BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

MISTICISMO OU ESPIRITUALIDADE QUÂNTICA ?




Misticismo ou espiritualidade quântica?

O termo “misticismo quântico” tem sido usado por diversos autores para se referir às propostas de estender a mecânica quântica para além dos domínios da física, para a psicologia, administração de empresas, religião, parapsicologia, etc. No entanto, as pessoas que adotam essa perspectiva, de que a espiritualidade humana teria como base física a teoria quântica, consideram o termo pejorativo. Qual seria um termo mais adequado? E como distinguir as diferentes correntes que defendem a importância da física quântica na explicação da consciência e da espiritualidade?

Comecemos com a definição de “misticismo”. O Dicionário de Filosofia de Abbagnano define misticismo como toda doutrina que postula uma comunicação direta entre o homem e Deus. Este termo foi usado por Dionísio Aeropagita, no séc. V, para descrever o neoplatonismo de Plotino. Por um lado, seria impossível alcançar Deus através dos procedimentos ordinários do saber humano; por outro, haveria uma relação originária, íntima e privada entre o homem e Deus, um êxtase.

No séc. XII, Bernardo de Claraval defendeu o caminho místico contra a filosofia e, em geral, contra o uso da razão. Vemos assim que o misticismo defende um modo de conhecimento não racional, que podemos chamar de intuição, e que no Cristianismo culmina na “contemplação” do divino. Outros pensadores medievais, como São Boaventura, cultivavam igualmente a especulação racional filosófica e a especulação mística.

No séc. XIV alemão, Meister Eckhart e outros místicos voltam a criticar o uso da razão no campo da religião. A frase de Eckhart, “Deus e eu, somos um”, exprimia a experiência mística da dissolução do eu (a dissolução da distinção sujeito-objeto). Autores como Ninian Smart, em seu World Philosophies (1999), apontam semelhanças entre a cosmovisão de Eckhart e a do hinduísmo do Vedanta Advaita. Claramente, a definição de misticismo se aplica bem para as correntes orientais do Hinduísmo, Budismo e Taoísmo, além da Cabala judaica, do Sufismo islâmico, etc.

A origem do termo “misticismo quântico” parece ter surgido das comparações entre a física quântica e o misticismo oriental, que foram exploradas por Fritjof Capra no seu O Tao da Física (clique aqui, “As origens hippie do misticismo quântico”), mas que já tinham sido sugeridas antes por alguns fundadores da física quântica. O termo passou a ser adotado por críticos do movimento, sugerindo que haja aqui uma “mistificação”, que pode ser definida como uma interpretação obscura, tendenciosa ou falsa. Talvez seja por essa conotação negativa que o termo “misticismo” não é apreciado por muitos dos defensores de uma espiritualidade quântica.

William James, em seu livro As Variedades da Experiência Religiosa (1902), apresenta dois capítulos em que discute a consciência mística do ponto de vista da psicologia, e que são reproduzidos numa excelente coletânea editada por Patrick Grim, Philosophy of Science and the Occult. Para induzir o estado místico, James estudou os estados alterados da mente gerados pela inalação de óxido nitroso, inclusive em si mesmo. Ele descreveu sua experiência mística como uma “reconciliação” entre lados opostos do mundo.
O misticismo seria uma atitude antinaturalista, que se liga ao sobrenatural, seria otimista e veria a natureza como Deus (panteísmo). Quem tem a experiência mística se torna mais feliz, e geralmente tal experiência passa a guiar sua vida. Quem está de fora, porém, não é obrigado a aceitar as afirmações místicas de maneira acrítica. No entanto, segundo James, sempre será uma possibilidade que a experiência mística seja uma forma superior de conhecimento (em outras palavras, não se pode refutar a experiência mística, mostrar que ela é falsa).
Frei Betto e Leonardo Boff
Passemos agora para dois autores brasileiros. Frei Betto e Leonardo Boff publicaram em 1994 o livro Mística e Espiritualidade, em que exploram a experiência mística de “re-ligação” com a divindade, que se daria num nível prévio a qualquer elaboração conceitual. É interessante que, nesse livro, Frei Betto discute a física quântica. Segundo ele, “quando, hoje, o cientista analisa a matéria, descobre duas coisas fantásticas: primeiro que, no seu ponto mais ínfimo, matéria é simultaneamente espírito e matéria”. Trata-se da tese conhecida como “panpsiquismo”, de que todas as coisas têm espírito ou consciência.
Está claro que a afirmação de Betto é exagerada: a física quântica não implica que toda matéria seja espiritualizada. Trata-se de uma interpretação particular que pode até ser conciliada com a física quântica, mas está longe de ser uma conclusão da ciência moderna. A base para esta afirmação de Betto é a não localidade quântica, que ele não consegue explicar bem, mas nos remete aos livros de Capra. Já vimos no (“Teorema de Bell para crianças” - clique aqui) que há diversas interpretações diferentes para esta importante questão.

A segunda descoberta mencionada por Betto é o princípio de incerteza (ou de indeterminação). Em sua discussão, duas teses são associadas a este princípio: o indeterminismo (a quebra da causalidade) e o subjetivismo, segundo o qual “a subjetividade humana interfere no movimento de alguma coisa que deveria independer dela”. Conclui com a tese de Capra de que “os orientais já tinham pressentido o princípio de indeterminação três mil anos antes de Cristo. O que mais intriga os cientistas ateus, antirreligiosos, é o fato de as religiões orientais já o terem pressentido.” Está claro que este comentário não é aceito pelos físicos de partículas. Sempre poderemos traçar semelhanças entre visões de mundo, mas se houvesse algum conhecimento de microfísica contido nas cosmovisões antigas, elas deveriam poder ser usadas para fazer novas descobertas na física. Mas como comentou John Bell, “iremos todos sentar aos pés do Maharishi se ele nos disser onde o bóson de Higgs pode ser encontrado” (citado na coletânea de Grim, mencionada acima, p. 310).

Detive-me na apresentação de Frei Betto sobre o misticismo quântico porque ela representa bem as ideias pouco fundamentadas que circulam sobre a física quântica. Está claro que o tom crítico contra suas afirmações sobre física quântica não se estendem para sua obra maior, que merece grande respeito, assim como a de Boff. Vale mencionar que, segundo o livro World Philosophiesmencionado acima, a contribuição mais original da filosofia latino-americana para o mundo foi a teologia da libertação, articulada entre outros por Leonardo e Clodovis Boff.

Retomando a discussão terminológica, parece que o termo “misticismo quântico” deve se referir apenas às visões que aceitam que haja um conhecimento intuitivo, não racional e não científico a respeito de dimensões espirituais ou transcendentais da realidade, e que defendem que esse conhecimento primordial tem conexões com a física quântica.

Uma visão distinta defenderia uma abordagem mais racional à questão das ligações entre espiritualidade e física quântica.

Participei recentemente como comentador do I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Cérebro (São Paulo, 24-26/09/2010), organizado pelo médico psiquiatra Alexander Moreira-Almeida (U.F.J.F - Universidade Federal de Juiz de Fora), que usa métodos científicos para investigar estados de paranormalidade. Fiz comentários à apresentação do físico-matemático inglês Chris Clarke e do anestesiologista norte-americano Stuart Hameroff, colaborador do físico Roger Penrose em sua teoria de que a consciência seria um fenômeno essencialmente quântico. Ambos os palestrantes adotam uma postura que se pode chamar “científica”, especulando sobre a natureza da espiritualidade e lançando hipóteses sobre as possíveis conexões com a física quântica.

Naturalmente não se trata de teorias bem confirmadas, mas apenas de ideias na busca por uma compreensão da consciência humana, ideias essas que são articuladas de forma racional, e onde as intuições não são consideradas como sendo uma forma de conhecimento pré-científico seguro, mas apenas como hipóteses de trabalho. Neste caso, o termo “misticismo quântico” não se aplicaria corretamente.

Como caracterizar então semelhantes abordagens?

O termo que parece mais interessante e amplo é “espiritualismo”, que tem uma acepção geral que se refere à crença na existência de seres imateriais, como Deus e almas imortais. Trata-se da antítese do materialismo, que considera que a alma ou consciência são frutos da matéria organizada em animais, e que desaparecem na morte do corpo. Há diversas acepções mais restritas de “espiritualismo”, todas contidas na acepção geral. Mencionaremos duas a seguir.

Na história da filosofia, o termo “espiritualismo” designa um movimento idealista da filosofia francesa inaugurado por Victor Cousin, estendido por Maine de Biran, e que foi posteriormente associado a Henri Bergson e ao filósofo alemão Rudolf Lotze. Essa doutrina eclética espiritualista considerava que a filosofia é, em primeiro lugar, uma análise da consciência, de onde se extraem os dados para a pesquisa filosófica ou científica. Tratava-se de uma tradição próxima ao Cristianismo e politicamente conservadora, e que teve influência no Brasil no séc. XIX, contrapondo-se ao positivismo.

Outra acepção mais específica de “espiritualismo” se refere ao conjunto de crenças e técnicas desenvolvidas em meados do séc. XIX para se “comunicar” com os espíritos dos mortos. Além das transes, utilizavam-se a hipnose e as clássicas sessões em que os mortos se comunicariam através de barulhos, mesas girantes ou outros expedientes. Originado nos Estados Unidos, esse movimento se espalhou pela Europa, atraindo cientistas como William Crookes, Oliver Lodge e Alfred Wallace, e sendo sistematizado na França por Hypolite Rivail, codinome Allan Kardec, no que passou a ser chamado “espiritismo”. Além da existência de espíritos, acredita-se na possibilidade de aperfeiçoamento dos espíritos após a morte, que assim se tornariam guias espirituais dos vivos.

Em suma, definimos uma classe de visões de mundo que chamaremos “espiritualidade quântica”, ou “espiritualismo quântico”, e que englobaria tanto o misticismo quântico quanto um naturalismo espiritualista quântico, sendo que este é mais próxima da ciência e da filosofia analítica.

A figura abaixo representa esta classificação. O círculo externo engloba todas as concepções que se preocupam com o espírito, a alma, a mente ou a consciência humana. À esquerda estão as concepções materialistas, e à direita as espiritualistas. Há também uma divisão entre visões naturalistas e visões místicas, que se aplica bem para o espiritualismo. Está claro que uma mesma pessoa pode ter diferentes visões em diferentes ocasiões, ou defender uma mistura entre essas posições. A finalidade do diagrama é ajudar-nos a definir os conceitos filosóficos, e não classificar as opiniões das pessoas de maneira rígida.





O círculo interno delimita as visões que consideram que a física quântica é essencial para explicar ou descrever a alma ou a consciência. A esse conjunto de visões podemos chamar “neuro¬quantologia”, que é o título de uma revista mencionada no texto , “A interpretação transacional” - clique aqui. Notamos no diagrama que há uma “neuroquantologia materialista”, que considera que a física quântica é essencial para explicar como a consciência surge da matéria. Há materialistas e espiritualistas que negam que a física quântica desempenhe um papel essencial na consciência (eles estariam localizados no anel em volta do círculo interior). Aparentemente, não há materialistas místicos quânticos, e mesmo uma posição materialista mística geral parece difícil de articular.

No texto, “O que é a ciência ortodoxa?” (clique aqui) , o que chamei de “naturalismo animista” identifica-se com o que agora estou chamando naturalismo espiritualista. “Animismo” é a crença, comum a povos primitivos, de que as coisas naturais são todas animadas, ou seja, que elas todas têm alma. Na antropologia, segundo Abbagnano, houve uma discussão de se o homem primitivo se interessava em explicar os acontecimentos pela ação de forças animadas (o animismo), ou se ele se voltava para a caça, a pesca e suas festividades fazendo uso da “magia” (sem querer explicar nada). A magia é uma atividade prática, que procura dominar as forças naturais com os mesmos procedimentos com que se sujeitam os seres animados.

Um último termo a ser considerado é “ocultismo”, usado por Grim no título da coletânea mencionada acima. Trata-se da crença em fenômenos que se julgam produzidos por forças ocultas, estando associado à magia, astrologia, parapsicologia, etc. Grim considera que este termo é mais neutro do que “pseudociência”, que é pejorativo, e mais amplo do que “paranormalidade”, que tende a se restringir à parapsicologia.
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/fisicaquantica_misticismo.htm

A MATÉRIA E O ESPÍRITO - ( Ref. Saravá Umbanda )





A Matéria e o Espírito ( Ayiê e o Orum)

O Princípio – O Universo


O Universo é o conjunto de tudo aquilo que existe. A humanidade busca cada vez mais se aprofundar no conhecimento da origem e natureza do universo. A ciência moderna tem como principal teoria para a origem do universo o Big Bang. O Big Bang é a teoria cosmológica dominante do desenvolvimento inicial do universo. Os cosmólogos usam o termo "Big Bang" para se referir à idéia de que o universo estava originalmente muito quente e denso em algum tempo finito no passado e, desde então tem se resfriado pela expansão ao estado diluído atual e continua em expansão atualmente. A teoria é sustentada por explicações mais completas e precisas a partir de evidências científicas disponíveis e da observação. De acordo com as melhores medições disponíveis em 2010, as condições iniciais ocorreram por volta de 13,3 a 13,9 bilhões de anos atrás. Dizem os cientistas que foi neste exato momento que o espaço, o tempo e tudo o que existe foi criado. Apesar de ser uma tendência da cosmologia investir num princípio, devemos considerar que o argumento que endossa a teoria do Big Bang é uma expansão do universo que pode ser observada. No entanto, essa dilatação pode ser um fenômeno regional, existente apenas nos limites do universo observável ou no alcance do atual telescópio Espacial Hubble. Diante disso, existe a possibilidade desse fenômeno não atender todo o universo. Nesse caso, o que até hoje foi observado seria somente um processo de dilatação regional de causa ainda desconhecida, e somente o desenvolvimento de telescópios de maior alcance e resolução poderiam confirmá-lo. Não se sabe exatamente o tempo em que este universo irá crescer, mas dizem alguns cientistas, que num determinado tempo tudo deixaria de existir. Outros cientistas defendem a tese que após um período de expansão haveria um período de retração deste universo até a condição inicial, onde novamente ocorreria novamente outra explosão e uma nova expansão. O Big Crunch é uma teoria segundo a qual o universo começará no futuro a contrair-se, devido à atração gravitacional, até entrar em colapso sobre si mesmo. Essa teoria suscita um mistério ainda maior de se analisar do que o Big Bang. Na primeira hipótese teríamos somente a existência de um único universo, que teria uma determinada data de criação e uma determinada data da sua destruição. Na segunda hipótese, existe a possibilidade da existência de infinitos universos já terem existido e num futuro outros universos virem a existir. É como um processo de respiração, onde se sucedem expansão e retração da energia. Consideramos esta segunda hipótese, mais próxima dos ideais espiritualistas que defendemos e divulgamos. Alguns religiosos já chegaram a falar alguma coisa semelhante à “respiração divina”.

O Planeta Terra


O Universo pela sua idade e dimensões é uma realidade que ainda se encontra bem distante do conhecimento humano. Já nosso planeta Terra, possui elementos que já foram detalhadamente estudados e compreendidos pelo Homem, a arqueologia a cada dia encontra mais informações sobre a origem do planeta e do homem. É a partir deste processo evolutivo do planeta Terra que se alicerça as bases da doutrina dos Sete Reinos Sagrados, podemos afirmar que SOMOS FILHOS DO PLANETA.

O Conhecimento humano.


O planeta possui aproximadamente de 4 a 5 bilhões de anos, os pesquisadores dizem que o Homem Sapiens, (nosso ancestral direto) surgiu aproximadamente há 200 mil anos. Há aproximadamente duzentos mil anos, o homem busca explicações para a vida, a doença e a morte. Quem somos nós? O que somos? Qual a finalidade da vida e da morte? De onde viemos e para onde iremos? Nesta busca pelo conhecimento e na resposta destas eternas dúvidas, duas grandes correntes do pensamento humano de destacam: Materialismo e Espiritualismo.

Materialismo e Espiritualismo
A visão filosófica do espiritualismo é a mais antiga delas, pois o homem desde o principio sempre temeu o desconhecido e foi através da crença na existência de seres espirituais: Deuses e espíritos que as religiões se desenvolveram. Entre as duas correntes filosóficas os espiritualistas são maioria. Já a filosofia materialista é bem mais recente, tem sua origem no Sec. VI a.C na Grécia. Vamos conhecer melhor estas duas correntes do pensamento humano.

Materialismo


Vamos iniciar pelo materialismo por ser um conceito filosófico bem mais recente. O Materialismo é uma doutrina filosófica que admite como realidade apenas a matéria. Nega a existência da alma, do mundo espiritual ou divino. Formulada pela primeira vez no século VI a.C., na Grécia, ganha impulso no século XVI, quando assume diferentes formas. Para os gregos, os fenômenos devem ser explicados não por mitos religiosos, mas pela observação da realidade. A matéria é a substância de todas as coisas. A geração e a degeneração do que existe obedecem a leis físicas. A matéria encontra-se em permanente metamorfose. Vamos conhecer um pouco mais sobre esta visão filosófica.
Materialismo Filosófico - No século XVIII, o francês Julien de la Mettrie (1709-1751), os pensadores da Enciclopédia e o Barão de Holbach (1723-1789) lançam o materialismo filosófico, doutrina que considera o homem uma máquina e nega a existência da alma, em oposição ao espiritualismo.

Materialismo Científico - No século XIX surge na Alemanha o materialismo científico, que substitui Deus pela razão ou pelo homem, prega que toda explicação científica resulta de um processo psicoquímico e que o pensamento é apenas um produto do cérebro. Seus principais formuladores são Karl Vogt (1817-1895), Ludwig Büchner (1824-1899) e Ludwig Feuerbach (1804-1872).

Materialismo Histórico - O marxismo, por sua vez, baseia-se numa concepção materialista da história - denominada materialismo histórico por Friedrich Engels (1820-1895) -, pela qual a história do homem é a da luta entre as diferentes classes sociais, determinada pelas relações econômicas da época.

Materialismo dialético - é constituído como doutrina por Lênin e recebe esse nome porque sua teoria é materialista e seu método, a dialética.

Materialismo Energetista - No início do século XX, as idéias de pensadores como Richard Avenarius (1843-1896), Ernst Mach (1838-1916) e Wilhelm Ostwald (1853-1932) dão origem ao materialismo energetista, teoria mais filosófica que científica, pela qual espírito e matéria são apenas formas da energia que constituem a realidade. Aqui fazemos um breve parêntesis para chamar sua atenção! É muito comum, atualmente, encontrarmos umbandistas que corriqueiramente dizem em alto e bom som:
Deus e os Espíritos são uma forma de energia...


É um grande erro, pois ao fazerem esta afirmação estão defendendo um princípio materialista, o materialismo Energetista, que teve suas bases apresentadas no início do século XX. Estes “espiritualistas” estão afirmando, sem saberem, serem materialistas e não espiritualistas. Em física, a equivalência massa-energia é o conceito de que qualquer massa possui uma energia associada e vice-versa. Na relatividade especial, essa relação é expressa pela fórmula de equivalência massa-energia e=mv² (a famosa fórmula de Einstein). Fazemos questão de deixar bem claro: ESPÍRITO E MATERIA são princípios totalmente diferentes, um não se transforma no outro.

MATÉRIA NÃO VIRA ESPÍRITO, ASSIM COMO ESPÍRITO NÃO VIRA MATÉRIA!


Como massa se transforma em energia e energia se transforma em massa, pela relação apresentada acima (conhecida formula de Einstein), podemos afirmar categoricamente que espírito não é energia. Embora aparentemente, sejam conceitos simples, temos presenciado uma grande confusão e falta de base filosófica em muitos escritores, estudiosos e praticantes umbandistas. (Podemos dizer espiritualistas) A literatura espírita e umbandista é rica nesta erro conceitual. Quando publicamos o livro “Umbanda Os Sete Reinos Sagrados”, que contém a base doutrinaria do Núcleo Mata Verde, fizemos questão de esclarecer este assunto e na ocasião insistimos neste conceito básico que diz que “matéria e espírito são elementos diferentes, básicos e que um não se converte no outro”. O Espírito, entre outras coisas, pode ser considerado o “principio inteligente do universo”. Este é um conceito basilar da doutrina dos sete reinos sagrados: A existência da realidade material, a realidade espiritual e Deus o criador. Essas três coisas são o principio de tudo o que existe, a trindade universal. Na mitologia africana encontramos estes três conceitos chamados de Aiyê, Orum e Olorum.

O Espiritualismo


Já aqueles que aceitam o espiritualismo, aceitam que além da matéria existem outras realidades. Nós os espiritualistas, aceitamos que matéria não pensa, não se emociona, não cria...

Pensar, criar, amar, sofrer são atributos do espírito humano que tem sua essência bem diferente da matéria ou da energia.


Em outro texto iremos estudar as diferentes visões espiritualistas sobre a origem e natureza do espírito.
Abraços,

São Vicente, 17 de Maio de 2011
Manoel Lopes – Dirigente do Núcleo Mata Verde

PORQUE ESTUDAR ERVAS NA UMBANDA ?





ERVAS NA UMBANDA


Porque estudar ervas na Umbanda?

Porque as ervas estão presentes em todas as religiões, dentro de todos os rituais religiosos, desde sempre. E a Umbanda é a religião da natureza. Da natureza elemental e da natureza humana.

As ervas são organismos vivos. Há uma vida espiritual contida em cada erva. Isso é chamado de *Imanescência Divina, o espírito vivo de Deus que anima tudo. Dos elementos da natureza o mais parecido com o da natureza humana é o vegetal, pois ele nasce, cresce, se reproduz e morre. Esse espírito vivo possui características energéticas definidas pela vibração passada aos organismos à sua volta. Essa vibração magnética é polarizada, ou seja, pode ser positiva ou negativa. Então, uma erva é atribuída a um orixá por analogia vibratória. Energia que está presente na vibração do orixá com a energia que está presente na vibração da erva.

Para o uso correto de uma erva é necessário saber: o nome da erva e o verbo atuante. **Verbo é o poder realizador divino, é o poder de transformação, consequentemente é magia. O que movimenta ou ativa o poder realizador é o propósito, a intenção.

Uma mesma erva pode proporcionar mais de um poder realizador. Como exemplo a hortelã que é antigripal, vermífugo, estimulante, refrescante, etc.

Uma mesma erva pode ser atribuída a varios orixás. Não pela sua cor, seu formato ou seu visual, e sim pela vibração. Afinal, os orixás estão ligados entre si.

Pode-se usar ervas frescas ou ervas secas. A erva fresca carrega em si a imanescência divina, o fator vegetal e o fator aquático. A erva seca carrega todos os fatores anteriores e mais ainda o fator concentrador, pois sofre o processo de desidratação. Qual é a melhor?

A melhor é aquela indicada pelo seu guia ou protetor de acordo com a necessidade. Ou ainda, nos dias corridos de hoje, a que está mais fácil de se obter. Também sempre lembrar que a lua influencia na quantidade de água na planta. Em luas cheias e crescente haverá mais água nas folhas, e em luas nova e minguante, nas raizes.

As ervas são classificadas como Quentes ou Agressivas, Mornas ou Equilibradoras e Frias ou Específicas. Isso não é uma classificação de acordo com a temperatura da erva, e sim de acordo com seus fatores.

As ervas quentes ou agressivas carregam o poder de agredir estruturas energéticas negativas. Dissolvem larvas astrais, miasmas e cascões energéticos. São muito usadas pelos exus, pelo campo de ação deles, pois atuam na natureza humana, nas linhas de choque (demandas, magias negativas, projeções mentais, etc.). Seus verbos mais utilizados são: limpar, consumir, purificar, dissolver, descarregar. Exemplos mais comuns de ervas quentes: cacto, urtiga, arruda, guiné, comigo-ninguém-pode.

As ervas mornas ou equilibradores carregam o poder de equilibrar, tornar magneticamente receptivo, adequar o padrão energético para não atrair o semelhante. Reconstitui a aura que pode ter sido “esburacada” por cargas negativas. Seus verbos mais utilizados são: equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar. Exemplos mais comuns das ervas mornas são: hortelã, alevante, sálvia, alfazema, alecrim.

As ervas frias ou específicas tem o seu poder de atuação depois de limpar e de equilibrar. São usadas para mediunidade, para atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc. Exemplos mais comuns de ervas frias são: rosa, anis, jasmim, malva, café, louro, melissa, manjericão.

Observar que uma erva pode ser ao mesmo tempo quente, morna e fria, pois carrega mais de um fator realizador. Os padrões energéticos se complementam, nunca se anulam. Então, por exemplo, pode-se associar o uso de todas elas na preparação de um banho. Neste caso volto a frisar a palavra mágica “intenção”. Sempre colocar intenção no uso de uma erva. E esperar o merecimento...

Quando é falado em erva subentende-se toda a planta: raiz, caule, folhas, frutos e sementes. Existem também as resinas, que são a seiva vegetal endurecida extraídas da casca das árvores, muito usadas em defumações.

Sabendo de tudo isso, estaremos mais qualificados para preparar nossos banhos, para entender o uso de uma defumação, entender o uso das ervas em um amaci, e o uso do fumo pelas entidades na Umbanda.

Simone Omolubá de Iansã
Umbanda Online

INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE AXÉ




Introdução ao conceito de Axé

A noção da idéia de saúde física, mental e social é devida ao equilíbrio do Axé. O Axé é remédio para o corpo e para a alma, portanto, profilaxia e medicamento ao mesmo tempo.

O Axé é a força magística sagrada, veiculada nas forças vivas da natureza. É o poder volitivo (vontade) do Orixá manifesto na energia nos reinos: mineral, vegetal, animal; em locais e nos vários elementos simbólicos.

É um poder, um princípio que permite realizar, fazer crescer e desenvolver todos os seres e coisas. Como força é neutro, invisível, transmissível, extinguível (necessita ser reatualizado), mas é sensível.

O poder de realizar, de concretizar, de comunicar, transportar, ou ser o próprio Axé é inerente a entidade sobrenatural que no panteão das religiões afro-brasileiras é denominada Exu.

Como afirmamos o Axé é o responsável pelo equilíbrio, estabilidade e harmonia do ser humano. Proporciona:

1. Saúde física e psíquica

2. Prosperidade – neutraliza a miséria

3. Equilíbrio afetivo-emocional ou estabilidade afetiva-sexual e paz interior

4. Espiritual – sintonia com o Ori e deste com o Olori (Orixá dono da cabeça)


Situação oposta, a da maioria das pessoas, é a carência ou mesmo incapacidade de absorver, armazenar e desenvolver o Axé.

Isso ocasiona:

1. Doença, morte prematura (ambiente natural).

2. Dificuldades afetivo-emocionais (ambiente social).

3. Econômico-financeiras (ambiente social).

4. Problemas espirituais (Ori/Bara); a “fraqueza espiritual” ou carência de axé pode ocasionar os tão propalados “encostos”, “quebrantos”, osobô, sapirangas, berundangas, demandas e tantos outros choques e entrechoques de ordem sobrenatural, ocasionados por eguns, ajaguns, quiumbas, ajés, arajés e por agressão mística.

Nas religiões afro-brasileiras, a Iniciação começa no conhecimento, na conscientização da necessidade de saber absorver, armazenar e desenvolver ou multiplicar o Axé. Sem o Axé não há vida longa, saúde, sucesso profissional, amor e cobertura espiritual, e muito menos a Iniciação.

Na vida cotidiana das humanas criaturas, independentes de serem adeptas das religiões afro-brasileiras, muitas vezes o desânimo, o desinteresse pela vida, certas doenças ou fracassos amorosos e financeiros são decorrência da carência de Axé, manifesta em desequilíbrio mento-espiritual, desestabilidade afetiva-emocional e desarmonia social (doenças e fracassos financeiros ou/e profissionais).

Nas próximas postagens aprofundaremos a discussão da necessidade de harmonizar o Axé individual e coletivo, os quais permitem o bem-estar e plena adaptação do indivíduo aos ambientes social, natural e sobrenatural.

No final do texto queremos nos congratular com todos os sacerdotes e sacerdotisas das religiões afro-brasileiras que tem feito grassar a linguagem do Axé, principalmente por intermédio da prática ritualística do fundamento, a única que permite realizar o desenvolvimento espiritual, social, material e pessoal do indivíduo. A eles e a todos os juremeiros, erveiros, rezadeiros, benzedeiros, mateiros, feiticeiros e curandeiros da comunidade de Santo, Axé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico

Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar"

Blog Ciência e Espiritualidade