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O TEMPO



TEMPO

A ciência tem dificuldade em definir tempo. O tempo físico “inanimado” necessita de outros parâmetros para ser definido. Atualmente, a unidade de segundos é definido como sendo uma oscilação de ciclos de radiação do césio 133 em um determinado período. Quando o elétron salta de um estado de alta energia para um de baixa energia ele emite uma radiação eletromagnética. Essa radiação oscila em uma determinada frequência. A frequência é “exatamente” 9.192.631.770 Hz. Conforme o Sistema Internacional de Unidades essa tem sido a definição de segundo desde 1967. A cada segundo o césio 133 emite 9.192.631.770 ciclos de ondas eletromagnéticas. Nossa unidade de tempo “segundo” é definido conforme esse parâmetro. Seguindo esse mesmo raciocínio a ciência tem dificuldade em definir energia. Há necessidade de outros parâmetros para essa finalidade. O tempo é uma grandeza objetiva ou subjetiva? A física da matéria inanimada insiste em afastar a participação do observador. O observador é fundamental e necessário para compreender o tempo. Os aspectos subjetivos são tão importantes quanto os objetivos. Um dos poucos pontos em comum entre a ciência e a espiritualidade é que ambos concordam que o tempo é relativo. Não precisamos nem requisitar a presença de Einstein para essa explicação. Ela faz parte do senso de percepção comum.

Dependendo do estado de consciência a percepção do fluxo de tempo muda. No estado de sono profundo não temos a experiência de tempo. No estado de sonho o tempo é fluido: uma era em um minuto. No estado de vigília o tempo é relativo e depende dos referenciais adotados. Lembram disso na física ginasial? O tempo depende do nosso sistema nervoso. Cada ser senciente irá perceber o tempo conforme o sistema nervoso disponível para essa percepção. O sistema nervoso de uma lagarta é diferente do nosso. Se retiramos uma folha da sua trajetória ela irá “pensar” que a mesma simplesmente desapareceu.  As “fotografias” da realidade passam mais lentamente. Os seres humanos tem a capacidade de acelerar ou desacelerar o tempo conforme o estado de consciência. Será que a subjetividade é confiável? Nenhum físico afirma que suas medidas se modificam porque ele está ou não com cefaléia naquele dia. O tempo é uma experiência da consciência. Podemos pensar que o tempo não seja nem abstrato e nem objetivo. O tempo é pessoal e participativo. O Universo é participativo. Nós conseguimos participar do tempo e da mesma forma que participamos do tempo talvez tenhamos uma pista da participação da atemporalidade. Sem tempo? Como assim? Sob qualquer aspecto do tempo subentende-se a idéia do não tempo (atemporalidade). Antes do Universo não existia o tempo! Nós temos quevivenciar o tempo! Da mesma forma podemos vivenciar a atemporalidade e entender melhor aquilo que chamamos de “vida eterna”, “alma imortal” e “Deus transcendente”. Eternidade seria compatível com uma realidade onde o tempo não estaria presente. Eternidade não é compatível com um período de tempo muito longo. Na eternidade, o tempo não está presente!

Precisamos pedir ajuda ao Oriente! Nos estudos das experiências de meditadores, a subjetividade é confiável! Eles relatam a experiência do Samadhi que seria um estado de consciência zero, ou seja, um estado de eterno agora atemporal. Nesse estado de consciência zero o tempo deixa de existir com evento mensurável. Passamos a vivienciar o fluxo do tempo quando a consciência una divide-se em sujeito e objeto. Quando da mensuração quântica no cérebro a consciência identifica-se com o mesmo e surge o “self”, mas isso é outra história…Seguindo em nosso raciocínio, o próprio Universo possui um estado atemporal que é o campo do ponto zero ou “vácuo” quântico. Antes da singularidade do Big Bang havia apenas a potencialidade do tempo. Depois surgiram todos os objetos quânticos em ondas de possibilidades como: enegia, spin, peso, gravidade. Potencialidade é potencialidade, isto é, não tem ciclo ou ciclos. Abrange passado, presente e futuro. O estado básico da física é análogo ao estado zero doSamadhi. Nós sempre seremos eternos. Quando perdemos a conexão com a eternidade ficamos presos na ilusão dependente das medidas, ficamos dependentes em medir o tempo. Como podemos vivenciar a eternidade? Como?

A mente humana é vista pela ciência materialista como um epifenômeno do cérebro. Porém, a ciência quântica unida com a espiritualidade vê a mente humana não como subproduto do sistema nervoso, mas como agente causador real de onde “nascem” os pensamentos. Como podemos “pensar” em atemporalidade? Como seria possível se o próprio pensamento leva tempo para ser formulado? Eis a pista!!! Os meditadores experientes perceberam que se o pensamento pára, o tempo também pára. O movimento do pensamento é importante para o tempo. Se os pensamentos param de se movimentar, o tempo faz o mesmo. Quem já experimentou a sensação do famoso “branco”? A subjetividade de percepção do tempo depende dos pensamentos. O Universo é o movimento do pensamento. Isso é profundo!!! A mente em silêncio cocria a realidade física por meio de um pensamento. Uma vibração e uma frequência. Sem isso o tempo não pode ter início! As vibrações emergem de uma fonte. Quando o tempo entra na manifestação ele é adaptado ao sistema nervoso. Temos que “metabolizar” a experiência abstrata do tempo da mesma forma que metabolizamos o alimento em nosso sistema digestivo.

O nosso crescimento e desenvolvimento necessita conhecer e administrar o tempo. Os genes precisam conhecer o tempo. Saber o tempo correto para substituir os dentes de leite, saber o início da puberdade, saber o início da menopausa e dessa forma devemos possuir um “relógio” biológico a serviço da consciência. Sim, temos esse “relógio”. Nossos genes são muito mais que receitas de instrução. A consciência possui a sua disposição a telomerase (Descoberta da cientista Elizabeth Blacburn em 2010) capaz de administrar o tempo, inclusive o envelhecimento. Quando menos telomerase mais rápidos envelhecemos. Da mesma forma, hábitos de vida saudáveis e meditação são capazes de aumentar a quantidade de telomerase no organismo. Conseguimos sinalizar nossos genes para cumprirem suas funções. Os fatores epigenéticos demonstram uma importância fundamental para a expressão gênica. Um único gene é capaz de mais de 30 mil expressões diferentes através da ação desses fatores epigenéticos. É um avanço enorme muito além do que poderia prever o projeto genoma humano em 2003. Vinte mil genes foi o detectado, muito aquém do imaginado. Porém, a partir do “fracasso” desse projeto muitos outros questionamentos foram necessários para novas soluções. Ampliar o paradigma para explicar o movimento da consciência. Estamos caminhando nesse sentido. Tentando integrar ciência e espiritualidade. Não há necessidade de exclusão. Ambas podem dar um bom aperto de mãos.

Nós seres humanos estamos situados em um horizonte de eventos entre o manifesto e o transcendente, entre o tempo e a atemporalidade, entre o visível e o invisível. Lembram da definição da realidade pela física quântica? A realidade existe sempre em dois domínios: Possibilidades e fato manifesto.

DR MILTON CESAR FERLIN MOURA

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