BLOG - UMBANDA PARA O MUNDO

Blog voltado às informações e conceitos da Umbanda Blog criado para divulgação de tudo que diz respeito à Umbanda e aos umbandistas, crenças e cultos afins, no Brasil e no mundo.

COSMOGÊNESE E PLANETOGÊNESE NA VISÃO DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS





Cosmogênese e Planetogênese na visão das Religiões Afro-brasileiras

RESUMO

Os princípios espirituais, por intermédio do Poder Operante dos Orixás (Senhores da Luz Espiritual), foram manifestados na Cosmogênese. A gênese cósmica deveu-se aos Orixás, cujos poderes volitivos expressos em ciclos e ritmos particulares foram expressos na substância primeva (energia escura) subtraindo-lhe a indiferenciação e o aspecto caótico. O instante primevo da Cosmogênese, como reação ou efeito do Poder Volitivo dos Orixás, produziu três fenômenos arquetipais: luz, som e movimento.

A Planetogênese imitou a Cosmogênese (criação do cosmos). A substância fundamental do Sol (Hélio e outros elementos – luz) sofreu sobre si o Poder Volitivo dos Orixás que deu origem ao Sistema Solar. Dentro desse Sistema, focalizemos nossos estudos no Planeta Terra, nosso mundo de evolução e vida.

A matéria constitutiva do planeta Terra é, igualmente, Setenária. A Energia Bipolarizada em Energia Mental Positiva (matéria mental abstrata) e energia mental negativa (matéria mental concreta) dão origem, por rebaixamento de sua vibração essencial, à Energia Astral. A Energia Astral, por dissociação ou emissão, dá formação a quatro energias, totalizando o setenário. A Energia Astral é a base constitutiva da dimensão sutil, hiperfísica do planeta. Na dimensão grosseira, densa, é a deflagradora de quatro estados de manifestação ou concretização.

Palavras-chave: Cosmogênese, Doutrina do Tríplice Caminho, Orixás, Planetogênese, Religiões Afro-brasileiras.

ABSTRACT

Spiritual principles, through the Power of the Operant Orishas (Lords of Spiritual Light) were expressed in the Cosmogenesis. The cosmic genesis was due to the Orishas, whose volitional powers expressed in cycles and particular rhythms were expressed in primal substance (dark energy) subtracting from this the undifferentiated and the chaotic aspect. The primal moment of Cosmogenesis, as a reaction or an effect of the Orisha Volitional Power, produced three archetypal phenomena: light, sound and movement.

The Planetogenesis imitated Cosmogenesis (creation of the cosmos). The fundamental substance of the Sun (Helium and other elements - light) has suffered on itself the Volitional Power of the Orishas, which led to the Solar System. Within this system, we focused our studies on Planet Earth, our world of evolution and life.

The substances that compose the planet Earth are also Septenary. The Bipolarized Energy in Positive Mental Energy (abstract mental matter) and negative mental energy (concrete mental matter), by lowering its essential vibration, gives birth to the Astral Energy. The Astral Energy, by dissociation or emission, forms four energies, totaling sevenfold. The Astral Energy is the basic constituent of the subtle, hyperphysic dimension of the planet. At the ragged, dense dimension, triggers four states of manifestation or concrealization.

Keywords: Cosmogenesis, Triple Way Doctrine, Orishas, Planetogenesis, Afro-Brazilian Religions.

COSMOGÊNESE E PLANETOGÊNESE NA VISÃO DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Os princípios espirituais, por intermédio do Poder Operante dos Orixás (Senhores da Luz Espiritual), foram manifestados na Cosmogênese.

A gênese cósmica deveu-se aos Orixás, cujos poderes volitivos expressos em ciclos e ritmos particulares foram expressos na substância primeva (energia escura) subtraindo-lhe a indiferenciação e o aspecto caótico.

O instante primevo da Cosmogênese, como reação ou efeito do Poder Volitivo dos Orixás, produziu três fenômenos arquetipais:

Os Orixás Virginais – “Senhores da Coroa Divina” estenderam seus atributos unos modificados à Hierarquia Virginal. Os atributos inerentes à “Coroa Divina” eram: Onisciência, Onipotência, Onipresença.

Esses atributos virginais manifestaram-se nos seres espirituais como percepção, consciência, inteligência, amor, vontade, etc.

Os atributos unos aludidos se expressaram na cosmogênese por meio dos três fenômenos arquetipais.

Assim tivemos:

- Onisciência manifestada como luz cósmica – sete cores fundamentais

- Onipotência manifestada como som cósmico – sete notas musicais

- Onipresença manifestada como movimento cósmico – sete forças fundamentais.

Apreciando com atenção o que até aqui expusemos, não terá o prezado leitor amigo dificuldades em atender a relação ou analogia que fizemos com a Doutrina do Tríplice Caminho ou dos Três Caminhos-Unos, que pretende interpretar para os diversos ângulos de interpretação, o significado da Luz Cósmica, do Som Cósmico e do Movimento Cósmico.

Avançando em nossa exposição, poderemos afirmar que o Cosmos é a manifestação ou concretização do Poder Volitivo ou Operante dos Orixás e Hierarquia e, portanto, Sagrado, Divino.

Centralizemos nossa percepção e atenção em nosso Sistema Solar e, em especial, no planeta Terra. Este orbita sob os influxos vibracionais do Sol, luminar que lhe dá sustentação, vida e luz. Remontemos, então, há aproximadamente 4.3 bilhões de anos e penetremos na Planetogênese (criação do planeta Terra).

A Planetogênese imitou a Cosmogênese (criação do cosmos). A substância fundamental do Sol (Hélio e outros elementos – luz) sofreu sobre si o Poder Volitivo dos Orixás que deu origem ao Sistema Solar. Dentro desse Sistema, focalizemos nossos estudos no Planeta Terra, nosso mundo de evolução e vida.

Mais uma vez, o Poder Operante dos Orixás, manifesto em ciclos e ritmos, deu origem à Setessência da matéria, em analogia com os Três Princípios Arquetipais.

Esta Setessência apresenta-se, em obediência aos “Três Princípios”, posicionada em três planos coexistentes e interdependentes, denominados:

Plano Mental, associado à Luz Espiritual, pedra angular dos fundamentos da Luz Divina;

Plano Astral, associado ao Verbo Espiritual, pedra angular dos fundamentos do Verbo Divino;

Plano Etéreo-Físico, associado ao Movimento Espiritual, pedra angular dos fundamentos da Lei Divina.

A “matéria” que constitui o plano mental é dita sutilíssima, origem ou arquétipo das forças vivas ou energias sutis.

A “matéria” que constitui o plano astral é nomeada sutil, sendo a primeira manifestação da energia sutilíssima. Esta energia astral é origem das forças sutis, ares vitais, prana, tattwas, etc.

No plano etéreo-físico temos a densificação máxima permitida à energia-massa segundo os limites vibracionais e gravitacionais relativos ao planeta Terra.

Esta energia-massa possui cinco estados físicos: sólido, líquido, gasoso, plasmático e boseano, que são consolidações de elementos sutis, também denominados de elementais: terra, água, fogo, ar e éter.

O estado etérico (fluido gerador ou espaço inercial), o Akasha, conhecido por outras religiões, está inteiramente aderido ao plano físico, sendo o quinto elemento, que é, na verdade, geratriz dos demais.

Após esta descrição da constituição da matéria física e hiperfísica do planeta (veículos concretizadores dos vários planos e manifestações da energia), façamos o mesmo com o homem. Entenderemos, assim, as íntimas relações deste (microcosmo) com o Planeta e mesmo com o Cosmos (macrocosmo).

“A planetogênese imita a cosmogênese; analogamente, afirmamos que a antropogênese imitou a planetogênese”.

A última assertiva nos faz concluir que os Sete Orixás Planetários (na verdade dezesseis) nos influenciam tanto quanto ao Planeta Terra e são nossos Genitores Kármicos, com a particularidade de que a cada nova reencarnação, segundo o momento de nosso nascimento, ficamos sob o influxo mais direto de um Orixá.

Antes de compreendermos o mecanismo de, a cada nova reencarnação, ficarmos sob os influxos vibracionais de determinado Orixá, penetremos nas analogias entre macrocosmo e microcosmo.

O Ser Espiritual, o homem reencarnado, tal qual o planeta é constituído de elementos densos, sutis e sutilíssimos.

O organismo ou veículo dimensional constituído de energia sutilíssima é o mental. Este organismo é a sede da consciência, vela a Essência Espiritual, a Autoconsciência – a Luz Espiritual. É o organismo mais rarefeito, refletindo de forma mais fidedigna o Ser Espiritual em essência.

O veículo intermediário entre o mais sutil e o denso é o organismo astral, sede eletiva dos sentimentos, das emoções. Vela a vontade, a percepção, o Verbo Espiritual. Nele encontramos os centros de iluminação, conhecidos como chakras em outras religiões, que são a representação do organismo mental no organismo astral.

Os centros de iluminação superiores regulam a atividade dos órgãos astrais e físicos relacionados; mais diretamente, as funções mentais; os intermediários à vida astralizada e os inferiores, à vida física.

No último organismo, o etéreo-físico, constituído de sólidos, líquidos, gases e éteres, é onde se situa a sede das sensações, das ações, da manifestação; é considerado a concretização dos demais veículos dimensionais.

Resumindo, diremos que o organismo mental está afeto ao pensamento, o organismo astral ao sentimento, o organismo etéreo-físico à ação. Recorrendo novamente aos processos analógicos, associemos os três organismos a sistemas e órgãos de equivalência no organismo etéreo-físico.

Assim fazemos com a finalidade de demonstrar que os organismos dimensionais são um contínuo vibracional, ou seja, feixes de vibrações que vão gradativamente se condensando até manifestarem o organismo físico denso.

Neste organismo físico denso, segundo nossas afirmações, poderemos encontrar representantes dos outros dois organismos mais sutis (feixes vibracionais ou campos eletromagnéticos menos condensados).

Assim o organismo mental tem seu ponto de equivalência no corpo físico, na cabeça (cérebro ou encéfalo, ou todo sistema nervoso central), principalmente nos órgãos de relação, com visão (olhos) e audição (ouvidos). Fazendo a interconexão com os demais organismos há o fluido nervoso, consolidado no líquido cefalorraquidiano (liquor).

O organismo astral tem seu ponto ou região de equivalência no tórax, principalmente no sistema fono-cardiorespiratório (laringe, coração e pulmões), sistema hematológico, órgãos hematopoéticos, sistema endócrino ou imunoendocrinologico. O elemento de ordem astral condensado que faz a conexão com os demais organismos é o fluido prânico (sangue – com suas duas partes: sérica [soro] e celular [hemácias, leucócitos, plaquetas]).

O organismo etéreo-físico tem sua expressão máxima na região abdominal, nas vísceras. O elemento conector é o fluido mecânico (linfa).

Resumindo, para melhor compreensão do tema exposto, vejamos o quadro sinóptico:


O fluido nervoso (consolidado no líquor) é a expressão do organismo mental no organismo físico.

O fluido prânico (consolidado no sangue) é a expressão do organismo astral no organismo físico.

O fluido mecânico (consolidado na linfa) é a expressão de elementos etéricos no organismo físico.

Depois de demonstrar como no organismo físico, especificamente em suas três regiões, cabeça, tórax e abdome, se expressam e se relacionam no organismo mental, astral e físico, tomemos um dos segmentos, a cabeça, e observemos como nela há representantes dos três organismos. O mesmo pode se fazer com os dois outros segmentos: tórax e abdome.

Observando-se atentamente a cabeça (crânio e face) perceberemos sete orifícios. Estes sete orifícios podemos afirmar, estão praticamente em três planos diferentes e relacionam-se com os três organismos citados.

No primeiro plano, ligeiramente inclinado, denominado superior, encontram-se quatro orifícios. Dois orifícios onde se adaptam os globos oculares (olhos) e dois orifícios onde se adaptam os dois pavilhões auditivos (orelhas). Este plano é relativo ao organismo mental.

Em um segundo plano, por nós denominado de médio, encontra-se dois orifícios. São os orifícios das narinas (nariz). Este plano é relativo ao organismo astral.

No último, o terceiro plano ou inferior, encontra-se um único orifício (boca). É o relativo ao próprio organismo etéreo-físico.

Assim, concluí-se que: o primeiro plano relaciona-se com a visão (cérebro) e audição (cerebelo). O segundo plano liga a cabeça com o tórax, por meio da nasofaringe, laringe, traquéia e finalmente pulmões e coração. O terceiro plano liga a cabeça com o abdome por meio da boca, língua, dentes, faringe, esôfago (que passa pelo tórax), estômago, duodeno, intestino delgado, intestino grosso e ânus.

Implicações várias têm essas citações. Vimos que da boca chega-se ao fim do intestino grosso (reto-ânus). São “entrada” e “saída” que devem controlar os alimentos ingeridos pela boca. Contudo, devemos considerar alimentos também o que entra pelos outros orifícios, tais como: imagens (visão), sons (audição), sensações táteis (tato), ar e sucedâneos, etc., devendo haver excreções correspondentes para cada um.

Assim explicamos, pois queremos relacionar a anatomia e fisiologia do organismo físico com a de ordem sutil, das forças vivas, das energias de ordem astral, com os canais sutis e órgãos ultérrimos”.

Continuando, é de vital importância entender-se que o Princípio Espiritual (imanifesto) ou Essência, ao manifestar-se (existência) fê-lo no Universo Astral, onde, como vimos, havia domínio da Substância, da Energia em seus vários graus de densidade.

Interpenetrando fundamentos e rasgando arcanos, afirmamos que o Ser Espiritual gerou, exsudou a Substância Primeva, sendo a mesma protoforma para a Cosmogênese, onde repisamos, teria domínio a Energia-Matéria.

Recapitulando e aprofundando, visando o melhor entendimento, afirmamos que o Princípio Espiritual Uno (Essência) ao se bipolarizar, separando-se objetivamente (Existência), gerou de moto próprio, devido à sua atribuição criadora (Substância), a Substância Primeva que é indiferenciada, caótica, sem movimentos coordenados.

É a essa Substância Primeva que a Coroa Divina, os Orixás Virginais – Espíritos Virginais de máximo Poder – por intermédio da Potenciação de suas vontades, de seus Poderes Volitivos, propiciaram movimentos ordenados, diferenciado-a imprimindo-lhe um ciclo e ritmo particular.

Esse ciclo e ritmo, na verdade, deu formação à energia bipolarizada. A essa energia bipolarizada denominamos Energia Primeva Positiva e Energia Primeva Negativa.

A energia primeva bipolarizada deflagrou a constituição setenária da matéria no universo astral.

Assim, o Poder Volitivo dos Orixás Virginais, aplicados à Substância Primeva, gerou o Universo Astral. A concretização desse Poder Volitivo pode ser expressa na Cosmogênese, no “Big-Bang”, que gerou três fenômenos que perduram até os nossos dias. A Luz, o Som e o Movimento são as expressões do Poder Volitivo dos Orixás. São o Tantra (Luz), Mantra (Som) e Yantra (Movimento) Cósmicos.

A matéria constitutiva do planeta Terra é, igualmente, Setenária. A Energia Bipolarizada em Energia Mental Positiva (matéria mental abstrata) e energia mental negativa (matéria mental concreta) dão origem, por rebaixamento de sua vibração essencial, à Energia Astral.

A Energia Astral, por dissociação ou emissão, dá formação a quatro energias, totalizando o setenário. A Energia Astral é a base constitutiva da dimensão sutil, hiperfísica do planeta.

Na dimensão grosseira, densa, é a deflagradora de quatro estados de manifestação ou concretização.

O primeiro estado de manifestação é o eólico (ar), essencialmente expansivo.

O segundo estado de manifestação é o ígneo (fogo), essencialmente radiante.

O terceiro estado de manifestação é o hídrico (água), essencialmente fluente.

O quarto e último estado de manifestação é o telúrico (terra), essencialmente coesivo.

Concluindo, os elementos ar, fogo, água e terra compõem o plano físico denso do planeta, sendo que as Linhas de Forças (energias sutis) os sustentam por meio do Poder Atuante dos Emissários Executores dos Orixás – os Exus (transportadores, distribuidores e mantenedores do Axé ).

Demonstramos como o microcosmo está relacionado com o macrocosmo, como ambos possuem características similares. Reiteramos que, embora o Ser Espiritual possua Sete Veículos Dimensionais de sua consciência, os agrupamos em três Organismos relacionando-os aos Princípios Cosmogenéticos (Luz, Som e Movimento).

Depois das exaustivas demonstrações analógicas sobre a interdependência entre Cosmos, Planeta e Homem, concluímos que o binômio Espírito-corpo é uno, indivisível, sendo assim considerado pela Umbanda em suas diversas Escolas ou segmentos e demais religiões afro-brasileiras.

(1) O Poder Operante ou Volitivo dos Orixás Virginais aplicado à substância Primeva conferiu-lhe ciclos e ritmos que se expressaram por meio de: Luz, Som e Movimento Cósmicos.

(2) O Poder Operante ou Volitivo dos Orixás Solares aplicados à Substância Solar conferiu-lhe por meio de ciclos e ritmos particulares. Estes se expressam por meio de: equilíbrio, estabilidade e harmonia planetários.

(3) O Poder Operante ou Volitivo dos Orixás Planetários ou “Ancestrais” aplicado à Setessência da Matéria confere-lhe ciclos e ritmos particulares. Sua expressão dá-se por meio dos: Organismo Mental, Organismo Astral e Organismo etéreo-físico.

Esperamos que tenham ficado evidentes as conexões cosmo-planeta-homem que corroboram com o velho adágio: o microcosmo é manifestação do macrocosmo. Igualmente esperamos ter demonstrado que as religiões afro-brasileiras, no tocante aos fenômenos da criação, tenham uma visão diferente, embora respeitosa, das religiões criacionistas (vide publicação 55). Axé!

Aranauam, Motumbá, Mucuiú, Kolofé, Axé, Salve, Saravá

Rivas Neto (Arhapiagha) – Sacerdote Médico

Ifatosh'ogun "O sacerdote de Ifá que tem o poder de curar”

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ...