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BATISMO - RITO DE BONS AUSPÍCIOS DO RECOMEÇO





Batismo - Rito de Bons Auspícios do Recomeço


Prática ritual de adesão do batizando às Religiões Afro-brasileiras, mas principalmente, uma cobertura, bons auspícios e proteção àquele que (re)começa sua vida terrena (reencarnação).

O ritual também tem a finalidade de purificar, de receber solenemente o batizando, permitindo-lhe se assim desejar, fazendo uso de seu livro arbítrio, continuar na Iniciação das Religiões Afro-brasileiras. É o primeiro passo, o início para aqueles que desejam a Iniciação, ou seja, conhecer o início de todas as coisas, inclusive de si mesmo, e isto é muito importante no processo de identificação do indivíduo consigo mesmo, com a alteridade e, principalmente, com seu destino.

Quanto ao rito em discussão nesta publicação é o de uma criança que vai receber as bênçãos do batismo (purificado pelas águas do espírito), para que possa levar a bom termo sua presente reencarnação, ou seja, seu destino. É importante que se afirme que a “criança” que sofre o batismo, pode, quando tiver plena consciência, ratificar ou retificar o ato, mas estará sempre acobertado pelos poderes das Religiões Afro-brasileiras.

O RITUAL

1. 1. A prédica versa sobre a possibilidade das múltiplas vidas e suas aberturas no consciencial do indivíduo reencarnado. Explica-se que, segundo a Teologia Umbandista, todos são filhos espirituais dos Orixás, sendo esses de origem divina, portanto pais divinos de todos os seres espirituais carnados ou descarnados, em várias dimensões do universo.

O batismo na Umbanda, nas Religiões Afro-brasileiras como um todo, prende-se ao ato de conectar o indivíduo com seu Orixá ou Pai Divino, por intermédio da purificação do Ori (cabeça) e da reestruturação das energias fundamentais para esta conexão. A essa energia primeva que permite a vida, a existência, e o poder de realização é o que denominamos Axé. Assim o batismo conecta o indivíduo com seu Orixá, por intermédio do Axé – Força Vital que a tudo preside – que reside no Ori, na cabeça – consciência – individualidade.

2. 2.Os elementos fundamentais para o rito são:

2.a. Uma pequena bacia de louça com água consagrada pelo sacerdote oficiante.

2.b. Sal acondicionado em continente pequeno, de louça branca.

2.c. Mel – idem ao item 2.b

2.d. Pó de pemba branca pilada e imantada acrescentada com ervas de Oxalá (dono do Ori).

2.e. Flores brancas (pois o batismo relaciona-se com a cabeça – Ori.

2.f. Água de Cheiro

FUNDAMENTOS DO RITO

O rito é antecedido por rezas, cânticos e gestos rituais. O batizando é chamado pelo nome três vezes, e somente após esse chamamento os pais se aproximam com a criança.

Podem também ser evocadas as presenças de padrinhos ou testemunhas que se responsabilizarão pelo batizando na ausência dos pais, e mesmo naquilo que for necessário para ele levar a bom termo sua presente reencarnação. Por isso o sacerdote quando chama os padrinhos abençoa-os com suas rezas e lhes sopra “pó de pemba” que representa as bênçãos dos Orixás.

Tudo pronto para o início do batismo. O sacerdote faz suas rezas afins ao rito, consagra os quatro cantos, invocando as bênçãos dos Orixás – os Senhores dos quatro elementos – ar, fogo, água e terra.

Em ato contínuo dá ao batizando para experimentar o sal, afirmando que isto o preservará de todos os males, conservando-o com saúde, não lhe faltando o alimento, o trabalho, o afeto e a amizade fraterna. Em seguida asperge suavemente uma pitada de sal no Ori (no alto da cabeça)

Novas rezas e cânticos, e o mel é oferecido ao batizando, dizendo-lhe: que este mel represente o doce da vida, o afeto, a alegria e a devoção que neutraliza todo ódio e desarmonias várias. A seguir verte uma gota de mel no Ori.

Continuando, pede aos padrinhos que se aproximem com as velas brancas e acesas (pequenas – delicadas), afirmando que essas luzes iluminarão seu caminho, sua jornada terrena, sendo também um escudo espiritual contra os anjos das sombras ou possíveis inimigos.

Os padrinhos entregam as velas ao sacerdote que as ergue fazendo orações em benefícios do batizando e padrinhos, para, a seguir, colocá-las no peji.

Os cânticos e as rezas se intensificam se aproxima o ponto culminante do rito.

O sacerdote pega as flores brancas (duas) pelas hastes e mergulha-as na água lustral imantada, consagrada e asperge-a no Ori do batizando. A seguir coloca uma flor na região occipital ao mesmo tempo que a outra é colocada na região frontal. Passado e futuro se entrelaçam, ancestrais e divindades são invocadas para abençoar e acobertar (proteção).

Num movimento harmonioso, mas efetivo, o sacerdote faz suas rezas e coloca as flores nos lados direito e esquerdo da cabeça da criança, invocando a proteção dos elementos masculinos e femininos afins.

A seguir sopra pemba pilada e as pétalas de flores caem de suas mãos entreabertas sobre a cabeça do batizando. Ato contínuo derrama água de cheiro no chão e pede que os caminhos do batizando sejam de paz e harmonia.

Pedindo as bênçãos dos Orixás com rezas e cânticos, diz que ele como sacerdote, em nome dos Orixás e dos Ancestrais Ilustres, considera a criança batizada segundo os preceitos das Religiões Afro-brasileiras. Que Olodumare (Tupã, Zamby), Orunmilá-Ifá (Deus da sabedoria e do destino) e todos os Orixás possam abênçoá-la com suas poderosas vibrações de paz, luz e felicidades, promotoras de um destino auspicioso.

Novos cânticos, rezas, cumprimentos, alegria e felicidade. Mais um ser espiritual abençoado e batizado pela Sagrada Corrente Astral de Umbanda e por todas as Religiões Afro-brasileiras. Aranauan, Motumbá, Axé, Saravá!


Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico
Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

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