BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

III CONGRESSO BRASILEIRO DE UMBANDA DO SÉCULO XXI



III Congresso Brasileiro de Umbanda do Século XXI

CONTRIBUIÇÃO DA FTU À LEGITIMAÇÃO ACADÊMICA

DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS OU UMBANDA


RESUMO

Nos dias 13 e 14 de novembro a FTU – Faculdade de Teologia Umbandista realizou o III Congresso Brasileiro de Umbanda. Um conceito novo de resgate e de retratar as religiões afro-brasileiras ou Umbanda. Evento realizado num ambiente de paz e interesse demonstrado pelos 250 congressistas presentes, vindos de várias regiões do país, demonstrando que as religiões afro-brasileiras ou Umbanda tem público para um acontecimento deste jaez.

A FTU, por intermédio de sua direção, corpo docente e discente tem procurado elevar de maneira ímpar, as religiões afro-brasileiras ou Umbanda ao patamar de excelência, por dentro do meio acadêmico, permitindo ao corpo discente dispor de conhecimento e pesquisas de ponta.

O próprio congresso é utilizado como uma incursão à iniciação científica, promovendo o interesse do futuro teólogo na pesquisa e na educação continuada, induzindo-o a cursos de pós-graduação – lato senso ou strictu senso, nos níveis de especialização, mestrado e doutorado, respectivamente.

Palavras-chave: Academia, Congresso, Inclusão, FTU, Religiões Afro-brasileiras

ABSTRACT

On November 13 and 14, FTU - Faculdade de Teologia Umbandista (Umbanda Theology College) held the III Brazilian Congress of Umbanda. A new concept of redemption and portray african-brazilian religions or Umbanda. Event held in an atmosphere of peace and interest shown by the 250 people present, from various regions of the country, showing that the african-brazilian religions or umbanda has enough public an event of this size.

FTU, through its management, teachers and student body has sought to raise in a unique way the african-brazilian religions or Umbanda to the level of excellence within the academic environment, allowing the student body to have knowledge and advanced research.

The Congress itself is used as an incursion into basic scientific research, promoting the interest of the future theologian in research and continuing education, inducing him to postgraduate courses - broad sense or strict sense, specializations, masters and doctoral respectively.

Keywords: Academy, Congress, Inclusion, FTU, Afro-Brazilian Religions

III CONGRESSO BRASILEIRO DE UMBANDA DO SÉCULO XXI

CONTRIBUIÇÃO DA FTU À LEGITIMAÇÃO ACADÊMICA DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS OU UMBANDA

Nos dias 13 e 14 de novembro a FTU – Faculdade de Teologia Umbandista realizou o III Congresso Brasileiro de Umbanda. Um conceito novo de resgate e de retratar as religiões afro-brasileiras ou Umbanda.

No púlpito vários oradores, muitos deles professores consagrados em suas disciplinas, deram o tônus e realce ao evento.

Evento realizado num ambiente de paz e interesse demonstrado pelos 250 congressistas presentes, vindos de várias regiões do país, demonstrando que as religiões afro-brasileiras ou Umbanda tem público para um acontecimento deste jaez.

A FTU, por intermédio de sua direção, corpo docente e discente tem procurado elevar de maneira ímpar, as religiões afro-brasileiras ou Umbanda ao patamar de excelência, por dentro do meio acadêmico, permitindo ao corpo discente dispor de conhecimento e pesquisas de ponta.

O próprio congresso é utilizado como uma incursão à iniciação científica, promovendo o interesse do futuro teólogo na pesquisa e na educação continuada, induzindo-o a cursos de pós-graduação – lato senso ou strictu senso, nos níveis de especialização, mestrado e doutorado, respectivamente.

Para tanto a FTU no seu curso de graduação em Teologia – bacharelado tem um corpo docente experiente e titulado que levam o aluno ao interesse pelo estudo e pesquisa, fatores necessários para a Teologia, que necessita de senso crítico apurado e espírito investigativo, embora respeite as virtudes teologais, considera imprescindível o conhecimento das religiões afro-brasileiras ou Umbanda, mormente em seus aspectos dialógicos endógenos (diálogo intra-religioso) e exógenos (diálogo inter-religioso) e com outros setores do conhecimento (diálogo interdisciplinar).

Depois destas incursões na missão acadêmica da FTU, que sumarizamos, não podemos olvidar o papel agregante e de disseminação da necessidade da educação na vida das pessoas.

Desde sua implantação em 2004 (autorizada pelo MEC no final de 2003) observamos que muitos adeptos das religiões afro-brasileiras ou Umbanda foram se habilitar (completar o curso médio) e após serem aprovados no vestibular, cursar a FTU. O mesmo acontecendo com simpatizantes da Teologia, mas que não são adeptos das religiões afro-brasileiras ou Umbanda. Sem a menor dúvida a FTU tem sido uma indutora de mudanças no espírito dos adeptos e não adeptos das religiões afro-brasileiras, pois promove uma maior habilitação de seus alunos, aumentando seus anseios de ascensão sócio-cultural, proporcionando um maior senso crítico que se manifesta na melhoria das condições de vida, decorrência direta de estudos e pesquisas realizadas e por uma visão mais ampliada das necessidades sociais, culturais e econômicas, tendo, pois, maior critério da escolha ideológica, política, manifestada no sufrágio consciente.

Após sumário necessário e que introduz a sinopse do Congresso, constante no vídeo que disponibilizamos, reiteramos a necessidade dos adeptos das religiões afro-brasileiras se habilitarem a cursar uma faculdade de Teologia, como também os que possuem curso superior se titularem nos graus de especialista ou mestres e doutores. Assim fazendo estarão propugnando a todos que as religiões afro-brasileiras não são indenes aos problemas sociais, culturais, políticos e econômicos, ao contrário querem contribuir não só nos aspectos religiosos, mas também nas mudanças paradigmáticas na sociedade brasileira. Axé!


Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico

Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar"

BLOG - Espiritualidade e Ciência

O SAGRADO - A TRANSRELIGIÃO - (FTU)



O SAGRADO - A TRANSRELIGIÃO

As religiões Afro-brasileiras são o local de caldeamento de várias culturas, etnias e crenças sincretizadas no primeiro momento e sintetizadas na atualidade.

A fundação da FTU – Faculdade de Teologia Umbandista consolida o princípio democrático de isonomia ao receber o reconhecimento acadêmico; assim são ressarcidos discrepantes enganos, e recoloca grande contingente da população brasileira em conexão com os direitos de cidadania, o que deveria ser dado a todos os cidadãos brasileiros.

No momento em que se formalizou o saber religioso, o ingresso ao meio acadêmico poderia promover um empirismo ou pragmatismo que desdenhasse do método científico, depreciando o conhecimento superior como um todo. Opostamente a esta ideia, cremos que trazer o saber religioso para o nível acadêmico foi uma oportunidade de renovar este saber, pondo-o à prova sua essência no debate e intercâmbio com outros ramos do conhecimento, como o científico, o filosófico e o artístico.

A Faculdade de Teologia Umbandista – FTU tem procurado, e nem sempre isto é bem compreendido, identificar pontos de conciliação entre a ciência e a religião, neutralizando os vários conflitos entre o saber acadêmico e o saber religioso e, mais, procurando construir pontes, algo muito salutar para ambos.

Não se pode admitir que a Teologia como saber não tenha autonomia para ser uma unidade aberta em construção ou reelaboração. É inadmissível exigir o Sagrado segregado da Ciência, da Filosofia, da Arte enfim, dos saberes.

Veta-se na grade curricular a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, somente por ela levar transreligiosidade, uma forma de convivência pacífica entre todas as religiões e saberes vários. Por isso tenho defendido o diálogo como terapia social, cultural, política e econômica, pois nela encontro pontes que unem definitivamente os vários saberes.

Discutimos à exaustão na Escola de Síntese, que o Sagrado, a Espiritualidade é inerente a todo ser humano, vivente em seu interior, portanto, comum a todos, sejam ou não religiosos.

A assertiva da Escola de Síntese explicita que o Sagrado pode estar ou não na religião, mas que a religião é uma vertente importante do Sagrado, mas não a única.

Não descartando a religião, o Sagrado, remete-a a revisão crítica de aspectos epistemológicos, éticos e metodológicos, e mesmo de valores, como também de atuação e participação efetiva com os outros pilares do conhecimento.

Expliquemos de forma prática os pressupostos, deslocando a atuação para as religiões Afro-brasileiras e sua aderência à transreligiosidade, sendo esta sua Convergência Universal.

Há vários mitos cosmogenéticos ou da criação nas religiões afro-brasileiras, e em todos vamos encontrar a água como símbolo máximo da vida, o mesmo acontecendo com o elemento ar, ambos não isolados, mas em convergência.

Há também o mito de que os Orixás por intermédio de seu poder volitivo aplicado a uma “massa escura” deflagrou o surgimento do cosmo tendo como manifestações três fenômenos: luz, som e movimento.

Interessante que algumas teorias cosmológicas defendidas pela astrofísica admitem o big bang, tal como defendido pelos mitos das religiões afro-brasileiras, não de hoje, mas há milhares de anos. Não podemos deixar de citar estes fatos, pois os mesmos demonstram o quanto as religiões afro-brasileiras estão em sintonia com a ciência.

Após esta introdução, relembremos que fizemos no texto anterior uma ilação afirmando que a transrreligiosidade era a convergência de universalismo, e não um sincretismo, e demonstraremos da seguinte maneira.

Tomemos os dois elementos químicos formadores da molécula da água que, além de ser a base fundamental da vida planetária, é responsável pelas ¾ partes do planeta.

Como é sabido, o hidrogênio (H) e o Oxigênio (O) são os átomos responsáveis pela formação da água. Pedimos atenção especial à demonstração que farei, pois apesar de simples explica o propugnado.

Iniciemos pelo elemento químico Hidrogênio (H). É um gás incolor, inodoro e não venenoso e altamente inflamável (dizem que será o combustível do futuro). Está disperso na natureza na porcentagem de volume de 0,01 % na porcentagem de massa de 0, 006%.

Continuamos demonstrando desta vez algumas propriedades do Oxigênio (O). É um gás incolor, inodoro, não inflamável, mas comburente, alimenta as combustões (queimas), é indispensável à vida (a maioria dos seres vivos respiram e não dispensam o Oxigênio). Está disperso na natureza na porcentagem de volume de 21%) e na porcentagem de massa de 23%.

Para nossos objetivos as informações fornecidas são suficientes para a demonstração. Acabamos de saber que nas condições normais na natureza, em especial na atmosfera, ambos os elementos são gasosos. O Hidrogênio é inflamável e o Oxigênio comburente.

Mas por que estamos citando suas propriedades físico-químicas? Pois eles são os elementos que dão formação a água (H2O). Sim, todos sabem disso, mas o importante é a constatação que embora dêem formação à água, a mesma tem propriedades diametralmente opostas, tanto do Hidrogênio como do Oxigênio.

A água na natureza (na maioria das vezes) é liquida os seus componentes são gasosos. A água pode apagar o fogo, ou seja, não é combustível (H2) e nem comburente (O2). Muitas seriam as diferenças, mas o que queremos ressaltar é que apesar da água ser formada de Oxigênio e Hidrogênio, é uma outra realidade – a este realidade é o que denominamos síntese. Portanto, na “síntese os elementos constitutivos desaparecem na aparência, mas persistem na essência para dar lugar a uma realidade superior”. É o que também acontece com o Sagrado, com a transdisciplinaridade e com a transreligiosidade que definimos como “Convergência de Universalismo”, ou Síntese. O mesmo se dá com a Escola de Síntese.

Mas continuando, e isto é muito interessante, penetremos em outras “curiosidades” dos elementos químicos citados: Hidrogênio e Oxigênio. O Hidrogênio tem seu peso atômico como sendo 1. O Oxigênio, por sua vez, tem o peso atômico 16. O número 1 relacionado à unidade, a existência individualizada, a continuidade, portanto, dentro das Tradições Afro-brasileiras associado a Exu – símbolo por excelência da existência individualizada segundo reza mito dos odu ifa.

O número 16 esta relacionado aos 16 “Orixás”, aos 16 Oju odus (Babaodu – odu duplos – meji) com que se escreveu o destino do Cosmo e do indivíduo.

Se somarmos os dois pesos atômicos teremos 16 + 1=17. Sim, o 17 é o Odu Oxétuá formado pelo 15º Odu (Oxé) e o 13º Odu (Otura ou Otuwá). Portanto Oxetuá, com toda sua valência de ser aquele que foi gerado pelo “Poder mágico” o Akinosho, ao qual rendemos homenagem, pela sua tarefa de ir à frente, facear com Oludumare, e trazer paz, vida e prosperidade ao mundo, e tantos outros bons augúrios aos destinos coletivos e individuais.

Espero ter podido contribuir no vislumbre da conexão recíproca entre Teologia e Ciência, e que isto possa sensibilizar os responsáveis pela educação de nosso país, nos vários níveis, da necessidade de valorizar-se os cursos de Teologia das Religiões Afro-brasileiras e das demais Teologias, permitindo a eles construir suas grades curriculares, com autonomia, favorecendo aos que se interessarem pelo estudo e na pesquisa da Transreligião como forma legítima de inclusão e convivência pacífica que remete ao Sagrado. Axé!





Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá


Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico

Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

(Espiritualidade e Cência)

15 DE NOVEMBRO DE 2010 - 102 ANOS DA UMBANDA !



"A Umbanda respeita todas as religiões, pois constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus."

"A Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social ..."

"Amai-vos uns aos outros é o
lema principal da Umbanda, manifestado que é, na prática da caridade,
tanto na palavra como na ação ! "

"O verdadeiro conhecimento da Umbanda, nos leva ao crescimento e amadurecimento espiritual."

SARAVÁ UMBANDA em mais um aniversário no dia 15 de Novembro de 2010 !
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Babalorixá Jorge Luiz Amaral
T.U. São Cosme e São Damião

A ÉTICA NA MEDIUNIDADE







A Ética na mediunidade


O médium como elo de ligação entre o visível e o invisível, deve se preocupar em manter a serenidade mental no seu dia a dia para que pensamentos difusos são sejam cultivados porque promovem uma sintonia com entidades espirituais de baixa estirpe moral.
E como médium devido sua abundante energia é alvo dos mais atrozes ataques provenientes do baxio astral desencarnado e encarnado, ele deve procurar manter um nível de pensamentos salutares procurando selecioná-los em companhia de pessoas de boa índole (dize-me com quem andas, que eu te direi quem és!), para que sua corrente mental o proteja das ações do baixo astral, para que sua boca pronuncie palavras limpas, e para seus ouvidos ouçam palavras harmoniosas porque é de nossa boca que emana aquilo do que nosso coração está cheio. E nesse ponto salientamos que, é também pela boca que ingerimos os alimentos, logo, esses alimentos também devem ser selecionados para que a harmonia impere em nosso organismo como um todo; Sabemos que a abstenção do consumo de carne vermelha pelos médiuns umbandistas têm que ser controlada porque somos alvos de ataques constantes e necessitamos de um sustentáculo material mais robuscado (mais proteína) porém, pensamos que ao menos a carne de porco pode ser suprimida de nossa alimentação com racionalidade. Irmãos, a alimentação constitue um fator decisivo na atuação mediúnica porque quando ingerimos carne, quando comemos em excesso ou ingerimos álcool, o nosso organismo sofre alterações químicas que além de estimularem o animismo vicioso através da ligação instintiva intensa, ainda promovem uma eliminação via hálito e suor que, pode prejudicar os consulentes em uma consulta mediúnica.

Por todos esses fatores é que ao menos no dia da sessão de caridade, devemos nos abster de carne, de álcool, e até a diminuição do fumo por parte de quem cultiva esse infeliz hábito é aconselhável porque, o fumo carreia toxinas que dificultam a fluência energética no nosso organismo, bem como obscurecem nossa sensibilidade às vibrações superiores emanadas por nosso mentor espiritual. Muitos devem estar fazendo a observação de que os as entidades de Umbanda utilizam o fumo e o álcool em seus trabalhos porém, ressaltamos que elas utilizam esses elementos justamente como amortecedores de cargas oriundas de baixas vibrações e que quando desencorporam, minimizam a atuação negativa dessas substâncias no corpo físico do médium e isso explica o motivo de muitos médiuns que atuam frequentemente em ambientes hostis com trabalhos pesados, ingerirem álcool (marafo) em quantidade e depois que desencorporam não apresentarem efeitos desse elemento; Isso quando incorporam de verdade...

O médium no dia que vai atuar mediunicamente ainda deve se abster de sexo para preservar sua vibração original, o que será positivo no contato mediúnico pois, o sexo une dois seres a níveis mais sutis do que o físico... Outro ponto importante não relativo a sexualidade mas a sexo, é o fato de que no período prémenstrual e na menopausa, o organismo feminino sofrer de alterações psíquicas entre outras decorrentes da t.p.m. (tensão prémenstrual) , portanto, a mulher sofre fortes influências psíquicas regidas pelo ciclo menstrual que, como o ciclo lunar é de 28 dias. E o fato da mulher ter ciclos negativos como a lua ( cheia e minguante ) é de conhecimento de culturas antigas pois, em tribos indígenas a mulher fica isolada no período menstrual, longe de seus afazeres habituais, e no próprio antigo testamento da Bíblia está escrito:

* "Quando uma mulher tiver um fluxo de sangue e que seja fluxo de sangue do seu corpo, permanecerá durante sete dias na impureza de suas regras. (Levítico 15,19)".
* "Não te aproximarás de uma mulher, para descobrir a sua nudez, durante a sua impureza das regras. (Levítico 20,18)".

Assim, é justamente por essa inconstância vibratória, que a mulher não pode exercer a função de comando em escolas de iniciação mas, ainda assim, pode liderar Tendas de Umbanda como acontece em muitos locais. Queremos deixar claro que não somos machistas e somos avessos ao preconceito, mesmo porque, a evolução psicológica em nossa sociedade não dá espaços para atitudes radicais e preconceituosas, a ponto de hoje entendermos que homem e mulher são igualmente filhos de Deus e cada um em seu caminho pode alcançar sua realização pessoal e transcedental em harmonia com seu par . Mas, como homem e mulher são diferentes a nível físico, emocinal e mental, ressaltamos que na Umbanda, a mulher pode assumir o comando de trabalhos espirituais desde que no período menstrual seja substituída por um homem (sacerdote).

Enfim, não queremos ser normalistas ou falsomoralistas, queremos expor os fatos à luz da razão com explicações lógicas e plausíveis, para que o médium não venha a prejudicar a si e aos outros.

Diferenças fundamentais entre os médiuns na Umbanda e os médiuns no Kardecismo.

O kardecismo fez renascer os conceitos milenares de reencarnação, vida eterna, pluralidade dos mundo e lei do Karma ( vida em ação ), ou lei de causa e efeito.

E a partir dessas bases, o movimento umbandista surgiu em um novo momento do espiritualismo, cujo objetivo é reascender no homem a chama da humildade e sabedoria, da simplicidade e fortaleza, e do amor e alegria, por meio das entidades ditas como: paisvelhos, caboclos, e crianças. Ainda hoje, dentre os agrupamentos esótericos, a Umbanda é taxada por muitos como baixo espiritismo, macumba e feitiçaria. Isso ocorre porque a Umbanda lida com seres humanos e, como outras religiões também está sujeita a deturpações e inversões de valores.

A única diferença que acentua o efeito dessas deturpações no meio umbandista é que a Umbanda é um campo de batalhas, tem mironga (magia), tem erós (segredos), e exigi líderes gabaritados e com ordens e direitos de trabalho adquiridas quando ainda estavam no astral, ou seja, quando estavam desencarnados.

Porque, o verdadeiro médium umbandista traz um grande acréscimo energético em seus chacras para poder suportar as batalhas e demandas contra o mal, por isso, a mediunidade na umbanda é diferente da mediunidade no espiritismo pois, no Kardecismo a forma mediúnica predominante é a intuitiva (irradiação intuitiva) e não há incorporações nem quebra de feitiçarias e, na Umbanda a forma mediúnica predominante é a incorporaçao semiconsciente. Não estou sugerindo que um tipo de mediunidade seja melhor do que o outro, estou apenas apontando as diferenças e, assim "procurando alertar as pessoas que por falta de conhecimento podem ser muito prejudicadas”.

Então, o corpo astral do legítimo médium umbandista foi preparado para suportar entrechoques fortes, para conter a fúria do baixo astral. Com esses aportes o médium umbandista pode até trabalhar em correntes Kardecistas apesar de não estar cumprindo sua missão prédeterminada mas, o legítimo médium espírita não pode trabalhar no movimento umbandista pois, na sua missão atual ele não precisará se confrontar com o submundo astral e não foi preparado para isso.

Portanto, se uma pessoa resolve abrir uma tenda de Umbanda por conta própria, sem as devidas ordens e direitos, sem a cobertura de um guia ou protetor de Umbanda, o terreiro literalmente cai, e é invadido pelo submundo astral que mistifica as verdadeiras entidade de Umbanda. É facil reconhecer um terreiro nesse estado pois, o ambiente astral é carregadíssimo, as pseudoentidades solicitam matanças constantes de animais, induzem os médiuns à vaidade e a vingança, fazem trabalhos de baixa estirpe e usam um palavreado de "baixo calão" constantemente.

Umbanda não é brincadeira. Separemos o joio do trigo, lembrando que já no primeiro terreiro de Umbanda, em 1908, não existiam matanças de animais, e que foi a influência e a migração dos praticantes de outros cultos que trouxeram essas práticas.

Notem, que queremos e nem temos o direito de julgar ninguém, mesmo porque no antigo testamento da Bíblia encontramos até referências a sacrifícios com animais feitos por Moisés. No entanto, queremos esclarecer o que é, e o que não é da Umbanda.

Enfim, a Umbanda não ensina a prática da baixa magia, mas se pessoas utilizando o bom nome da Umbanda assim agem, devemos alertar a todos sobre a lei do Karma ou causa e efeito já que a Umbanda é um culto universalista de paz e amor e que possui um papel fundamental no espiritualismo, convivendo em harmonia com todos os outros cultos, prova disso é a declaração do valoroso Chico Xavier em resposta a uma pergunta sobre a Umbanda, formulada pelo jornalista e umbandista Vicente Leporaca, onde o mesmo disse:

* "Respeitamos na Umbanda, uma grande legião de companheiros muito respeitáveis, consagrados à caridade que Jesus nos legou, grandes expositores da mediunidade, da mediunidade que auxilia, alivia o próximo. Credores da nossa maior veneração, conquanto estejamos vinculados aos príncipios codificados por Allan Kardec, de nossa parte."


Livro - "Dos Hippies aos Problemas do Mundo"

Chico Xavier



O AXÉ ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE



O AXÉ ATRAVÉS DA MEDIUNIDADE
Axé é o fluido cósmico universal.

Tudo tem axé:
os minerais, as matas, as folhas, os frutos, a terra, os rios, os mares, o ar, o fogo.

Todos nós, seres vivos, animamos um corpo físico que é energia condensada, e que também pode ser definido como "uma usina de fluido animal" (um tipo específico de axé), pois estamos em constante metabolismo energético para a sustentação biológica da vida, que é amparada por um emaranhado de órgãos, nervos e músculos, os quais liberam, durante o trabalho de quebra de proteína realizado no interior de suas células, uma substância etéreo-física de que os mentores espirituais se utilizam em forma de ectoplasma.

Durante a manifestação mediúnica no terreiro, são liberadas grandes quantidades de ectoplasma, decorrentes do próprio metabolismo orgânico dos médiuns e da multiplicação celular realizada em nível de plasma sanguíneo (na verdade, uma variedade de axé).
Portanto, estamos sempre produzindo novas matrizes celulares, e a cada sete anos, em média, temos um corpo físico "novo". Nossa fisiologia é sensível à produção de um manancial fluídico consistente e necessário, uma espécie de "combustível" indispensável às curas, desmanchos de magias e outras atividades espirituais que ocorrem nas sessões mediúnicas, inclusive as cirurgias astrais.

Essa força fluídica que em tudo está é da natureza universal, independentemente do nome que queiramos designá-la.
Os orientais a definem como prana.

Numa linguagem mais esotérica, é fruto de variações, no plano etéreo-físico, da energia primordial que sustenta o Cosmo, em maior ou menor nível de condensação, para se manifestar no meio materializado afim. Existe uma natural, permanente e constante permuta de axé entre os planos vibratórios e as dimensões.

Liberam axé processos químicos do tipo:
decomposição orgânica, evaporação, volatização e corrosão de certos elementos.

É possível a liberação de axé do plano físico para o éter espiritual intencionalmente, por meio da queima de ervas e macerações, ou nas oferendas rituais com frutas, perfumes, água, bebidas e folhas.

O axé é importantíssimo para a realização de todos os trabalhos mediúnicos.
Na umbanda, o método de movimentação dessa substância difere dos utilizados em outros cultos aos orixás, já que a mediunidade é sua ferramenta propulsora e condutora.

É por meio da força mental do médium, potencializada pelos espíritos-guias, que são feitos os deslocamentos de axé-fluido-energia.

Os elementos materiais também podem ser utilizados, e então funcionam como potentes condensadores energéticos. Mas não são indispensáveis, pois deve prevalecer o mediunismo, e precisam ser encarados como importantes elementos de apoio, sem que deles criemos uma dependência psicológica ritualística

Entendemos que o equilíbrio na movimentação de axé se deve ao fato de que são utilizadas quantidades precisas e necessárias à caridade, não existindo excesso ou carência.
Sejam os fluidos liberados pelos elementos materiais manipulados, ou pelo axé trazido pelos guias das matas e do plano astral, associado ao fornecido pelos médiuns, não há nenhum excesso. Há de se considerar que uma parcela da assistência é doadora natural de axé positivo, o que se dá em virtude da fé, da veneração e da confiança no congá e nos guias espirituais.

Toda a movimentação de axé é potencializada pelos espíritos que atuam na umbanda, falangeiros dos orixás que têm o poder mental para deslocar o axé relacionado com cada orixá e seu sítio vibracional correspondente na natureza. Todos esses procedimentos de atração e movimentação de axé não são baseados em trocas, obrigações, barganhas, "toma lá da cá", e sim na caridade desinteressada.

Falar em movimentação de axé sem citar exu é como andar de sapatos sem solas: um faz parte do outro. É exu, enquanto vibração, que desloca o axé entre os planos vibratórios; ele é o elemento dinâmico de comunicação dos orixás que se expressa quando o canal mediunidade é ativado.

Como o axé é o sustentáculo da prática litúrgica umbandista, precisa ser regularmente realimentado, pois tudo o que entra sai, o que sobe desce, o que abre fecha, o que vitaliza se desvitaliza, para haver um perfeito equilíbrio magístico entre a dimensão concreta (física) e a rarefeita (espiritual).

Sendo assim, mesmo que não manifestado pelo mecanismo da incorporação, pois existem terreiros que não permitem a manifestação dessa vibratória no psiquismo de seus médiuns, exu é o elo de ligação indispensável no ritual de umbanda. Por isso, não é necessário usar o axé do sangue nos trabalhos, hábito atávico que permanece em outros cultos, os quais respeitamos, sem emitir quaisquer julgamentos, pois não somos juízes de nenhuma religião, embora nossa consciência não aceite a prática de tais atos litúrgicos, mesmo com fins "sagrados".

Na umbanda, o aparelho mediúnico é o meio vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé, retro-alimentando-o. Sendo usina viva de protoplasma sanguíneo (ectoplasma específico gerado a partir do citoplasma das células), a cada batida do seu coração a energia vital circula em sua aura, através do corpo etérico, repercutindo em extratos vibratórios nos corpos mais sutis, e volatilizando no plano astral.

Assim, os espíritos mentores, quais pastores de ovelha tosquiando a lã nas quantidades exatas que se renovarão, apóiam-se nos médiuns que fornecem a energia vital indispensável aos trabalhos caritativos.
Entendemos que o amor dos guias espirituais, enviados dos orixás na prática da caridade umbandista, não combina com a imolação de um animal ou o sacrifício de uma vida para elaboração de uma oferenda votiva com a intenção de estabelecer o intercâmbio com o "divino", objetivando uma troca de axé, ou para atender pedidos pessoais acionados por trabalhos pagos.

Existem espíritos mistificadores, muitos dos quais fazendo-se passar por verdadeiros guias da umbanda, que pedem sacrifícios e comidas, a fim de vampirizar esses fluídos. Estes são dignos de amparo e socorro, que é o que fazem as falanges de umbanda.

fonte: livro Umbanda Pé no chão