BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

SEGREDO DAS FOLHAS !

SEGREDO DAS FOLHAS

Assim como as flores, as ervas também são de fundamental importância para a restituição e a reconstituição do equilíbrio nos médiuns de Umbanda pois, a natureza preserva a harmonia divina e os elementos naturais carreiam o Axé ( força ) da natureza.

As importantes correlações referentes aos sete Orixás, inclusive as essências que podem ser adquiridas em casas especializadas na comercialização de materiais para formulação de perfumes. Essas essências podem ser utilizadas na forma de banhos para restabelecimento do equilíbrio psico-aurânico bem como para a conservação do mesmo. No banho de essência utilizamos apenas três gotas para um litro de água pois, o excesso pode ser prejudicial, e no primeiro mês de uso fazemos o banho somente uma vez por quinzena e posteriormente uma vez por semana. Esse banho deve passar por todo o corpo, e para isso deve ser despejado por cima da cabeça ( ori ) passando por todo o corpo, após o banho normal de higienização.

O banho de ervas não deve ser usado a qualquer momento e se presta mais a desimpregnações e fixações mediúnicas e não deve ser despejado sobre a cabeça mas, sim a partir dos ombros. E para quem queira se banhar com as ervas, deve seguir a uma série de observações importantes principalmente na origem e no que tange a colheita das ervas que, deve ser executada em uma lua positiva ( nova ou crescente) pois, nessa época a seiva da planta se localiza nas folhas e na quinzena lunar negativa ( cheia e minguante ), a seiva se encontra próxima a raiz, ficando as ervas portanto, energeticamente defasadas .

Esse banho deve ser feito por infusão, ou seja, fervemos a água, a retiramos do fogo, colocamos as ervas e esperamos até que a mistura esfrie o suficiente para aplicá-la no corpo após o banho normal de higienização. Outra orientação é que se coloque um pedaço de carvão sob cada pé no momento do banho que deve ser despejado no corpo, no sentido do pescoço para baixo, ou seja, não deve ser despejado na cabeça. E basicamente é muito positivo utilizar nesse banho apenas uma erva da vibração de Oxalá ou uma erva da vibração original ( relacionada ao signo ) do médium que usará o banho.

As entidades de Umbanda, também utilizam a energia vegetal na forma de defumação, a fim de amortizar energias de choque oriundas do baixo astral e no intuito de aproveitar o equilíbrio natural dos vegetais para re-harmonizar nosso organismo por meio da absorção, via respiração, da energia emitida por essa aroma-terapia que é decodificada por nosso organismo por meio do rinoencéfalo.

Para melhor projeção das energias provenientes da defumação, a mesma deve ser feita em um turíbulo de barro e deve obedecer a critérios específicos que qualificam e quantificam as ervas ou essências utilizadas para esse fim.

Uma defumação positiva utilizada para desagregar energias negativas pode ser composta de três porções de erva-doce, com uma porção de cravo e uma porção de canela. Para defumar pessoas o importante é que a fumaça seja inalada ou seja, não é necessário 'fulmigar" a pessoa com excessiva fumaça pois, uma emanação sutil que possa ser sentida pela respiração já produz efeitos notáveis.

A nível superior podemos utilizar o incenso puro na forma de pequenas pedras utilizadas no turíbulo ou mesmo de varetas especialmente preparadas que podem ser adquiridas no comércio. A fumaça do incenso assim como a do sândalo e de outros elementos, veicula pedidos superiores e eleva nosso tônus vibratório

Para defumarmos ambientes como casas ou estabelecimentos comerciais, devemos fazer a defumação dos fundos do estabelecimento para a entrada ou seja, direcionaremos os fluídos negativos para fora da casa em questão. E para potencializar esse processo podemos deixar uma cumbuca de água com sal atrás da porta de entrada que deve ser substituída semanalmente, e podemos utilizar certos pontos cantados ou mantras que possuem o poder de direcionar as energias da natureza aumentando a eficácia do trabalho magístico.

Com essa mesma filosofia, as entidades ditas como caboclos e Pais-velhos, fazem uso do fumo nas sessões de caridade dos terreiros de Umbanda.

Portanto, não é correta a exortação de leigos que atribuem que o uso do fumo em forma de charutos e cachimbos pelas entidades de Umbanda seja decorrente de uma pseudo-inferioridade ou um suposto vício que esses seres astralizados trazem de vidas anteriores.

Existe portanto, um véu entre a aparência e a essência da Umbanda que raras pessoas podem conceber e mais raras ainda são as pessoas que se desprendem dos aspectos místicos e míticos e adentram o nível cósmico da Umbanda e da vida.

Como disse Shakespeare:

" Existem muito mais mistérios entre o céu e a terra do que supõem nossa vã filosofia..."


Alguns exemplos de flores:

lírio branco – Oxalá ;
rosa Branca – Yemanjá ;
crisantemo branco – Yori ( Ibeji );
cravo branco - Xangô ;
violeta – Yorimá ( Obaluaye ) ;
palmas vermelhas – Oxossi ;
cravos vermelhos – Ogum ;

PAI DE SANTO ? MÃE DE SANTO ? NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM.

 Umbanda - Orixá Essência Divina

Pai de Santo? Mãe de Santo? Não é tão simples assim.

por cristinatormena
Hoje participando de alguns fóruns, fico observando algumas duvidas e fico pensando, cadê os dirigentes que não estão sabendo dar as devidas explicações para seus filhos?
Na realidade estamos nos deparando com médiuns que entram para Umbanda, se apaixonam por ela, mas não querem passar pelas devidas etapas de aprimoramento espiritual, não querem ser simples médiuns, querem comandar, direcionar, não querem ser discípulos querem ser mestres.
Cada vez que você respira, pense seus pés criando raízes no chão. Este pensamento âncora você e te mantém centrado.:
Palavrinhas aplicadas: VAIDADE E EGO
Neste momento na cabeça do médium imaturo, começa a vir as ideias mirabolantes, e começam a pensar, como vou saciar essa minha vontade de ser um chefe de terreiro?
Detalhe, ele não quer esperar, ele quer para ontem.
Opa... tem uma federação, que está dando um curso que depois de concluído, vai dar um diploma de Baba e Iyá, que maravilha pensa eles. Opá, tô dentro! 
Toda forma de estudo é válida desde que tenha discernimento e sabedoria e bom entendimento.
O médium vai,  paga o preço que precisar para saciar seu ego, e quando com diploma na mão, tipo o Sr. Volante do desenho do Pateta, se torna o Sr. ou a Sra. Pai ou Mãe no Santo, essa sensação de poder na cabeça é como um BOOOM...
Cabeça nas nuvens e pés no chão | Head in the clouds and feet on the ground #Surrealismo #Surrealism #Surreal:
Logo vem a segunda ideia mirabolante, preciso angariar médiuns para minha casa, ai ele abre um estabelecimento religioso e começa a agregar filhos e mais filhos, um atrás do outro, é o amigo que indicou o outro amigo e assim vai.
Tudo seria compreensível se esses médiuns ou supostos chefes de terreiro tivessem junto com o estudo A EXPERIÊNCIA DE CHÃO DE TERREIRO,  creiam meus amigos essa nenhum curso, nenhum diploma por melhor que seja vai conceber a vocês, porque essa experiência leva tempo, etapas, uma história para ser vivida.
Esses médiuns cegos dentro de suas vaidades começam a guiar outros cegos, e logo em seguida vem os tropeços. 
Um médium inexperiente fatalmente não saberá lidar com casos mais específicos que envolve a mediunidade e espiritualidade, para não cair no vexame começam o tal catar folha ali, acolá,  qualquer um que lhes dê a famosa tábua de salvação, ou podemos dizer a caixa de pandora,será bem vindo.
Mãos:
Mas vejam bem, tudo na Umbanda tem ritos e fundamentos bem específicos e fundamentos ninguém fica ensinando a qualquer um, ai começam a aplicar achismos e suposições manipulando mediunidades alheias lhes causando choques energéticos que seriam inexistentes caso o médium estivesse sendo direcionado e doutrinado por um verdadeiro sacerdote de Umbanda.
Sabe o que faz um diploma na mão de um dirigente sem amparo e missão dada pelo espiritual?
SIMPLESMENTE NADA.
Porque não será um pedaço de papel que dará o conhecimento que só anos de experiência vão proporcionar.
Conheço médiuns com dois anos de desenvolvimento apenas, que fizeram esses cursos e abriram casas, e sabe o que acaba acontecendo? acabam se perdendo tanto, puxando para si cargas que não conseguem lidar, que suas vidas viram um verdadeiro caos, na grande maioria dos casos ou fecham suas casas, ou acabam meio que sendo adotados por um dirigente experiente para lhe salvar a pele.
Creating a Health Potion-Shaad:
Agora trágico mesmo é quando esse chefe de terreiro inexperiente e imprudente querendo mostrar diferencial, ou provar que sabe, começa a agregar em suas ritualísticas conceitos de outras religiões que ele simplesmente supõe que sabe, aplicando na cabeça dos pobres filhos de santo, fazendo verdadeiros desastres em suas mediunidades.
O resultado disso tudo são casas que estamos vendo médiuns completamente desajustados, desvitalizados, sofrendo de ataques obsessivos, completamente perdidos, porque muitas vezes ficam tempos no tal girar ... girar... , saem da gira péssimos, com dores pelo corpo inteiro, dores de cabeça terríveis etc.
Em algumas casas (pasmem), nem banhos de ervas tais dirigentes sabem passar corretamente.
A religião não pode ser vista como modismo, lembremos que estamos lidando com ESPIRITUALIDADE E MEDIUNIDADE, campos vastíssimos que engloba muito conhecimento e experiência, e mesmo os ótimos sacerdotes tem plena consciência que não podem dar-se ao luxo de parar de buscar ensinamento, estudo. Não precisa-se ir longe, cada gira é uma grande surpresa, agora imagina o lidar com os caminhos espirituais de uma religião como a Umbanda.
Já vi médiuns que seguiam outros seguimentos religiosos e porque neles tinha um conhecimento X, acham que na Umbanda não iriam precisar passar por etapas necessárias, e é nesse pensamento que estamos nos deparando com supostos dirigentes com posturas lamentáveis, e vergonhosas.
A Umbanda é uma religião muito específica em ritos e fundamentos, tem coisas meus irmãos que só na fala do caboclo, do preto velho, do falangeiro que iremos aprender, conhecimentos que não serão achados em livros.
Ai pergunto para que tirem suas próprias conclusões? como que um médium sem experiência vai poder ensinar o que não viveu, não aprendeu?
Como que saberá ensinar conceitos morais religiosos se ele mesmo não teve?
Pois é meus irmãos, a Umbanda não pode ser vista como A MODA DO MOMENTO, como uma roupa top, que você pode vestir a torto e direito.
Umbanda é para médiuns sérios.
O filho que está procurando um terreiro, ele tem que ter um exemplo a ser seguido, ele tem que analisar com cuidado a postura do seu dirigente, sua fala, sua conduta social deve e tem que ser exemplo, para isso ele é um sacerdote o condutor que irá guiar no caminho do mestre.
Como seguir um dirigente que tem um comportamento completamente equivocado em conceitos e visão religiosa? Não tem como, a não ser para médiuns que se sintonizam com tais posturas e equívocos.
cristinatormena | 8 de janeiro de 2017 às 17:21 | 

EXISTE UMBANDA RUIM OU BOA ?

Umbanda - Orixá Essência Divina

Existe Umbanda ruim ou boa?

por cristinatormena
Vamos começar este texto já partindo do princípio que existe UMBANDA, não existe UMBANDA RUIM OU BOA, o que existe são adeptos bons e outros que foram mal orientados, mal doutrinados.
Hoje dentro do seguimento de Umbanda existem vários seguimentos religiosos, com características bem distintas entre si, e um dos motivos dessas ramificações é justamente porque a Umbanda não é codificada, então cada chefe de terreiro tem sua ordenança física respondendo sob a ordenança espiritual. Cada casa tem sua missão religiosa perante a sociedade a qual pertence. Mas salientando que a ORDENANÇA ESPIRITUAL DA LUZ DEVE ESTAR PRESENTE NESTA CASA.
A minha Umbanda não é melhor que a sua caro irmão e irmã dirigente que está neste momento lendo este texto, e nem a sua é melhor que a minha, mas temos sim, cada um a liberdade de termos entendimentos diferentes em ritualísticas, fundamentos, conduta. Sempre falo que cada terreiro é uma parte única dentro da Umbanda, nunca nenhum terreiro será exatamente igual ao outro, até mesmo valendo para aqueles que praticam o mesmo seguimento.
A Umbanda é uma grande árvore, uma árvore forte, e cada seguimento é uma raiz que está ligada a essa árvore. 
Em muitos fóruns de troca de conhecimento, quando alguém fala algo que vai contra os princípios de uma outra pessoa, sempre surge a palavra JULGAMENTO, tipo... você está julgando minha Umbanda.
Nossos guias sempre pregam que não devemos julgar ninguém, mas que antes devemos analisar se o defeito que estamos a apontar no irmão, estamos isentos dele.
CEGOS NÃO GUIAM CEGOS
Interessante isso, porque é uma realidade, tendemos a enxergar o defeito no outro e não analisarmos os nossos próprios defeitos.
E na realidade os defeitos dos outros podem muito nos ensinar, tanto nas questões de avaliação própria, como também aprender a não cometê-las então não sejamos juízes do outro mas sim de nós mesmos.
O ato de não julgar, parece algo simples mas não é, principalmente quando nosso lado crítico se desperta, hoje infelizmente nos deparamos com muitas patafurdias levando o nome de UMBANDA, e neste momento nos sentimos até agredidos em nossa fé e em nossos conceitos religiosos, porque não aceitamos certas posturas, e é ai que precisamos tomar cuidado porque também não somos perfeitos, e muitas vezes podemos sim cair nas armadilhas do pré julgamento, onde deixamos de analisar com mais profundidade determinadas questões, e deixamos a boa palavra, o bom entendimento e principalmente o bom esclarecimento de lado. Perdemos muitas vezes a oportunidade de levar a boa palavra e o bom entendimento e esclarecimento aquele outro irmão e irmã, que muitas vezes pode estar cometendo certas atitudes, não por maldade, mas por falta de ter tido um bom berço mediúnico. E muitos mesmo tendo um bom berço mediúnico, ainda não é garantia,  podem estar falhando, porque também entra nesta questão valores de idoneidade, caráter.
As pessoas muitas vezes tendem a confundir julgamento, com o ato de se ter crivo, de raciocinar sobre uma determinada situação, somos seres pensantes. Eu posso não prestar julgamento, mas posso escolher baseado dentro dos meus conceitos e entendimentos morais e religiosos, se a atitude do outro me é condizente dentro do meu entendimento de Umbanda.
O meu direito começa quando termina o do outro, e assim também o é, em questões de RESPEITO.
O QUE É UMA UMBANDA BOA?
Uma Umbanda que preza a pratica da Fé, da Caridade e do Amor ao Próximo. Mas agregado a esses três pilares vem outros, Humildade, Compreensão, Bom Entendimento, Perdão.
Muitas pessoas confundem estrutura física com estrutura moral religiosa e espiritual, exemplos:
Tem pessoas tanto consulentes quanto médiuns, que escolhem um terreiro pela sua estrutura física, então se o terreiro é luxuoso, grande, se tem benfeitorias, ele é ótimo.
Será? que o fato de um terreiro estar num prédio bonito atesta presenças espirituais idôneas?
NÃO!!!
Mas infelizmente é isso que acontece hoje em dia, um terreiro humilde, muitas vezes fica no esquecimento, as pessoas não lhe dão o devido valor, julgam as aparências físicas esquecendo-se que a Umbanda também é simplicidade e humildade. Temos ai a Tenda Nossa Senhora da Piedade, que nunca foi um terreiro luxuoso, mas foi justamente ali que a Umbanda ficou forte e criou raízes como uma grande árvore frondosa.
Vejam bem, hoje há casas que possuem uma boa estrutura física, que lutaram para chegar onde chegaram, e merecem com toda certeza nosso respeito e valor.
O que estou tentando mostrar é que a estrutura mais importante num terreiro espiritual não é a física é a espiritual (A PRESENÇA VERÍDICA E AUTÊNTICA ESPIRITUAL).
Não adianta se o terreiro sua estrutura é grande ou mesmo pequena, se naquele terreiro a Umbanda não é praticada como se deve.
Um médium que escolhe um terreiro avaliando a estrutura física, pode sim estar caindo nas armadilhas da vaidade e do ego.
Entrei nesta questão porque vejo casas humildes sendo desprezadas, até mesmo ignoradas. E neste quadro que estamos analisando,  não deixa de se enquadrar num bullying religioso, se pregamos a união, a fraternidade entre nós Umbandistas devemos tomar cuidado em tais condutas e atitudes.
Condições financeiras, não atesta se a casa é ruim ou boa, ou se o médium é bom ou ruim, pode até ser atrativa para dirigentes inescrupulosos que enxergam seus médiuns como um meio e não um fim.
Aproveito até para relembrar uma visitação que fiz em um terreiro na cidade de Ourinhos.
Um dos terreiros mais bonitos que conheci, era um barracão feito de madeira, sabem aquele estilo tipo pau a pique, chão batido de terra, um altar singelo, bonito, tudo limpinho e organizado, fui levada a convite de um amigo na época, mas foi o lugar que vi e senti a presença forte e nítida de guias de Umbanda, como já fui em terreiros lindos, luxuosos e simplesmente me deparei com médiuns fantasiosos, sugestionados. Precisamos tomar cuidado, porque as aparências podem enganar. E a vice versa também cabe nesta questão.
Hoje muitos desses terreiros simples e humildes tem fechado, porque não conseguem ter em seus estabelecimentos condições apropriadas baseadas em leis ambientais, de prefeituras, vigilância sanitária, até mesmo por condições financeiras.
Claro um terreiro tem que ter condições sustentáveis de SEGURANÇA, isso é um fato, porque acidentes podem acontecer isso é indiscutível.
Mas não deixa de nos despertar uma certa tristeza, porque essas casas humildes acabam fechando e é um posto da caridade que se fecha.
TUDO É ACEITÁVEL NA UMBANDA?
Está ai uma outra questão interessante, NÃO DEVEMOS JULGAR A UMBANDA DE NOSSO IRMÃO, muitas pessoas confundem muito isso, devemos sim respeitar a forma de entendimento do outro, a nível de fundamento e ritualística que compete a sua casa, mas também temos o direito de não concordar e não aplicar aquilo na nossa, para mim é muito óbvio essa questão,  caso essa forma de entendimento esteja sendo um desserviço a UMBANDA.
Não devemos JULGAR, mas devemos levantar questões a respeito de fatos, que levem a uma pratica mediúnica espiritual racionada, sensata, onde tanto aqueles irmãos que podem estar caindo em erro podem se conscientizar e se orientarem, como despertar o raciocínio em outros.   Neste ponto é onde se entra o crivo, o separar o joio do trigo,  um dirigente, um médium, um consulente, tem que ter o BOM SENSO de analisar se certas condutas não estão fugindo dos conceitos básicos de Umbanda, porque a essência da Umbanda é uma só FÉ, AMOR E CARIDADE.
E infelizmente as pessoas estão por ingenuidade e credulidade fazendo coisas, porque uma entidade pediu por exemplo, sem ao menos raciocinar a respeito se aquilo que foi pedido está correto ou não, e muitas vezes se colocando em risco. Entra ai a FÉ CEGA que se torna tão danosa como uma faca amolada.
E condutas que fujam desses pilares, já se colocam em questionamento em duvida, sendo que para isso não necessite de julgamento de ninguém. Os fatos falam por si só.
O que faz a Umbanda ser classificada de uma religião BOA OU RUIM, é os próprios adeptos que a praticam, hoje os médiuns tem em suas mãos uma responsabilidade muito grande, porque cabe a eles levantar a bandeira da Umbanda perante a sociedade em que vivemos com dignidade, respeito e honra, sempre tomando muito cuidado para que certas condutas e atos não sejam armas nas mãos daqueles que nos perseguem. Lembrando, quando um dirigente comete uma falha grave não é só a casa dele que cai, mas desde o momento que a casa usou e tem o nome de UMBANDA, todos os terreiros caem em julgamento, em críticas perante a sociedade, devemos nos conscientizar disso, e saber que uma atitude, uma conduta pode sim prejudicar toda uma religião tão linda como a nossa. Não temos como interferir no livre arbítrio do outro, quanto as suas próprias escolhas, mas podemos sim, levantar questões que levem a conscientização quanto as consequências de certas atitudes tomadas. Está ai algo que cabe as boas casas realizarem.
A Umbanda não prega uma FÉ CEGA, IRRACIONAL, porque isso denotaria em FANATISMO RELIGIOSO, indo contra a pratica de uma Espiritualidade saudável, limpa higienizada.
Por isso ser de suma importância o incentivo ao estudo dentro de nossos terreiros, levantando questões como essas citadas e outras mais, para que nossos filhos no santo, não se melindrem diante de um embate, e tenham argumentos sustentáveis para falar da fé que professam com SABEDORIA.
Nossos guias em nossa casa, sempre citam em seus ensinamentos que a Umbanda é o Hospital das Almas, tanto dos espíritos que se encontram encarnados quanto dos desencarnados, que devemos ter olhares generosos, amorosos, para os irmãos que se encontram adoentados essa é a nossa missão religiosa.
Quando nossos guias conseguem sanar e curar uma doença moral, física e mesmo psicológica, nós médiuns os quais somos instrumentos destes, aprendemos e nos curamos a nós mesmos, porque conseguimos despertar a nossa própria consciência e prevenção.
A Umbanda prega a reforma, a transformação, e a evangelização, começando sempre de nós mesmos, porque não se pode dar o que não se tem ou o que não se aprendeu.
Que a bênção de nossos amados pretos velhos estejam conosco neste momento, trazendo a sabedoria de vossos entendimentos hoje e sempre.

Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.

RECONHECIMENTO DO TERREIRO DE UMBANDA SÃO COSME E SÃO DAMIÃO

RECONHECIMENTO DO TERREIRO DE UMBANDA COM MAIS DE 40 ANOS DE EXISTÊNCIA, PELA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, ATRAVÉS DO VEREADOR ÁTILA NUNES.
MOÇÃO RECEBIDA NA CÂMARA DOS VEREADORES PELA DIRIGENTE YALORIXÁ CRISTINA CAVALCANTE.
Babalorixá - Jorge Luiz Amaral



A Umbanda é Religião ?
É Religião quando procura implantar a Fé no coração dos filhos, ensinando-os a crer num Deus Onipotente, Justo, Verdadeiro, Impessoal, Eterno, Sem princípio e Sem Fim; quando os ensina a elevar seu pensamento àquela Fonte Inesgotável de Amor e Bondade, da qual podem socorrer-se em todos os momentos de aflição ou de dor; quando lhe ensina a perdoar ao seu próximo as ofensas recebidas e a retribuí-las com eflúvios de amor, bondade, paz e harmonia, para que ele sinta, em seu próprio coração, toda a grandeza destes divinos, dons; quando procura despertar nos sentimentos de misericórdia, caridade e filantropia, através dos quais podem ser minorados os sofrimentos e atribulações dos nossos irmãos e companheirosde peregrinação terrena; quando, enfim, lhes demonstra que só o amor constrói, eleva e fortifica as almas, acendendo nelas a chama sagrada que lhes iluminará o caminho, em sua marcha ascencional e eterna para Deus.A Umbanda nos apresenta aspectos de sua doutrina religioso-filosófica, dentro de seus reais fins evolutivos.
Ela não é, porém, apenas uma concepção religiosa, mesmo no sentido mais alto do termo. Ela é segundo a necessidade e grau evolutivo dos seus adeptos, ao mesmo, tempo Religião, Ciência e Filosofia.
A Umbanda é Ciência ?
A Umbanda é Ciência, quando nos desvenda, diante dos nossos espíritos maravilhados, toda a Sabedoria Divina representada nesta grandiosa concepção do Universo, suas leis, sua força e mecânica, atuando regular e permanentemente em tudo quanto existe, desde o mais ínfimo dos seres orgânicos, até ao mais evoluído, puro, perfeito, dos seres imateriais, à própria Divindade enfim.
A Umbanda é Ciência, quando procura despertar em nós o conhecimento de nós mesmos, como espíritos concientes, responsáveis pelo nosso próprio destino, senhores e dominadores deste organismo físico que começamos a construir desde o ventre materno, para nos servir de veículo em cada uma das nossas vindas à terra,e pelo qual somos responsáveis como condutores perante as leis imutáveis da mecânica universal.
A Umbanda é Ciência, quando nos demonstra que possuímos dentro de nós mesmos, em estado latente, a essência de todos os conhecimentos humanos, e que a ação de nossa própria vontade, concientemente dirigida, pode desperta-los gradualmente, para que deles nos utilizemos na construção da nossa maior felicidade terrena; quando nos desvenda os detalhes maravilhosos do nosso organismo, os nossos órgãos, células, e sua subconstituição de eletróns e de ions, que não são senão agrupamentos de outros seres viventes, que amanhã serão novamente mineral, vegetal, em seguida animal, por uma nova assimilação em organismo físico, e assim sucessivamente, até atingirem o grau evolutivo que lhes permita a posse do raciocínio, e do livre arbítrio que nós já possuímos.
Mais ainda: A Umbanda é Ciência, quando nos demonstra com superabundância de fenômenos sensíveis à nossa percepção, que tudo é semelhante no Universo; que a constituição do microcosmo é perfeitamente igual à do macrocosmo, que a essência é a mesma e única em tudo, que os astros e sistemas solares que constituem o Universo, são habitados por outras tantas humanidades, segundo o grau evolutivo de que as mesmas se compõem; que os planetas vivem, sentem, gozam e sofrem, de acordo com os sentimentos, atos ou gestos dos respectivos habitantes; quando nos demonstra a relação existente em cada um dos nossos órgãos e membros, o coração, o fígado, o baço, os pulmões, a bexiga, os rins, os intestinos, o cérebro, as pernas, os braços, etc., com determinado planeta ou astro do nosso sistema solar, a cuja influência estão de alguma forma sujeitos, razão pela qual por vezes se enfraquecem ou adoecem, sempre, entretanto, em consequência de uma atitude, gesto, ou pensamento do nosso espírito.

A Umbanda é Filosofia ?

A Umbanda é Filosofia, quando nos sublima com a definição da Verdade manifestada em tudo, sob a concepção do princípio ternário.
Efetivamente, o princípio filosófico sobre o qual assenta e age a Umbanda, pode ser definido sob diversos aspectos, todos, porém, inteiramente ligados ao número três, que é o símbolo deste princípio.
O princípio ternário, ou a Triunidade sagrada , pode ser demonstrado na manifestação da criança, do caboclo e do pai velho.
Este princípio constitue a base fundamental de todos os conceitos de Umbanda, e nele se enquadram todas as fases evolutivas do ser humano que aspira caminhar para Deus.
Geometricamente, podemos demonstrar' o princípio ternário de Umbanda pelo triângulo das manifestações, significando, por assim dizer, uma síntese perfeita de toda a sua filosofia: Pensamento,Sentimento e Acão.
Com efeito, Umbanda pode ser definida sob várias formas deste princípio, todas perfeitamente enquadradas nos postulados de sua filosofia. Sentimento, Pensamento e Ação, traduzem o conjunto de suas atividades no primeiro, segundo e terceiro planos.
Sentimento, é a sensibilidade educada dos seus trabalhadores mediúnicos, indispensável ao encaminhamento das almas para a luz, onde mestres invisíveis as esclarecem, mediante a exibição de quadros fluídicos de suas vidas passadas; é a aplicação devotada e sincera da faculdade intuitiva dos seus adeptos, em virtude da qual se tornam intermediários úteis dos espíritos evoluídos, para a recepção dos esclarecimentos necessários ao bom desempenho de sua nobre missão.
Sentimento é, ainda, a capacidade existente em cada médium do Espiritismo de Umbanda, em assimiliar a dor e o sofrimento do próximo, amenizando-a e até anulando-a, segundo o grau de desenvolvimento em que esta faculdade se encontre no espírito de cada um.
Pensamento, pode ser definido em Umbanda como o veículo da ideia, o meio de que dispõem os seres humanos para se comunicarem com os mais altos planos do Infinito, e cujo potencial nenhuma creatura humana é capaz de avaliar com precisão, acreditando-se porém, que cresça constantemente, na proporção do esclarecimento de cada mente. Derivada do latim pensare, (ponderar), e mens (inteligência), esta palavra ainda não define, com a exatidão precisa, o sentido de um dos mais belos fenômenos em que somos parte.
O pensamento é uma espécie de vibração semelhante à das ondas de Hertz, com a diferença de que estas se propagam em círculos concêntricos, ao passo que as vibrações mentais podem ser emitidas numa direção determinada pela mente.
E' por meio das ondas vibratórias do pensamento, que na Umbanda se estabelece a mais perfeita ligação entre o local de sua ação, e os planos para os quais devem seguir os espíritos encaminhados. Da união (concentração) das vibrações mentais (pensamentos) de muitas mentes reunidas, constrói-se a corrente mental necessária ao bom êxito da ação, sem a qual todos os esforços seriam nulos.
E', portanto, por meio do Pensamento que os adeptos de Umbanda realizam a parte mais elevada de sua doutrina filosófica, que é a utilização de suas vibrações mentais sadias, elevadas, puras, em benefício dos seus semelhantes. Para isto é que se lhes recomenda continuamente, que devem conservá-lo sempre isento de vibrações grosseiras, baixas, nauseabundas, o que se consegue pela correção de todos os deslises morais, ou seja, na condução da vida terrena dentro de uma conduta moral ímpar.
A Acão é, por sua vez, o ângulo complementar do princípio ternário na Umbanda, simbolizando a corrente dinâmica emanada da conjunção dos ângulos anteriores. Desenvolvendo-se no sentido trifásico, a Ação se traduz no movimento operado pelo adepto, ao dirigir as suas vibrações mentais, tocadas pela sensibilidade apurada de sua personalidade interna, ou "Eu Superior", em favor dos seus irmãos necessitados.
A Ação, é o próprio número três, formado pela soma dos dois primeiros e mais um; é o movimento que estabelece o equilíbrio, passando sucessivamente de um a outro ponto.
O número três é a consubstanciação da ideia, força e equilíbrio, simbolizados no princípio ternário, sobre o qual assenta e age a Umbanda.
Estudando à luz deste princípio a própria constituição do Universo, encontramos a sua simbologia traduzida em Energia, Inteligência e Vontade, de cuja trindade emanam todas as demais concepções.
Se examinarmos um objeto qualquer, construído de matéria condensada, peculiar ao nosso mundo, haveremos de constatar nele estas três dimensões: comprimento, largura e espessura.
Se observarmos uma superfície líquida, um lago ou tanque cheios de água, aí encontraremos igualmente três dimensões: extensão, largura e profundidade.
Ao pronunciarmos uma palavra qualquer, utilizamos, sem o sentir, três outras faces do princípio ternário: força, pensamento e som.
Estudando a constituição do ser humano, constatamos a existência de três elementos essenciais, que são o corpo, a mente e o intelecto, formando a trindade na unidade, e dos quais decorrem todos os outros.
O mesmo princípio ternário se encontra na base de todas as ciências. Assim, por exemplo, em geometria, ele é comprimento, largura e altura; em gramática, ele é sujeito, objeto e ação; em lógica, é observação, raciocínio e dedução; em matemática, é número, medida e peso; no tempo, é passado, presente e futuro; na família ele é representado pelo pai, a mãe e o filho; na manifestação do ideal, é imaginação, criação, realização.
A concepção da própria Divindade está simbolizada no princípio ternário: Perfeição, Amor e Verdade.
Aí está, em síntese, o princípio em que se apoia e age a Umbanda, na condução das almas para a perfectibilidade. Seguindo-o, os seus adeptos abrem suas mentes à compreensão de que tudo é vibração no Universo, e que toda a vida está sujeita às mesmas leis cósmicas, imutáveis e perfeitas, seja ela a do organismo mais ínfimo ou a dos seres mais robustos, habitantes da superfície terrena, ou da profundidade insondável dos oceanos.
E compreenderá, finalmente, a grande verdade de que o ser Humano não vale por si mesmo, pela sua inteligência, pela sua cultura; mas, sim, e unicamente, pela vibração de suas obras, resultantes da perfeita conjunção deste principio ternário que é Sentimento, Pensamento e Acão.

Uma Filosofia apoiada em tão sólidos princípios, há de certamente contribuir, de maneira eficaz e proveitosa, para o mais rápido advento dessa "nova ciência com que o Homem do futuro, prestes a nascer, fundará a nova civilização do terceiro milênio".
www.tuccaboclobeiramar.com.br/

EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO TRANSCENDENTE E MANIFESTO





EQUILÍBRIO ENTRE INTERNO E EXTERNO
TRANSCENDENTE E MANIFESTO
Ciência e Espiritualidade necessitam de um diálogo sincero e honesto. Vivemos uma separação, uma fragmentação como diria David Bohm, onde a visão de mundo necessita de uma mudança urgente, pois a cosmovisão atual não consegue dar explicações para as emergentes necessidades da sociedade que se encontra em perigo, pois, na individualidade, essa fragmentação gera uma cicatriz e a ilusão da separação, onde não há espaço para valores e virtudes. Esses mesmos valores e virtudes que, antigamente,  eram referendados e cultivados pela religião como um caminho na conquista de dias melhores. Hoje parecem fadados ao esquecimento.
Não há uma prática individual com o claro objetivo de buscar o significado desses valores em nosso processo de viver. Essa curta reflexão tem um grande objetivo: Despertar! Chamar a atenção! Provocar uma discussão salutar! Gerar conflitos no inconsciente, aumentando as possibilidades para uma escolha e uma solução! Será que há algum motivo para pensarmos em futuro? Podemos dizer, baseado em evidências óbvias, que o ser humano é destinado para a finititude? Qual é a falha de interpretação que leva religiosos fundamentalistas, que tem um Deus benigno, a declararem guerra contra seus semelhantes causando destruição e mortes? Esse Deus bondoso e transcendente pode ainda influenciar e agir nesse mundo de matéria? Ou Ele criou a tudo e a todos e deixou-nos    literalmente ao deus-dará com suas Leis divinas e regras de um jogo que mal compreendemos para que, em um curto espaço de tempo, conquistemos nossas virtudes e valores e, quando chegar diante do seu trono,  sermos julgados pelos nossos atos e, dessa forma decretar o destino de nossas almas para o céu ou para o inferno definitivamente? Esse Deus de palha já foi facilmente destruído pela ciência. Nietszche declarou “Deus está morto”.
Um Deus transcendente e separado não pode interagir de forma causal com a matéria. A revolução científica, baseado na filosofia do monismo materialista, trouxe uma contribuição grande com o desenvolvimento tecnológico dando realmente uma idéia de progresso. Esse progresso foi baseado nas descobertas das interações materiais onde todo gênio cientifico tenta explicar com suas teorias a natureza da Natureza. Tudo é matéria e não há nada além da matéria e, portanto, não há espaço para um dialogo com o sutil, com a espiritualidade, com a subjetividade, com a consciência, com os pensamentos, sentimentos, intuições, pois são todos aspectos internos e a ciência as vê como subprodutos de interações materiais e, portanto,  sem poder causal sobre matéria. Dessa forma vem desconstruindo tudo aquilo que diz respeito ao interno de cada um de nós, valores e virtudes não passam de bagagem extra e devem ser descartadas pela ciência, ou no mínimo continuarem separadas o que permitiria aos cientistas ainda irem em seus cultos religiosos no domingo, pois afinal de contas esse Deus pode ser benigno.
Separação e fragmentação. Diálogo entre ciência e espiritualidade. Veremos como a física quântica pode criar um processo dinâmico de transformação em nossas vidas e mudar a visão de mundo buscando uma integração entre Deus e suas criaturas, bem como nosso ambiente interno e externo, resgatando Deus para a ciência e para nossas vidas.
Dr. Milton Cesar Ferlin Moura


O TEMPO



TEMPO

A ciência tem dificuldade em definir tempo. O tempo físico “inanimado” necessita de outros parâmetros para ser definido. Atualmente, a unidade de segundos é definido como sendo uma oscilação de ciclos de radiação do césio 133 em um determinado período. Quando o elétron salta de um estado de alta energia para um de baixa energia ele emite uma radiação eletromagnética. Essa radiação oscila em uma determinada frequência. A frequência é “exatamente” 9.192.631.770 Hz. Conforme o Sistema Internacional de Unidades essa tem sido a definição de segundo desde 1967. A cada segundo o césio 133 emite 9.192.631.770 ciclos de ondas eletromagnéticas. Nossa unidade de tempo “segundo” é definido conforme esse parâmetro. Seguindo esse mesmo raciocínio a ciência tem dificuldade em definir energia. Há necessidade de outros parâmetros para essa finalidade. O tempo é uma grandeza objetiva ou subjetiva? A física da matéria inanimada insiste em afastar a participação do observador. O observador é fundamental e necessário para compreender o tempo. Os aspectos subjetivos são tão importantes quanto os objetivos. Um dos poucos pontos em comum entre a ciência e a espiritualidade é que ambos concordam que o tempo é relativo. Não precisamos nem requisitar a presença de Einstein para essa explicação. Ela faz parte do senso de percepção comum.

Dependendo do estado de consciência a percepção do fluxo de tempo muda. No estado de sono profundo não temos a experiência de tempo. No estado de sonho o tempo é fluido: uma era em um minuto. No estado de vigília o tempo é relativo e depende dos referenciais adotados. Lembram disso na física ginasial? O tempo depende do nosso sistema nervoso. Cada ser senciente irá perceber o tempo conforme o sistema nervoso disponível para essa percepção. O sistema nervoso de uma lagarta é diferente do nosso. Se retiramos uma folha da sua trajetória ela irá “pensar” que a mesma simplesmente desapareceu.  As “fotografias” da realidade passam mais lentamente. Os seres humanos tem a capacidade de acelerar ou desacelerar o tempo conforme o estado de consciência. Será que a subjetividade é confiável? Nenhum físico afirma que suas medidas se modificam porque ele está ou não com cefaléia naquele dia. O tempo é uma experiência da consciência. Podemos pensar que o tempo não seja nem abstrato e nem objetivo. O tempo é pessoal e participativo. O Universo é participativo. Nós conseguimos participar do tempo e da mesma forma que participamos do tempo talvez tenhamos uma pista da participação da atemporalidade. Sem tempo? Como assim? Sob qualquer aspecto do tempo subentende-se a idéia do não tempo (atemporalidade). Antes do Universo não existia o tempo! Nós temos quevivenciar o tempo! Da mesma forma podemos vivenciar a atemporalidade e entender melhor aquilo que chamamos de “vida eterna”, “alma imortal” e “Deus transcendente”. Eternidade seria compatível com uma realidade onde o tempo não estaria presente. Eternidade não é compatível com um período de tempo muito longo. Na eternidade, o tempo não está presente!

Precisamos pedir ajuda ao Oriente! Nos estudos das experiências de meditadores, a subjetividade é confiável! Eles relatam a experiência do Samadhi que seria um estado de consciência zero, ou seja, um estado de eterno agora atemporal. Nesse estado de consciência zero o tempo deixa de existir com evento mensurável. Passamos a vivienciar o fluxo do tempo quando a consciência una divide-se em sujeito e objeto. Quando da mensuração quântica no cérebro a consciência identifica-se com o mesmo e surge o “self”, mas isso é outra história…Seguindo em nosso raciocínio, o próprio Universo possui um estado atemporal que é o campo do ponto zero ou “vácuo” quântico. Antes da singularidade do Big Bang havia apenas a potencialidade do tempo. Depois surgiram todos os objetos quânticos em ondas de possibilidades como: enegia, spin, peso, gravidade. Potencialidade é potencialidade, isto é, não tem ciclo ou ciclos. Abrange passado, presente e futuro. O estado básico da física é análogo ao estado zero doSamadhi. Nós sempre seremos eternos. Quando perdemos a conexão com a eternidade ficamos presos na ilusão dependente das medidas, ficamos dependentes em medir o tempo. Como podemos vivenciar a eternidade? Como?

A mente humana é vista pela ciência materialista como um epifenômeno do cérebro. Porém, a ciência quântica unida com a espiritualidade vê a mente humana não como subproduto do sistema nervoso, mas como agente causador real de onde “nascem” os pensamentos. Como podemos “pensar” em atemporalidade? Como seria possível se o próprio pensamento leva tempo para ser formulado? Eis a pista!!! Os meditadores experientes perceberam que se o pensamento pára, o tempo também pára. O movimento do pensamento é importante para o tempo. Se os pensamentos param de se movimentar, o tempo faz o mesmo. Quem já experimentou a sensação do famoso “branco”? A subjetividade de percepção do tempo depende dos pensamentos. O Universo é o movimento do pensamento. Isso é profundo!!! A mente em silêncio cocria a realidade física por meio de um pensamento. Uma vibração e uma frequência. Sem isso o tempo não pode ter início! As vibrações emergem de uma fonte. Quando o tempo entra na manifestação ele é adaptado ao sistema nervoso. Temos que “metabolizar” a experiência abstrata do tempo da mesma forma que metabolizamos o alimento em nosso sistema digestivo.

O nosso crescimento e desenvolvimento necessita conhecer e administrar o tempo. Os genes precisam conhecer o tempo. Saber o tempo correto para substituir os dentes de leite, saber o início da puberdade, saber o início da menopausa e dessa forma devemos possuir um “relógio” biológico a serviço da consciência. Sim, temos esse “relógio”. Nossos genes são muito mais que receitas de instrução. A consciência possui a sua disposição a telomerase (Descoberta da cientista Elizabeth Blacburn em 2010) capaz de administrar o tempo, inclusive o envelhecimento. Quando menos telomerase mais rápidos envelhecemos. Da mesma forma, hábitos de vida saudáveis e meditação são capazes de aumentar a quantidade de telomerase no organismo. Conseguimos sinalizar nossos genes para cumprirem suas funções. Os fatores epigenéticos demonstram uma importância fundamental para a expressão gênica. Um único gene é capaz de mais de 30 mil expressões diferentes através da ação desses fatores epigenéticos. É um avanço enorme muito além do que poderia prever o projeto genoma humano em 2003. Vinte mil genes foi o detectado, muito aquém do imaginado. Porém, a partir do “fracasso” desse projeto muitos outros questionamentos foram necessários para novas soluções. Ampliar o paradigma para explicar o movimento da consciência. Estamos caminhando nesse sentido. Tentando integrar ciência e espiritualidade. Não há necessidade de exclusão. Ambas podem dar um bom aperto de mãos.

Nós seres humanos estamos situados em um horizonte de eventos entre o manifesto e o transcendente, entre o tempo e a atemporalidade, entre o visível e o invisível. Lembram da definição da realidade pela física quântica? A realidade existe sempre em dois domínios: Possibilidades e fato manifesto.

DR MILTON CESAR FERLIN MOURA