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MISTIFICAR





Mistificar, termo muito usado no Espiritismo e que na Umbanda tem sido citado com freqüência. Seu significado tem a ver com abusar da credulidade, enganar, iludir,
ludibriar. Na conversação mediúnica, corriqueiramente, na mesa espírita
ou no terreiro, considera-se mistificador o médium que finge estar dando
passagem a um espírito, fala e passa mensagens que são próprias.


Porém o assunto é muito mais complexo. Há mistificadores encarnados e desencarnados. Também estará mistificando o espírito que usa o instrumento (médium) para comunicar falácias, mentiras, no intuito de
confundir e desequilibrar. E ocorre ainda, o animismo, que é temido e
perseguido, o médium conta histórias como se fosse um outro espírito,
mas na verdade fala de si, de encarnações do passado ao qual está
ligado. Pode mesmo rir , chorar e parecer que sofre, mas é a própria
alma se manifestando. È ruim isso? Não necessariamente, apenas será
problema se o médium ficar preso ao seu animismo e não consegue se
desapegar e liberar seu “espaço perispiritual” para a aproximação de
outros espíritos.


Vamos voltar a isso depois, mas há também a necessidade do bom senso, em relação àquelas pessoas que vêem, escutam e falam coisas, mas nesse caso são verdadeiros distúrbios de ordem mental( físico) e quer às vezes
deixam de ser medicados adequadamente por se pensar que o problema é
estritamente espiritual. E em contrapartida, muitos verdadeiros médiuns
foram internados por parentes , dados como loucos.


Recentemente foi publicado em estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, comparando o comportamento de médiuns e de pessoas com transtornos
mentais, e chegaram a nove critérios utilizados para diferencia um do
outro. OS critérios encontrados nos médiuns e não nos transtornos
mentais seriam:


1) Ausência de sofrimento psicológico;
2) Ausências de prejuízos sociais e ocupacionais;
3) Duração certa da experiência
4) Atitude crítica (duvidas sobre a realidade objetivada vivência):
5) Compatibilidade com o grupo cultural ou religioso
6) Controle sobre a experiência, crescimento pessoal e atitude de
auxílio ao outro


Algumas coisas norteiam e dão certeza que não há mistificação, que é o cunho da comunicação fornecida pelos espíritos. Se sérias, elas serão coerentes, voltadas para melhorar a vida das pessoas, quer no âmbito
profissional ou familiar, conselhos e avisos sobre como progredir, mas
nunca promessas mirabolantes nem contradições ou mesmo promessas de
riquezas e atitudes que levem prejuízo a outrem. O tema sempre é
direcionado ao Bem, à Felicidade e Humildade, ou alerta sobre perigos,
conforto das dores. As palavras caracterizam-se pela simplicidade e
ausência de preconceitos, equilíbrio em todos os aspectos.


Estes espíritos, se confrontados , mantém-se firmes , se ouvem as palavras de Deus, Jesus, Maria, mantém-se confiantes, sem perturbação, mostrando que suas intenções são transparentes e benignas.

Trazemos ainda um estudo sobre as contradições das comunicações dos espíritos , confundidas às vezes com mistificação, retirado do Livro dos Médiuns capítulo XXVII:

“Passam-se no mundo dos Espíritos coisas bem difíceis de compreender.
Não tendes entre vós pessoas muito ignorantes sobre certos assuntos e
esclarecidas acerca de outros? Pessoas que tem mais juízo que instrução e
outras que tem mas espírito que juízo? Não sabeis também que alguns
espíritos se comprazem em conservar os homens na ignorância, aparentando
instruí-los, e que aproveitam da facilidade com que suas palavras são
acreditadas? Podem seduzir os que não descem ao fundo das coisas, mas
quando pelo raciocínio são levados à parede, não sustentam por muito
tempo o papel”.

È muito interessante como os espíritos que guiaram Kardec mostravam a
necessidade de muita reflexão e estudo, criticando aqueles que
criticavam o Espiritismo, pois consideravam que os seus críticos não o
conheciam suficientemente .

No mesmo capítulo citado anteriormente retiramos mais uns trechos:

“ Desejais tudo obter sem trabalho. Sabeis, pois, que não há campo onde
não cresçam as ervas, mas cuja extirpação cabe ao lavrador.
…Se os homens fossem perfeitos, só aceitariam o que é verdadeiro ( nota
minha: não haveria como enganá-los).
…O papel dos espíritos não consiste em vos informar sobre as coisas
desse mundo, mas em vos guiar com segurança no que vos possa ser útil
para o outro mundo. Quando vos falam do que a esse concerne, é que o
julgam necessário, porém não porque o peças. Se vedes nos espíritos os
substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então é certo serem
enganados.”

Sobre o medo da mistificação, quer seja por espíritos encarnados ou
desencarnados,;

“Se isso (a mistificação )lhes abalasse a crença, é que não tinham
muito sólida a fé. Os que renunciam ao Espiritismo, por um simples
desapontamento, provaram não o haverem compreendido e não lhes terem
atentado na parte séria. Deus permite as mistificações, para
experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do
Espiritismo fazem objeto de divertimento”.

E o Espírito da Verdade termina com a seguinte nota:

“A astúcia dos espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que
se possa imaginar. A arte, com que dispõe as suas baterias e combinam os
meios de persuadir, seria uma coisa curiosa, se eles nunca passassem
dos simples gracejos; porém, as mistificações podem ter conseqüências
desagradáveis para os que não se achem em guarda. Sentimo-nos felizes
por termos podido abrir a tempo os olhos a muitas pessoas que se
dignaram de pedir nosso parecer e que lhe havemos poupado ações
ridículas e comprometedoras. Entre os meios que esses espíritos
empregam, devem colocar-se na primeira linha, como sendo os mais
freqüentes, os que têm por fim tentar a cobiça, como a revelação de
pretendidos tesouros ocultos, o anúncio de herança ou outras fontes de
riquezas. Devem além disso, considerar-se suspeitas, logo à primeira
vista, as pressões com época determinada, assim, como todas as
indicações precisas, relativas a interesses materiais. Cumpre não se
dêem os passos prescritos ou aconselhados pelos espíritos, quando o fim
não seja eminentemente racional; que ninguém nunca se deixe deslumbrar
pelos nomes que os espíritos tomam para dar aparência de veracidade às
suas palavras; desconfiai das teorias e sistemas científicos ousados;
enfim, de tudo o que se afaste do objetivo moral das manifestações.

Alex de Oxóssi

Fontes :Livro dos médiuns-cap XXVII


(POVO DE ARUANDA)

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