ORIXÁ PLANETÁRIO.

No texto que ora estamos desenvolvendo, daremos ênfase a atuação do ORIXÁ ANCESTRAL nas Religiões Afro-Brasileiras, principalmente de como Ele promove sua Hierarquia no planeta e na Tradição do Orixá. Na Umbanda o conceito trazido explica o surgimento e a função dos Orixás e suas Vibrações Espirituais manifestas nas 7 Linhas ou Vibrações Originais (pois foram deflagradas, no Universo Astral , pelo ORIXÁ ORIGINAL.

Antes de pormenorizarmos a atuação do ORIXÁ ANCESTRAL OU PLANETÁRIO e sua Hierarquia reforcemos o conceito de Universo Astral, e qual sua constituição nos três planos de manifestação.

Continuando é de vital importância entender-se que o Princípio Espiritual (imanifesto) ou Essência, ao manifestar-se (Existência) fê-lo no Universo Astral, onde, como vimos, havia domínio da Energia (Substância) em seus vários graus de densidade.

Interpenetrando fundamentos, afirmamos que o Ser Espiritual gerou, exsudou a Substância Escura, sendo a mesma protoforma para a Cosmogênese onde, repisamos, deu início ao domínio da Energia/Matéria.

Recapitulando, visando o melhor entendimento, afirmamos que o Princípio Espiritual Uno (Essência) ao se bipolarizar, separando-se objetivamente (Existência), gerou de moto próprio, devido à sua atribuição criadora, a Substância Escura que é indiferenciada, caótica, sem movimentos coordenados.

É a essa Substância Escura que a Coroa Divina, os 7 ORIXÁS SUPREMOS – Espíritos Virginais de Máximo Poder – por intermédio da Potenciação de suas Vontades, de seus Poderes Volitivos, propiciaram movimentos ordenados, diferenciando-a, imprimindo-lhe um ciclo e ritmo particular, por intermédio de sua Hierarquia deflagrada no ORIXÁ ORIGINAL.

Esse ciclo e ritmo deu formação à Energia Bipolarizada. A essa Energia Bipolarizada denominamos Energia Mental Abstrata e Energia Mental Concreta.

A Energia Primeva Bipolarizada deflagrou a constituição setenária no Universo Astral.

Assim, o Poder Volitivo dos 7 ORIXÁS ORIGINAIS, aplicado à Substância Escura, gerou o Universo Astral. A concretização desse Poder Volitivo pode ser expressa na Cosmogênese, no “Big Bang”, gerador de três fenômenos que perduram até nossos dias. A Luz, o Som e o Movimento são as expressões concretas do Poder Volitivo dos Orixás.

Antes de prosseguirmos no estudo que nos conduz aos Fundamentos do ORIXÁ e Hierarquia, observemos como, analogamente à constituição cósmica, desdobram-se a Matéria e a Energia, em nosso Planeta, pois os mesmos constituem a pedra angular do entendimento do destino planetário e individual.

A matéria constitutiva do planeta Terra é, igualmente, Setenária. A Energia Bipolarizada em Energia Mental Abstrata e Energia Mental Concreta dá origem, por rebaixamento de sua vibração essencial à Energia Astral.

A Energia Astral, por dissociação ou emissão, dá formação a quatro Energias, totalizando o Setenário. A Energia Astral é a base constitutiva da dimensão sutil, hiperfísica do planeta.

Na dimensão densa, a energia astral deflagra os quatro estados da manifestação.

O primeiro estado de manifestação é o Eólico (Ar), essencialmente expansivo.

O segundo estado de manifestação é o Ígneo (Fogo), essencialmente radiante.

O terceiro estado de manifestação é o Hídrico (Água), essencialmente fluente.

O quarto estado de manifestação é o Telúrico (Terra), essencialmente coesivo.

Concluindo, os elementos Ar, Fogo, Água e Terra compõem o Plano Físico denso do planeta, sendo que as Linhas de Forças (Energias Sutis) os sustentam por intermédio do Poder Atuante dos Executores dos ORIXÁS – os Exus, em suas várias funções (qualidades).

A seguir o quadro demonstrativo do que discutimos:



Após a representação esquemática de toda a Hierarquia Divina, desde o Cosmo Espiritual até um planeta do Universo Astral entremos sem mais delongas na Hierarquia da Umbanda.
Já vimos que os 7 ORIXÁS ou Vibrações Originais que conhecemos como as 7 Linhas são denominados ORIXÁS ANCESTRAIS. Esses donos Vibratórios de cada Linha ou Vibração Original também promovem suas Hierarquias no planeta Terra e, em nosso caso, na corrente Astral e Humana de Umbanda. Assim é que, dentro da Faixa Vibratória Espiritual do ORIXÁ ANCESTRAL, temos Três Planos que se subdividem em 7 Graus ou Vibrações descendentes. Desse modo, o ORIXÁ ANCESTRAL promove a Hierarquia de 1º Plano. Chamemos essas Entidades de ORIXÁS MENORES, pois são Senhores da Luz, Luz como Evolução, Sabedoria, Amor e Conhecimento, relativos ao nosso sistema planetário. Esses ORIXÁS MENORES, Entidades de 1º Plano dentro da Faixa Vibratória do ORIXÁ ANCESTRAL, subdividem-se em 3 graus. O ORIXÁ MENOR de 7º Grau é o chefe de legião. O ORIXÁ MENOR de 6º Grau é o chamado chefe de falange. O ORIXÁ MENOR de 5º Grau é o chamado chefe de subfalange. Essas entidades são, pois as Detentoras da Luz. No 2º Plano, que só tem um Grau, O 4º grau, chamamos as Entidades de GUIAS, os quais são os Refletores da Luz dos ORIXÁS. É o chamado chefe de grupamento. No 3º Plano, que como o 1º Plano subdivide-se em 3 Graus, 3º, 2º , 1º Graus, chamamos as Entidades atuantes de Protetores, que são os Executores da Luz, os chamados integrantes de grupamento. Assim temos:




Dentro de uma Faixa Vibratória, ou do ORIXÁ ANCESTRAL, temos assim posicionados os 3 Planos e os 7 Graus.





No término de mais uma publicação em que não pretendemos esgotar o assunto, demonstramos como a Escola de Síntese entende e defende o conceito de Planos de Evolução (Cosmo Espiritual e Universo Astral), e dentro deles os ORIXÁS, os quais consideramos nossos Pais Divinos. A Eles e aos nossos Ancestrais Ilustres que velam pelos destinos do Planeta e de todos nós Mojubá. Axé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”
Publicação 111


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OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE MAL ORIENTADA












OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE MAL ORIENTADA


A falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos médiuns.

Para se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.

E as pessoas que começam a frequentar os trabalhos, por não terem a menor noção do que é certo ou errado, se submetem.

Na verdade, existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca vai se manifestar porque o médium deverá desenvolver outras formas de mediunidade.

Consequentemente, tentando fazer incorporar quem não deve, surgem atrapalhações de toda ordem.

A mediunidade deve ser desenvolvida de forma progressiva e individualizada, e o bom desenvolvimento do corpo mediúnico depende muito da firmeza e da competência do chefe encarnado do grupo e do espírito dirigente dos trabalhos.

Na Terra, a esfera material das diversas formas de religião é conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam os fenômenos espirituais.

É justamente por se tratar de “coisa de humanos” que a religião muitas vezes é deturpada.

Se os espíritos de luz pudessem atuar sozinhos, várias situações inoportunas deixariam de acontecer.

Mas os trabalhos religiosos na Terra precisam da união do plano físico e do espiritual.

Sem o fluido animal dos médiuns, não é possível para os espíritos atuar em nosso nível vibratório.. Daí a grande importância dos médiuns e também da assistência nos trabalhos religiosos.

Quando um dirigente religioso, independente da linha em que trabalhe, se deixa envolver pelo ego, passa a acreditar que é dono-da-verdade e, o que é ainda pior, que é dono das pessoas sua mente se fecha para as orientações do plano espiritual que deveriam orientar sua conduta, porque sua vontade passa a ser mais importante.

Quando o chefe dos trabalhos “se perde”, os espíritos não compactuam com os erros cometidos, mas respeitam o livre-arbítrio de todos. Ficam à parte, aguardando que a situação se modifique para novamente poderem trabalhar com seus médiuns.

As pessoas não ficam desamparadas, mas os espíritos não compactuam com o ego. Há trabalhos que, irresponsavelmente, surgem em função da vontade que têm algumas pessoas de dirigirem grupos. Se uma pessoa resolve iniciar uma sessão, a responsabilidade é dela. Os seus protetores não vão puni-la por isso, mas toda a carga que surge em função dos trabalhos vai ser também responsabilidade dela.

Surgem, em função disso, muitas complicações, para quem dirige e para quem é dirigido. Portanto, não bastando atrapalhar a si mesmo, o chefe deverá arcar com as consequencias do que provoca para o corpo mediúnico de sua casa.

O mesmo vale para quem decide que vai prestar “atendimentos espirituais” ou outros tipos de “trabalho” relacionados, sem as devidas proteções que só uma casa, com os devidos calços, pode ter.

Toda aplicação do dom mediúnico deve estar sobre a proteção de uma corrente espiritual e de uma chefia realmente capacitada.

Infelizmente, em muitas casas sem boa direção espiritual, exerce-se o hábito de desenvolver a mediunidade em pessoas obsediadas, causando-lhes desequilíbrios ainda piores do que a própria obsessão.

São pessoas que, estando claramente doentes, são levadas a abrirem seus canais de mediunidade, irresponsavelmente, a fim de supostamente se curarem.

A pessoa perturbada chega nos trabalhos e é aconselhada a desenvolver… porque tem mediunidade. Deveria procurar entender o que acontece consigo, através da doutrina, e não sair procurando um lugar para “desenvolver” Situações como essa, ocorrem devido ao pouco conhecimento doutrinário dos dirigentes das casas e até dos médiuns que dão consultas, acreditando que estão falando pelos espíritos.

A mediunidade perturbada pela obsessão não merece incentivo.

No aspecto patológico, existem aqueles que, por desequilíbrios neurológicos, se comportam como vítimas de processos obsessivos.

Nestes casos, também é inoportuno o desenvolvimento das faculdades mediúnicas.

Mentores espirituais de casas honestas cuidam de tratar desses processos obsessivos até que os fenômenos cessem, e o enfermo, curado, possa retomar suas atividades normais e, quem sabe, desenvolver sua mediunidade.

Tudo está muito bem, se o médium está preparado, saudável e consciente de que desenvolver a mediunidade é o que realmente deseja e de que realmente precisa.

Por outro lado, se a pessoa está desequilibrada, doente, desenvolvendo algo que nem sabe exatamente o que é, possuir um canal aberto será algo muito perigoso.

Em ambos os casos, haverá a possibilidade da comunicação com o mundo dos espíritos, e um médium despreparado não vai saber identificar, nem filtrar,mensagens boas de mensagens oriundas de espíritos obsessores.

Por isso, desenvolver a mediunidade em quem não está preparado permite que as obsessões se manifestam pelo canal mediúnico que foi aberto, ocasionando demências em diferentes graus.

A mediunidade não é causadora da enfermidade ou da loucura. É o seu desenvolvimento indevido que permite que um espírito obsessor dela se utilize para instalar, na mente de sua vítima, a enfermidade mental.

Pensar na mediunidade como causa desses distúrbios seria o mesmo que culpar a porta de uma casa pela entrada do ladrão. A porta foi somente o meio ou a via de acesso utilizada para a realização do furto, por negligência e desatenção do dono da casa.

Precisamos também conhecer a fadiga mediúnica. O exercício da mediunidade provoca perda de fluidos vitais do corpo do médium e tende a esgotar os seus campos energéticos. Por isso os dirigentes capacitados dedicam especial atenção e cuidado para com os médiuns iniciantes.

É comum encontrar médiuns desequilibrados, atuando em grupos espiritualistas, onde incluem-se até mesmo os brandos trabalhos de mesa kardecistas.

Em alguns casos, o descontrole psíquico pode levar o indivíduo à loucura,principalmente no caso das pessoas predispostas ao desequilíbrio.

Convém que o dirigente espiritual esteja atento à conduta dos médiuns, para perceber indícios de anormalidade.

Mediunidade é uma atividade psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se disponham a ter conduta religiosa, ou seja, uma moral sadia e hábitos disciplinados.

A prática da mediunidade em obsediados é capaz de produzir a loucura.

A irresponsabilidade e incompetência de dirigentes nos critérios de admissão e instrução de seus trabalhadores pode culminar em demência. Basta imaginar a situação em que uma pessoa obsediada é submetida a entidades hipócritas.

É fácil imaginar que se estabelecerá um processo de fascinação que pode culminar em demência.

Lembremos que a humildade, a dedicação, a paciência e a renúncia são os caminhos do crescimento mediúnico.

O orgulho e os maus espíritos são seus obstáculos.

A mediunidade, assim como todos os dons, possui dois lados.

Se, por um lado, é fonte de abençoadas alegrias; por outro, pode ser também de profundas decepções.

Mas isso nunca deve ser motivo para que alguém desista de desenvolver a sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de serviço nas legiões do Grande Pai Oxalá.

Por Jorge Menezes
Umbanda Online

A INTOLERÂNCIA, O EVANGELHO E A UMBANDA







A INTOLERÂNCIA, O EVANGELHO E A UMBANDA

Evangelho palavra essa que tem o significado de "boas novas" ou "boas notícias". A palavra evangelista provém da palavra do grego koiné que significa grego popular ou comum, disseminada com grande propriedade na mensagem cristã

E boas novas ou boas noticias é o que a Religião de Umbanda vem trazendo e semeando na seara religiosa onde infelizmente Deus O Divino Criador é disputado a "tapas" como propriedade única a serviço de seus fiéis e religiões.

Deus, o Divino Criador concebeu e gerou-tudo e todos, para que através de sua criação pudesse manifestar-se. E Deus manifesta-se em nós seus filhos através dos sentidos divinos o qual nós somos herdeiros e O manifestamos em nosso intimo como o sentimento da fé, do amor, do conhecimento, da lei, da vida, da evolução, da justiça, da tolerância, da compreensão, da misericórdia, etc. Ou seja, tudo que seja a manifestação da vontade de se fazer o bem ou a virtude que é representada por Sua presença divina.

Quando vibramos sentimentos negativos através dos nossos atos, palavras e pensamentos, nos ausentamos da presença de Deus, e como na ausência Dele nada existe então passamos a sentir-nos vazios.

Sabemos que os sentimentos negativos não existem por si só, pois o Divino Criador não gerou nada de forma negativa, pois a ignorância é a ausência da sabedoria, o ódio a ausência do amor e a as trevas a ausência da luz, e com a presença da luz a escuridão dissipa-se, com a presença do amor o ódio cessa e com a presença da sabedoria a ignorância anula-se.

Na verdade o mal é a ausência do bem, ou seja, o vicio e a ausência da virtude, e se Deus é virtude, no vicio estamos ausente de Sua presença divina que é preenchida pelo vazio como sendo o estado da ausência divina em nós.

Todas as religiões têm como um de seus principais fundamentos a evangelização que é a boa noticia ou a boa nova da renovação ou a mudança de um estado de consciência anterior para um novo despertar consciente e renovador das virtudes que devemos manifestar através dos nossos sentidos.

Embora a palavra evangelizar tomou corpo e foi propagada com maior propriedade pela religião Cristã, o ato de evangelização esta presente em toda religião e deve ser divulgada e expandida como base fundamental em seu todo, pois se a religião é acima de tudo um meio de nos voltarmos ou de nos religarmos à Deus , pois fomos concebidos a Sua imagem e semelhança então somos a extensão da Sua presença quando O manifestamos através dos nossos sentimentos , pois a Umbanda é uma religião, e toda religião é em sí uma via divina e a Religião de Umbanda traz em si os caminhos do Amor, da Fé, do Conhecimento, da Evolução, da justiça, da Lei e da Vida, assim também deve ser seus adéptos caminhos luminosos por onde passam todo aquele que através da Umbanda querem se voltar a Deus

A Umbanda é tolerância, paciência, misericórdia, compaixão, respeito, amor, ou seja, a virtude e a vontade que comporta todos esses sentimentos, assim também deve ser todos os umbandistas ou qualquer fiel de outra religião, pois sabemos que religião é algo concebível a partir de uma idealização de Deus, e a mesma somente se concretiza quando os fiéis que a compõe manifesta esses sentimentos e atitudes a partir de si, ou não é verdade que o cristianismo simboliza a fé, o amor, a caridade, a sabedoria, a compaixão e muitas outras virtudes, justamente porque o Divino Mestre Jesus assim manifestou essas qualidades de si com tanta intensidade que fundou uma religião ou um corpo religioso com essas qualidades, atributos e atribuições.

Devemos entender que não devemos definir Deus em uma única via , forma ou religião, pois Ele é todas as formas, vias e religião , pois está presente em tudo e em todos e de forma ecumênica devemos respeitar todas as religiões, pois são muitas as formas de chegar ao Pai ou manifesta-Lo .

Ecumenismo eis a palavra que melhor define a Religião de Umbanda, ou seja, o respeito ás varias formas de cultuar o Divino Criador . Os Umbandistas portanto a Umbanda entende que Deus é a verdade absoluta e manifesta-se através das virtudes dos sentidos que são verdades relativas ou meios de chegarem até Ele, pois aquele que segue as mensagens de Jesus o Cristo chega a Deus por meio das virtudes expressa nela, mas sabemos que aquele que segue Budah (Sidarta Gautama) também chegam a Deus por meio das virtudes expressa por sua mensagem redentora, porem jamais devemos afirmar que a mensagem de um ou de outro mestre é a única verdade absoluta, pois estaríamos anulando aquela a qual não seguimos, o correto seriamos dizer que são tão somente verdades relativas que direciona à Deus que é todas a verdades em si mesmo, portanto a única verdade absoluta.

A razão de acreditarmos em algo não pode anular a razão alheia

O ecumenismo já se mostrou logo no nascedouro da Umbanda como uma de suas muitas qualidades virtuosas, pois nos centros de Umbanda há muitas imagens de santos católicos e nosso amado mestre Jesus Cristo tem um lugar especial em nosso coração.

A Umbanda no silêncio da manifestação dos espíritos de velhos sacerdotes negros e índios já combatia a desigualdade e o preconceito racial existente de forma arraigada há um século atrás ao atenderem os brancos que até eles recorriam através dos centros de Umbanda. Religião essa que sintetiza toda a sua grandeza na frase celebre e profunda do seu fundador o Caboclo das Sete Encruzilhadas que incorporado no seu médium o saudoso Pai Zélio de Moraes disse:

"Com os espíritos mais evoluídos aprenderemos, aos espíritos menos evoluídos ensinaremos e a nenhum renegaremos"

e no dia 16 de novembro de 1908 foi fundada a Umbanda Nascida em solo estéril pelo preconceito, mas que em pouco tempo com a sabedoria dos pretos velhos e o amor do caboclos encantariam a todos e plantariam no coração mais petrificado a semente redentora de sua mensagem humanizadora.

Por: Pablo Araujo de Carvalho
Umbanda Online

FILOSOFIA DA UMBANDA E SEUS MANDAMENTOS





FILOSOFIA DA UMBANDA E SEUS MANDAMENTOS


A Umbanda Sagrada é uma religião livre de dogmas e leis predeterminada em livros sagrados ou criados por homens.

A mesma não reconhece nenhum livro como sagrado e tem na contemplação da natureza o Sagrado. Centenas de livros na biblioteca Umbandista são considerados livros de fé, pesquisa e estudo para melhor compreensão de seu sistema filosófico.

Mas se é que tenha que haver um dogma, que seja ética e bom senso.

A religião segue na crença da evolução do setenário sagrado que todos trazem em si. Setenário este conhecido como sentidos da vida e são: Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.

Assim podemos vislumbrar como atua a ética neste sentidos da vida.

• Desenvolvimento da Fé é o sentido de crer, mantê-lo lúcido longe das ilusões da matéria promovendo assim a transcendência espiritual do seu Ser;

• Prática do Amor e do perdão constantemente, amar a todos sem distinção de credo, raça, cor, etc, somos todos partes de um único Criador e nos manter em comunhão com sua criação é estar próximo do Mesmo;

• Conhecimento é o sentido que promove a expansão consciencial do ser, o desenvolvimento racional e intelectual equacionado com o emocional desenvolve no ser sua evolução mental, buscar o conhecimento sobre o todo é obrigação do ser e não usar jamais o conhecimento para ludibriar ou envolver negativamente o próximo menos favorecido, o fato de alcançar conhecimentos elevados em qualquer campo da vida gera no conhecedor maior responsabilidade perante o próximo e a natureza;

• Equilíbrio é o senso de justiça que vamos aperfeiçoando conforme aprimoramos o nosso ser, a busca do equilíbrio entre nossos instintos e emoções é fundamental para melhor assentarmos nosso ser no contexto divino a qual estamos inseridos e melhor contribuir para o desenvolvimento dos nossos semelhantes e natureza a qual habitamos. Atingir a noção exata entre um ato de seu interesse que pode ferir a harmonia do próximo é a meta para todos;

• Ordem é a inexistência do caos, o ser precisa constantemente ordenar seus pensamentos e emoções para que não crie um caos intimo e tampouco ao seu redor e com os seus;

• Evolução é transmutar o seu ser limitado por pré-conceitos e conceitos errôneos, emoções desequilibradas em tudo o que pode ser de mais harmônico, curando a si próprio e libertando-se da amarras criado por si próprio, promovendo assim a integração consciente com a Criação Divina e auxiliando a evolução dos semelhantes e da própria natureza a qual faz parte.

Geração é a vida propriamente dita, assim como a criação e a criatividade que proporciona aos seres sua adaptação em qualquer meio. Já a multiplicação é fato presente em toda a criação de Deus, tudo o que Ele gera se multiplica, quer seja entre os humanos ou entre os micros seres vivos do Universo. Logo, o papel do ser racional que somos é conhecer e zelar pela vida planetária, buscando o equilíbrio da natureza a qual promove e mantém a vida.

Estes pontos é o que podemos ter como Ética Filosófica da Umbanda Sagrada, ou até mesmo como os Sete Mandamentos da Umbanda.

fonte:
umbandacaminhodafe.blogspot.com/

UMBANDA, RELIGIÃO DAS VÁRIAS LINGUAGENS - FTU







Umbanda, religião das várias linguagens



O universo das religiões afro-brasileiras permite várias denominações, na dependência de como se organizam as influências das três matrizes que a geraram e da localização geográfica.

O encontro das três raízes ou matrizes formadoras vem acontecendo desde a 2ª metade do século XVI. O primeiro encontro foi de indígenas brasileiros com os europeus. O segundo encontro entre africanos e europeus. Finalmente o encontro de indígenas autóctones e africanos.

A mistura, a interação foi tendo várias denominações, como dissemos, em várias regiões do país, todavia no presente trabalho nos interessaremos pela denominação Umbanda.

Na região sudeste, no Espírito Santo, tivemos a Cabula, influência Bantu, que tinha como sacerdote o Embanda (chefe de culto). Muitos associam a possível denominação Umbanda ao fato citado, com o qual discordamos.

O culto que surgiu do caldeamento de crenças, ameríndias, africanas e européias deu-se o nome de macumba, principalmente no Rio de Janeiro, são Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Mas afinal o que era a tal macumba?

Vemos na macumba a própria Umbanda que gradativamente foi manifestando-se. Primeiro, por dentro da fusão de cultos africanos (vários povos). Segundo, a mistura de concepções religiosas dos indígenas brasileiros (várias nações). Terceiro, a nítida influência imposta pelo catolicismo europeu e outras denominações.

No século XVIII e primeira metade do século XIX tivemos de forma subjacente várias manifestações de Umbanda (denominada de macumba, na época) em várias regiões brasileiras.

Em cada região uma denominação diferente. O movimento, como estamos afirmando, não foi revelado ou manifesto de forma individual, mas sim, coletiva; alguns nomes (pontuais) porém, podem ser destacados em virtude de suas atuações ritualísticas, mas que são apenas ícones de um processo, reiteramos, coletivo.

A bem da verdade, não podemos olvidar nomes consagrados na História, tais como: Juca Rosa (RJ) e João de Camargo (SP) e outros tantos anônimos que praticavam a Umbanda sob várias denominações, mas que eram tidas pela opinião pública, de forma preconceituosa, como “macumba”.

Adiantando-se no tempo, chegaremos ao século XX, onde tivemos o kardecismo (no Brasil desde a última metade do século XIX) absorvendo conceitos e entidades ou guias espirituais da práxis, do panteão umbandista, principalmente o Caboclo (indígena brasileiro, mestiço). Dessa aproximação surgiu, e isto reiteramos enfaticamente, a “Umbanda Branca” com influências majoritárias do kardecismo e catolicismo (classe média urbana).

Anteriormente citamos que a Umbanda, de forma subjacente, há muito surgira, juntamente com outras religiões afro-brasileiras. A Umbanda surgiu principalmente da mistura afro-ameríndia, com mínimas influências (pelo menos na essência) do catolicismo. Entre as várias Escolas citamos: Umbanda Omoloco (Bantu-indígena), Umbanda traçada (Bantu-Nago-Indígena), Umbanda Mista (Bantu-Nagô-Indígena-Ocultismo), Candomblé de Caboclo e outras. O importante é que percebamos que elas antecederam em muito tempo o surgimento da Umbanda Branca. Na verdade todas as manifestações citadas são partes (diversidade) do todo (unidade) chamada Umbanda, e como se sabe, a parte não pode ser o todo e, muito menos, maior que ele.

Precisamos repensar quando afirmamos que a Umbanda surgiu no século XX, em 1908, no Rio de Janeiro com o médium Zélio Fernandino de Moraes. Há quem afirme que a primeira manifestação se deu na Federação Espírita de Niterói, o que foi negado pelos registros desta instituição, alegando que no dia do possível evento não houve culto e não há nenhum registro sobre o episódio (?!!).

Nada contra o trabalho desenvolvido por Zélio de Moraes e sua entidade espiritual, o Caboclo Sete Encruzilhadas (o chefe), que muitos afirmam ter sido em reencarnações passadas o padre católico Gabriel de Malagrida (??!!).

Mais uma vez há um processo eurocêntrico, pois o Zélio é branco (europeu) e sua entidade espiritual idem. Claro que não estamos fomentando com isto o racismo ou outra discriminação qualquer, todavia precisamos ter ciência de que acontecia no Rio de Janeiro, no início do século XX.

Para nós parece algo que marginaliza o negro e o índio, e pior, deixa-se à margem aqueles que desde áureos tempos cultuavam os espíritos divinos (Orixás, Inquices e Vodun) e espíritos ancestrais, que são o mote principal de qualquer religião afro-brasileira, e é isto que queremos enfatizar. Seria uma forma de fazer as classes dominantes subordinar na época as religiões de indígenas e africanos.

Sim, vemos pertinência no que sugerimos, pois até tomaram emprestados fundamentos do Kardecismo e Catolicismo, que respeitamos profundamente, mas que em nossa opinião é improcedente. Ou seria para disfarçar a ojeriza que possuíamos de culturas ditas primitivas como as dos indígenas e africanos? Teríamos colocado a “religião de primitivos nos trilhos do evolucionismo vigente e porque não, estaríamos dando um caráter mais “científico” (kardecismo) deslindando definitivamente dos “hotentotes” africanos e dos “infantes” indígenas brasileiros”?

É óbvio que há a Umbanda branca, sendo de igual importância que as demais, inclusive as que antecederam-na, e que jamais pleitearam a fundação e muito menos de terem um revelador, fundador ou codificador de Umbanda.

Esperamos que nossas ilações incentivem as linhas de pesquisas no tema, porém pelo propugnado anteriormente, acreditamos poder concluir:

1. Que os cultos denominados de Macumba foram as primeiras manifestações de Umbanda.

2. A Umbanda não foi fundada no século XX. A denominada Umbanda Branca é que pleiteia ter sido fundada no século XX (1908).

3. A manifestação da Umbanda (o todo) não foi uma ação individual, mas coletiva.

4. A Umbanda é uma unidade (todo) que se manifesta de forma plural, em várias Escolas (diversidade). Todas elas, portanto, legitimamente denominadas Umbanda.

5. Não é, pois verídico afirmar-se que a Umbanda foi fundada por esta ou aquela Escola, muito menos em determinado ano, mês, dia, hora e local (mito de fundação). Reiteramos, a Umbanda surgiu no espaço e no tempo por intermédio de uma ação coletiva.

6. A Umbanda branca também obedece o mesmo critério de ação coletiva, porém por motivos vários (discutiremos em outros tópicos) o médium Zélio Fernandino de Moraes, no Rio de Janeiro, foi o mais citado por dentro da Umbanda Branca.

7. A Umbanda Branca é tão somente uma Escola como as demais, e ela sem as demais Escolas, não representa a Umbanda. É mais uma Escola, mas não a primeira ou a fundadora.

8. A Umbanda e algumas de suas Escolas citadas antecedem a Umbanda Branca (que muitos insistem que a mesma seja o modelo, a única forma correta de doutrina e práticas). Felizmente o tema está sendo rediscutido e atualizado sob a égide da luz e de razão (Teologia, Antropologia e Ciência da Religião) que acreditamos concluirá o que outros e nós (FTU) estamos demonstrando, apartados que somos de interesses escusos e falácias ideológicas.


Procedendo as nossas considerações, discussões e ilações que colocamos à discussão, ao diálogo (que temos como terapia), convidamos o leitor amigo a leitura da próxima publicação em que discutiremos o lado espiritual do surgimento de Umbanda.




Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá
Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”